Young Dumb Thrills


    Autora: C.T. Cooper
    Beta-Reader: Rachel H.
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Finalizada em: 01/09/2022




We’re in the room, you say am I leavin' soon ♫

O sinal da escola tocou quando o relógio indicou 12:00 e essa seria a última vez que aquele som invadiria a minha mente. Finalmente estaria livre do meu ensino médio e já conseguia perceber uma sensação de liberdade tomando conta de cada pequena parte do meu corpo; indicando, silenciosamente, que estava dando start na nova fase da minha vida.
Ao meu redor, todos já se levantaram apressados - ignorando totalmente o chamado do professor - ansiosos para colocar um ponto final nesse capítulo das suas trajetórias. Ansiosos para seguir um novo caminho e buscar por experiências diferentes.
Conseguia ver em todos os rosto aquela expectativa do que estava por vir, no entanto, também era perceptível um certo medo do desconhecido.
No meu caso, esse momento representa muito mais do que uma transição da escola para a universidade ou da adolescência para uma falsa ideia de fase adulta. Hoje eu iria iniciar um novo ciclo, no qual estaria 100% focado em um único aspecto da minha vida: a banda.
A decisão de voltar todas as minhas energias para o meu sonho de viver da música, fez com que eu precisasse fazer algumas escolhas, sendo que algumas delas trouxeram-me para o presente momento, no qual estou prestes a mudar de cidade e ir morar em uma casa com os outros integrantes da banda.
Uma parte de mim dizia que era loucura ir morar com mais três caras e me jogar de cabeça no meu sonho de viver da música. Por outro lado, existe uma voz dentro de mim que fica gritando “apenas vá” e eu pretendo ouvi-lá.

—‌ Então —‌ escutei uma voz suave ao mesmo tempo que uma silhueta surgia no meu campo de visão —‌, quais são seus planos para o futuro, ?

Ergui meu rosto, identificando a parada na minha frente com a sua roupa típica de líder de torcida, deixando suas pernas e uma parte da barriga à mostra. Seus cabelos loiros estavam soltos, caindo como uma cascata sobre os ombros e ela tinha aquele sorriso simpático em seus lábios. Por outro lado, seus olhos estavam inchados e vermelhos; suas feições indicavam que a garota havia chorado, provavelmente devido a sua despedida com as amigas.
Apesar da sua cara de choro, ela continua incrivelmente linda e ainda conseguia fazer meu coração bater mais forte no peito.
A gente se conhecia desde sempre, somos vizinhos e fomos bons amigos durante um bom tempo. Entretanto, quando chegamos no Ensino Médio, virou líder de torcida e eu “o carinha que tinha uma banda”. Obviamente, seguimos rumos diferentes e agora nos falamos esporadicamente.

—‌ Vou investir na banda —‌ digo, dando de ombros e ela balançou a cabeça em concordância. —‌ E você? —‌ Perguntei, mais por educação do que realmente por interesse.
—‌ Vou fazer faculdade de psicologia, —‌ falou animada e arregalei os olhos, ficando um pouco surpreso com a escolha dela.
—‌ Sério? Pensei que faria algo mais… —‌ Faço uma cara de pensativo. —‌ Moda.
—‌ Ha ha ha, você nunca muda, não é? —‌ questionou e eu dei uma risada sincera, terminando de guardar meu material.

Me levantei em seguida, jogando a mochila nas minhas costas e foi somente nesse momento que o silêncio ao nosso redor chamou a minha atenção, estávamos sozinhos na sala.

—‌ É, acho que o pessoal estava com uma certa pressa —‌ falo um pouco sem graça e a olha ao nosso redor.
—‌ Boa sorte com a banda, —‌ ela diz enquanto leva uma de suas mãos até os meus cabelos, acariciando-os e eu apenas franzi a testa. — Você vai conquistar uma legião de fãs, garoto.

começou a aproximar nossos rostos e eu continuei parado, tentando entender o que ela estava fazendo.

—‌ Vou ter algo para me gabar no futuro.

Afirma instantes antes de unir nossos lábios e eu demorei um pouco para processar o que ela tinha feito, não perdi mais tempo e envolvi sua cintura com uma das minhas mãos, puxando-a contra meu corpo e aprofundando aquele beijo.
Nossos lábios se envolveram de um jeito meio urgente, a sensação é que estávamos tirando o atraso de todos aqueles anos em que apenas ficamos olhando um para o outro de longe. Nossas línguas se tocavam constantemente, explorando o território desconhecido e fazendo com que uma sensação quente florescesse dentro de mim. No entanto, separou os nossos lábios subitamente, assim como havia feito para juntá-los, ela ainda sorria quando afastou um pouco seu rosto do meu e depositou um beijo delicado na minha bochecha.

—‌ Boa sorte com a faculdade, —‌ falei e ela deu uma piscadela na minha direção antes de aumentar a distância entre nós dois e sair da sala.

Consequentemente, saindo da minha vida.

DEZ ANOS DEPOIS
SEXTA-FEIRA, 21h30


Suspirei pesadamente ao mesmo tempo que me jogava no sofá do estúdio, conseguia sentir a exaustão atingindo cada músculo do meu corpo. Estava feliz por ter voltado a rotina de ensaios e gravações, no entanto, não tinha como negar que se tratava de um processo cansativo e que exigia muito de todos os integrantes da banda.
Essa era a segunda semana seguida que ficávamos praticamente o dia todo gravando e fazendo ajustes nas músicas do novo álbum, desse modo, era notável que tínhamos atingido o nosso limite físico e mental.
Pelo menos teríamos uma folga na próxima semana e eu iria aproveitar cada minuto para descansar, recarregando todas as minhas energias.

—‌ Acabamos por hoje? —‌ questionou sentando ao meu lado e olhando o visor do seu celular. — Já são nove horas da noite.
—‌ Espero que sim, estou com fome — , respondi e o concordou com a cabeça, erguendo a mão para que eu batesse, mas eu ignorei e ele fez um bico.
—‌ Chato —, afirmou e ouvimos o e o rindo.
—‌ Pizza? —‌ perguntou para ninguém em específico, enquanto organizava o seu instrumento.
—‌ Por favor —‌ disse em um tom de súplica.
—‌ Hoje eu vou dispensar... Vou para casa, estou cansado — falou e eu percebi que o mesmo já tinha organizado todo o seu material e se dirigia para a porta do local.
—‌ Tá vendo isso, ? —‌ falo olhando para ele. —‌ Depois eu sou chato —‌ ergueu o dedo do meio na minha direção, fazendo com que eu desse uma gargalhada.
—‌ Na próxima —‌ diz e termina de se despedir antes de ir embora, me deixando sozinho com o e o .
—‌ Vamos? —‌ disse e olhou na minha direção e depois para o .
—‌ Só se for agora —, afirmou e eu concordei, me levantando logo em seguida.

Organizamos nossos instrumentos o mais rápido possível e fomos para a única pizzaria aberta naquela região. Quando chegamos no local, optamos por nos sentarmos em uma das mesas mais afastadas para tentar passarmos despercebidos e ter um pouco de privacidade, assim que sentamos um garçom se aproximou para tomar nota de nossos pedidos, não tivemos dificuldades em escolher os sabores das duas pizzas.

—‌ Então —‌ começou a falar quando o garçom se afastou —, é amanhã aquele reencontro com o pessoal do colegial?
—‌ Puta merda, eu já tinha esquecido —‌ falei arregalando os olhos e o deu uma risada.
—‌ , nem pense em desistir —‌ falou sério, cruzando os braços na altura do seu peitoral. —‌ Eu só confirmei que ia porque você prometeu que iria comigo.
—‌ Vocês dois nasceram grudados ou o quê? —‌ questiona rindo do seu próprio comentário e eu revirei os olhos.
—‌ Tudo bem, grande amor da minha vida, não vou te deixar na mão —‌ disse de um modo irônico enquanto olhava para o , que bufou um pouco impaciente, mas sabia que ele estava com vontade de rir.
—‌ Ah, , qual é? Vai ser interessante rever o pessoal —‌ disse com um sorriso maroto e eu neguei com a cabeça.
—‌ Aham, muito —‌ respondi novamente com ironia e os rapazes deram uma gargalhada.

A verdade é que eu não fazia a mínima questão de rever o pessoal dessa época, mas talvez o estivesse certo sobre que talvez fosse interessante.

—‌ Isso é medo de rever a ? —‌ perguntou.

Antes que eu pudesse responder, o garçom chegou trazendo as pizzas e eu fui logo me ocupando de servir um pedaço para cada, começando a comer em seguida.

—‌ Quem é ? —‌ questionou levando um pedaço de sua pizza até a boca.
—‌ Ninguém em especial —‌ falei um pouco ríspido e o dá uma gargalhada exagerada.
—‌ Era a paixonite do —‌ falou olhando para o . —‌ Eles eram vizinhos e o ele ficava feito um idiota sem querer chegar na garota.
—‌ É o quê? O nosso com medo de uma garota? —‌ pergunta fazendo uma cara de incredulidade.

Apenas olhei sério para o , que prontamente me ignorou.

—‌ Pois é, sorte que a garota tinha atitude e o beijou no último dia de aula.
—‌ Ok, ótima história —‌ falei e os meninos me encararam, tentando conter um riso. —‌ Mas, podemos mudar de assunto? Já vou ter que aguentar a festa amanhã…

SÁBADO, 04H00

Abri meus olhos subitamente quando ouvi um estrondo alto e semelhante ao estouro de uma bomba. Por sorte, meu cérebro processou rapidamente que se tratava de uma cena aleatória do filme de guerra que estava passando na televisão.
Porra, por quanto tempo eu dormir?
Com exceção da luz que vinha da televisão, a sala estava quase que em completa escuridão e por conta disso uma certa dificuldade em encontrar o meu telefone, que estava jogado de qualquer forma na mesinha de centro da sala, notei que o visor indicava que eram quatro da madrugada.

—‌ Droga — murmurei, ciente de que teria mais umas duas horas de sono antes do me ligar para pegarmos a estrada rumo a nossa cidade natal.

Me levantei preguiçosamente, indo em direção ao meu quarto arrastando os pés pelo chão gelado. Instantes depois, meu corpo caiu em um baque mudo em cima do colchão macio de minha cama e, apesar do ambiente reconfortante, não consegui voltar a dormir.
Minha mente estava inquieta com a viagem, mesmo que eu estivesse acostumado a ir visitar meus pais, dessa vez seria diferente, pois tinha essa maldita festa que o insistia em ir e eu estava bem descontente com esse cenário.
Onde eu estava com a cabeça quando aceitei o convite?
Fiquei mudando de posição na cama por um longo tempo até que escutei meu telefone tocando freneticamente em algum lugar da cama e foi o estímulo certo para fazer com que eu desistisse totalmente de tentar dormir. Não precisei olhar no visor para saber que se tratava do , que provavelmente estaria um pouco irritado com o fato de que eu já estava atrasado.

—‌ Fala, ! —‌ cumprimeitei o mesmo quando atendi o telefone.
—‌ Porra, você não sabe mesmo ser pontual! —‌ afirmou com a irritação visível no seu tom de voz e eu dei uma gargalhada.
—‌ Eu já estou saindo de casa, chego aí em dez minutos.
—‌ Ok, eu vou fingir que acredito.
—‌ Ha ha ha —‌ Dou uma risada irônica. —‌ Esteja pronto.

Esperei o se despedir para desligar o telefone e fui direto para o banheiro, tomando um banho gelado e colocando uma roupa confortável. Peguei a pequena mala que eu havia feito, a chave do carro, a carteira e saí do meu quarto. Rapidamente fui para o carro e, devido a proximidade das nossas casas, exatos dez minutos depois já estava estacionando o automóvel na frente da moradia do . Não me dei ao trabalho de ligar para ele, apenas buzinei várias vezes e logo observei meu amigo saindo da casa com o dedo do meio erguido na minha direção.

—‌ Já chega, ! Ou vai acordar a vizinhança inteira —‌ falou aproximando-se do carro com a cara fechada. — E você é que está atrasado. Por acaso a madame estava na dúvida de qual camisa usar?
—‌ Bom dia para você também, —‌ digo saindo do carro e ele franze a testa. —‌ É melhor você dirigir, dormir mal essa noite.
—‌ Own, teve pesadelos, querido? Quer um beijinho? —‌ falou fazendo um bico na minha direção e eu neguei com a cabeça.
—‌ Ha ha ha, como seu senso de humor é incrível — disse rindo com o , cuja postura irritadiça já tinha desaparecido.

Entramos no carro e em pouco tempo estávamos na estrada. Durante todo o trajeto conversamos sobre a banda, debatemos alguns de nossos futuros planos e consequentemente a viagem passou rápido e logo estava parado na frente da casa de meus pais enquanto tocava a campainha de maneira animada.

—‌ Vocês chegaram! —‌ minha mãe gritou animada quando abriu a porta e viu de quem se tratava.
—‌ Ei, senhorita —‌ falou todo simpático abraçando minha mãe.
—‌ Quando o falou que você vinha junto fiquei tão animada que fiz aquele bolo que vocês dois tanto amam.
—‌ Oi, mãe —‌ a cumprimento dando um forte abraço, depois que se afastou. —‌ Se eu soubesse, tinha obrigado o a vir antes —‌ Completo, em um tom brincalhão e ela me encara séria por alguns instantes.
— Você nunca muda, —‌ ela diz, balançando a cabeça em um sinal de negação e colocando as mãos na cintura. —‌ Agora, vamos! O almoço está quase pronto e é melhor vocês entrarem —‌ minha mãe falou, puxando o em direção da casa.

Aproveitei para dar uma olhada na vizinhança e os meus olhos se fixaram na casa ao lado da nossa, mais especificamente na antiga casa da família . Segundo a minha mãe, eles haviam se mudado há uns seis anos e ela acabou perdendo o contato, literalmente não sabia como eles estavam.
Subitamente, me vi questionando se a estaria presente na festa hoje à noite. Estava curioso para saber como ela estava agora, depois de tantos anos. Ainda observando a casa, algumas recordações inundaram a minha mente.

● Flashback On ●


O sol estava tímido naquele fim de tarde, trazendo uma variação de tons vermelhos e alaranjados para o horizonte. A paisagem era tranquila e optei por sentar nos degraus que davam para a pequena varanda na entrada principal da casa, ajustando meu violão no colo e passando meus dedos pelas suas cordas. Fiz uma careta com o som desafinado que acabou saindo do instrumento.

—‌ Qual é o problema, ?
—‌ Hãm? —‌ pergunto erguendo o meu rosto e reconhecendo imediatamente a dona daquela voz doce.

sorriu enquanto caminhava na minha direção com as suas pernas expostas devido ao tamanho reduzido da saia que usava. Seus cabelos loiros estavam soltos, sendo levados pela pequena brisa que passava por nós.
Quando sentou-se ao meu lado, o seu perfume floral invadiu as minhas narinas e eu encarei os olhos da garota, cujo brilho ficava ainda mais intenso com os últimos raios solares batendo em seu rosto.

—‌ Ele está desafinado —‌ Explico piscando algumas vezes e voltando minha atenção para as cordas do violão, não queria continuar encarando aquele rosto.
—‌ É verdade que você está montando uma banda? —‌ ela questionou depois de um pequeno silêncio entre a gente e eu apenas aceno positivamente. —‌ E o que você faz na banda?
—‌ Sou o —‌ afirmo orgulhoso.
—‌ Guitarrista? E ainda toca violão? Interessante.
—‌ O que é interessante? —‌ pergunto, voltando minha atenção para a .

Observo ela mordendo o lábio inferior, como se estivesse receosa e, pela primeira vez, eu vi uma certa timidez refletida naqueles olhos que sempre estavam cheios de atitude e determinação.

—‌ Deve ter uma lista enorme de garotas caidinhas por você.
—‌ Hmm —‌ digo, fingindo que estou contando —‌, perdi as contas quando cheguei ao número cem.
—‌ ! —‌ diz rindo enquanto dá um pequeno tapinha no meu ombro.
—‌ Ei, doeu —‌ minto e ela dar uma gargalhada, sendo acompanhada por mim.

Quando os nossos risos cessaram, um clima estranho tomou conta do ambiente; as bochechas da adquiriram um tom avermelhado e eu não pude deixar de achar aquilo lindo. Nossos olhos estavam conectados e, por algum motivo desconhecido, me vi hipnotizado.

—‌ , eu… —‌ ficou me olhando por mais alguns segundos antes de desviar, baixando o rosto e encarando as suas mãos que estavam pousadas sobre as suas pernas. —‌ Preciso ir.

Ela se levantou rapidamente, ajustando a sua saia e saindo apressadamente em direção a sua casa. Depois desse pequeno momento estranho, ficamos semanas sem trocarmos um simples “oi”... Bem, estou aprendendo desde cedo que as mulheres são complicadas.

● Flashback Of ●


I'm hoping that some young, dumb thrills
Still get me going ♫


SÁBADO, 18H15


Abri minha mala, tentando decidir com que roupa iria. Por fim, optei por uma calça jeans preta e uma camisa branca com algumas estampas aleatórias; jogando-as sob a cama antes de ir para o banheiro e tomar um longo banho.
Quarenta minutos depois, estava encarando meu reflexo no espelho e de repente minha cabeça estava vagando por algumas lembranças, lembrando-me de .

—‌ Será que ela vai hoje? —‌ questionei para o meu reflexo.

sempre foi um pouco mais aventureira do que eu, sempre fazia exatamente aquilo que vinha na sua mente e nunca calculava as consequências. Provavelmente foi por conta desse temperamento meio impulsivo que a garota me beijou no nosso último dia de aula.
A verdade é que aquela foi a nossa última conversa e eu nunca soube ao certo o motivo dela. Sinceramente? Uma parte de mim acredita que ela nem deve lembrar daquilo, mas a sensação dos seus lábios macios nunca saiu da minha mente.
Afastei aqueles pensamentos da minha mente quando ouvi a voz do no andar de baixo, devido ao meu atraso, peguei apenas a minha carteira, o celular e a chave do carro antes de sair o mais rápido possível do meu quarto.

—‌ Sempre atrasado. —‌ diz quando eu passo rapidamente por ele, dou uma risada forçada enquanto íamos até o carro.

Poucos minutos depois, estacionei na frente do grande prédio da nossa antiga escola uma hora após o horário marcado. O já tinha reclamando umas três vezes, mas eu estava contente com isso, afinal, significava menos tempo de festa.
Descemos juntos do carro e fomos em direção ao ginásio da escola, local onde haviam organizado a festa de reencontro da nossa turma. Quando chegamos lá, fui automaticamente transportado para aqueles últimos anos no colegial.
O ginásio ainda possuía os mesmos tons vermelhos e azuis; a pequena arquibancada estava vazia, mas uma parte da quadra havia sido preenchida por mesas, enquanto que a outra metade foi transformada em uma pista de dança.
O DJ tocava uma música animada e algumas pessoas se aglomeravam em pequenos grupos, curtindo o momento e dançando distraidamente. Alguns estavam reunidos nas mesas, provavelmente tendo aquelas conversas típicas que começam com um "você se lembra?”
Vi alguns rapazes acenando na nossa direção e eu cerrei meus olhos em uma tentativa falha de tentar lembrar-me de quem se tratava, porém pareceu reconhecê-las e me puxou em direção a mesa.

—‌ . . —‌ Um ruivo falou quando a gente se aproximou e seu rosto começou a ficar familiar.
—‌ Edgar, quanto tempo que a gente não se vê. —‌ disse, abraçando o rapaz e finalmente meus neurônios fizeram a conexão.
—‌ Ei, nossa, você está diferente. —‌ digo quando dou um abraço rápido nele.

Edgar esteve com a gente nos últimos dois anos, ele havia se mudado para Londres e não foi fácil ser o novato em uma turma que já se conhecia há anos. No entanto, logo ele acabou fazendo amizade com o e, consequentemente, comigo.

— É mais magro, eu diria. —‌ ele diz rindo. —‌ Uns trinta quilos. —‌ Completa e eu apenas concordo com a cabeça me virando para o outro homem ao seu lado.
—‌ James. —‌ falo, reconhecendo-o imediatamente.
—‌ Olha se não são os artistas da turma. —‌ falou dando dois tapinhas nas minhas costas e eu dei uma risada discreta.
—‌ Quer um autógrafo? —‌ questiono e ele joga a cabeça para trás dando uma gargalhada exagerada bem característica dele.
—‌ Nada, minha mãe deve ter guardado umas coisas da gente naquela época, vou vender para os seus fãs. —‌ disse enquanto a gente se sentava na mesa.

Não demorou para que outros conhecidos se juntassem à nossa mesa e, assim como eu havia previsto, a conversa se tornou uma longa reflexão sobre os velhos momentos, bem como o rumo que as nossas vidas haviam tomado.
No início, a conversa estava até interessante, no entanto, depois de algumas horas falando sobre aquilo, tudo o que eu mais desejava era ir para casa. Mas, tinha falado disso durante meses, então, estava disposto a aguentar por mais um tempo por conta dele.

—‌ Olha se não são o e o . —‌ Escutei uma voz extremamente familiar atrás de mim e eu não precisei me virar para saber de quem se tratava.

.

A garota de cabelos loiros, olhos que brilhavam intensamente e um sorriso simpático, daqueles que era impossível não retribuir.
Quando eu me virei para encara-lá, notei como o tempo havia feito bem, pois ela estava ainda mais bonita do que me lembrava. E, apesar de estar dez anos mais velha, ainda possuía toda uma aura jovial ao seu redor.

—‌ . —‌ foi o primeiro a se levantar e dar um abraço rápido na garota. —‌ Quanto tempo.
—‌ Dez anos. —‌ ela diz sorrindo para o e depois girou o corpo na minha direção.
—‌ Vai ficar aí sentado, ? —‌ questionou com uma sobrancelha arqueada enquanto me encarava.
—‌ E deixar a senhorita esperando? Claro que não. —‌ digo fazendo graça e ela dá uma risada contagiante.

Me levantei rapidamente e envolvi a garota nos meus braços, sendo completamente invadido pelo cheiro doce dos seus cabelos e pelo calor do seu corpo. levou suas mãos até a minha nuca e, quando nos afastamos um pouco, fui transportado para o nosso último encontro há 10 anos atrás.
Por algum tempo, tudo ao nosso redor parecia silenciar e só existia nós dois, meus olhos estavam fixos aqueles brilhos dos seus olhos e as células da minha pele entraram em um estado de excitação quando sua respiração quente tocou meu rosto.
desceu suas mãos pelos meus ombros e braços, apertando meus músculos. Um sorriso sensual surgiu em seus lábios e eu respondi pressionando sua cintura, aproximando ainda mais os nossos corpos.

—‌ EMMA! —‌ Escutamos alguém chamando por ela e acabamos nos afastando rapidamente. —‌ Como você está linda. —‌ Uma loira se jogou nos braços dela e ambas riram.
—‌ Meu Deus! Olha quem fala. —‌ diz sorridente e dá mais um abraço apertado na garota. —‌ Como eu senti sua falta.
—‌ Vem comigo, as meninas estavam te esperando. —‌ ela falou e a concordou, dando um tchauzinho na minha direção antes de se afastar completamente.

Sentei novamente e eu prestei mais atenção nas pessoas que estavam sentadas na mesa com a gente, entretanto, não estava com tanta vontade de dialogar. Ao contrário, rever a me fez ficar um pouco reflexivo, analisando os caminhos opostos que as nossas vidas haviam tomado.
Involuntariamente, me vi procurando pela garota e, quando finalmente a encontrei, nossas vistas se conectaram novamente. Não tentamos disfarçar, apenas ficamos nos encarando por alguns instantes antes de que ambos fossem chamados por alguém da rodinha de amigos.

—‌ , você realmente não vai beber? —‌ perguntou Edgar.
—‌ Estou dirigindo e, sabe como é, alguém precisa tomar conta do , né querido? —‌ questiono fazendo graça e o pessoal da mesa dá uma risada, enquanto que o apenas balança a cabeça em confirmação. —‌ Mas, vou pegar mais para vocês. —‌ Informo, me levantando.

Caminhei pela pista de dança improvisada, indo até uma mesa organizada com bebidas e petiscos; próximo dela, algumas pessoas estavam conversando, mas ignoraram a minha presença e eu fiquei olhando para as opções na minha frente.

—‌ Está na dúvida de qual ponche vai querer, ? —‌ Reconheço a voz da e quando me viro, encontro a garota com um sorriso maroto em seus lábios.
—‌ Talvez… Você tem sugestões? —‌ questiono, arqueando uma sobrancelha.
—‌ Gosto de morango. —‌ ela diz dando de ombros e bebendo sua cerveja.

Seus olhos transbordavam luxúria e eu me questionei de onde vinha todo aquele sentimento, entretanto, não posso negar que a estava ainda mais atraente, com seus traços harmoniosos e delicados.
—‌ Hum, consigo pensar em várias opções mais interessantes com morango do que isso. —‌ digo, apontando para a bebida.
—‌ … Cuidado com o que você pensa, ein?
—‌ Só eu devo ter cuidado, ? —‌ questiono dando uma piscadela para a garota antes de me afastar e pegar qualquer bebida.

Voltei para a mesa, entregando uma cerveja na mão do e outra para o James. Era incrível como eles ainda estavam entretidos nas suas conversas e eu rapidamente notei que precisava sair um pouco daquele ambiente barulhento e respirar um ar mais um pouco puro.

—‌ —‌ falei um pouco alto para que ele me ouvisse —‌, preciso de um ar fresco, já volto.
—‌ Beleza. —‌ respondeu um pouco distraído enquanto conversava com uma garota que eu não fui capaz de reconhecer.

Caminhei por entre as mesas, falando rapidamente com algumas pessoas que vinham me cumprimentar e tentei ir o mais rápido possível para o grande campo da escola, no qual ocorriam as partidas de futebol. No momento em que empurrei as grandes portas do ginásio, senti uma brisa gelada me atingindo, ignorei a sensação e fui direto para as arquibancadas do local.
A noite estava fria e o céu estava iluminado por poucas estrelas, fazendo com que a lua tivesse um papel de destaque naquele momento. Conseguia escutar a minha respiração pesada de tão silencioso que o local estava, afinal, todos estavam na quadra interna curtindo o reencontro.
Depois de alguns momentos reconfortantes naquele silêncio, escutei alguns passos delicados à minha esquerda e quando virei meu rosto, encontrei a caminhando na minha direção.

—‌ Querendo ficar sozinho, ? —‌ perguntou quando sentou-se ao meu lado, oferecendo a sua long neck que eu neguei.
—‌ Sabe como é... Muitas lembranças. —‌ respondi um pouco desconfortável e um longo silêncio se estabeleceu entre nós.

Fiquei encarando o gramado, lembrando de todos aqueles jogos de futebol que eu sempre evitei ir. Não posso afirmar que o colegial foi um momento extremamente traumático na minha vida, conheço pessoas que realmente sofreram durante essa fase das suas vidas.
E eu, bem, tive meus altos e baixos.
permaneceu em silêncio ao meu lado, sua respiração estava tranquila e eu me vi encarando seu rosto por alguns instantes. Ela tinha um rosto sereno e seus cabelos estavam um pouco esvoaçantes devido a leve brisa que passava por a gente.
Balancei minha cabeça, voltando minha atenção para o campo.
Era simplesmente impossível não lembrar daquele único beijo que trocamos no último dia de aula, visto que a textura macia dos seus lábios era uma das poucas recordações que eu tinha guardado com carinho na minha mente.

—‌ Um dólar para saber o que você está pensando.
—‌ Um dólar? É muito pouco para descobrir os segredos da minha mente. —‌ falo e damos uma risada juntos.

Apesar desse breve momento de leveza, novamente o silêncio toma conta do ambiente. No entanto, não existia constrangimento, ao contrário, era uma sensação reconfortante.

— Você sempre foi o carinha que tinha uma banda e a gente ficou esperando pelo dia que aprontaria algo grande, sabia? —‌ falou chamando a minha atenção e eu encarei a diretamente. —‌ Estereótipos. —‌ Deu de ombros antes de beber um pouco mais da sua cerveja.
—‌ E você era a líder de torcida que todos os carinhas da escola desejavam. —‌ digo sorrindo na sua direção. — Adolescentes —‌ Imito a sua postura, também dando de ombros e ela dar uma risada contagiante.
—‌ Por que a gente se afastou tanto, ein? —‌ perguntou deixando sua long neck de lado e encostando seu rosto no meu ombro.
—‌ Gostos diferentes… Amigos diferentes. —‌ digo e sinto ela balançar a cabeça, em concordância comigo.
—‌ Bem, preciso te dizer que mesmo de longe, fiquei torcendo muito para você conseguir atingir os seus objetivos.
—‌ Obrigado. —‌ digo e volto a ficar calado, envolto nos meus pensamentos.

Apesar da garota claramente exercer alguma influência sobre mim, durante muito tempo evitei lembrar dela e de qualquer coisa que me fizesse desviar dos meus objetivos.

—‌ O que aconteceu? Cadê aquele todo animado que eu me lembro? Você não me parece tão empolgado quanto o .
—‌ Sei lá, só cansaço.
—‌ Hum, entendo. —‌ falou suspirando pesadamente. —‌ Eu sou psicóloga, sabia? —‌ Ela ergueu um pouco o rosto, de modo que estava me encarando e seus olhos refletiam um espírito intenso e jovial. —‌ Não é só cansaço. —‌ Sua voz também soou diferente, mais sensual e carregada de segundas intenções.
—‌ As vezes acho que aquela energia toda do da escola que sonhava em viver de música ficou no passado, . —‌ digo pausadamente, no entanto, um sorriso se forma em seus lábios e meus olhos recaem sobre eles.
— Você só precisa deixar ele sair um pouco, . —‌ Enquanto fala, se afasta um pouco e sua mão começa a fazer uma trilha ascendente pelo meu braço, pousando no meu peitoral. —‌ Quando crescemos, temos uma mania de deixar esse nosso lado mais jovem guardado bem lá no fundo. —‌ Seus dedos se espalham na altura do meu coração e eu o sinto bater mais forte. —‌ Tão fundo que é difícil lembrar que ele ainda existe.
—‌ Vai ver você tem razão, —‌ falo usando o mesmo tom de sua voz, apesar de não conseguir identificar o que exatamente estava se passando na cabeça da garota, as suas segundas intenções estavam nítidas.

estava com alguma ideia e eu não estou disposto a desperdiçá-la.

—‌ Quer saber, —‌ falou com um sorriso malicioso nos lábios —‌, você precisa deixar que aquelas emoções jovens e bobas aflorem.
—‌ É só me dizer como, senhorita .
—‌ Vou fazer algo melhor do que simplesmente te dizer como. —‌ terminou de falar e em um único movimento, sentou-se no meu colo.

Suas pernas estavam pousadas uma de cada lado do meu corpo e minhas mãos foram involuntariamente até as coxas da garota, fazendo uma certa pressão ali. aproximou sorrateiramente seu rosto do meu, passando sua língua vagarosamente pelos seus lábios.
Levei uma das minhas mãos até a nuca dela, puxando-a no mesmo instante em que suguei seu lábio inferior. arfou, permitindo com que seu corpo relaxasse e eu dei início ao beijo; logo no primeiro contato das nossas línguas, uma sensação reconfortante tomou conta do meu corpo e eu simplesmente não conseguia entender o que aquilo significava.
Entretanto, antes que eu pudesse processar qualquer coisa, a afastou nossas bocas, com um sorriso satisfeito nos lábios e um brilho divertido em seus olhos.

—‌ Vem comigo, . —‌ falou se levantando e estendendo a sua mão na minha direção.

Olhei para a mão dela durante um curto espaço de tempo antes de cobri-la com a minha, fazendo com a psicóloga abrisse um sorriso satisfeitos. Ela me guiou para fora da arquibancada, indo em direção ao prédio que ficava no lado oposto ao ginásio: estávamos caminhando para a piscina da escola.
Quando paramos na frente das grandes portas que mantinham o local trancado, soltou a minha mão e se abaixou, mexendo em alguns vasos de plantas que decoravam a entrada.

—‌ Certas coisas nunca mudam. —‌ ela diz se levantando e balançando uma chave na sua mão.

Olhei perplexo na sua direção e a deu uma gargalhada, jogando a cabeça para trás, mas logo levou a mão à boca devido ao barulho que acabou fazendo.

—‌ Como você sabia que tinha uma chave escondida aí? —‌ questiono sussurrando enquanto observo ela se virando e abrindo a porta.
—‌ , você realmente passou seu ensino médio inteiro ensaiando na garagem da sua casa. —‌ diz ao mesmo tempo que gira a chave na fechada e a porta se abre.

O local estava em uma espécie de penumbra, visto que todas as luzes estavam apagadas e a única fonte de iluminação eram as vidraças que ficavam numa parte mais elevada das paredes.
O ambiente estava silencioso e sereno, sendo possível ouvir apenas os sons oriundos da piscina. Cujo reflexo azulado no teto, deixava a atmosfera ao meu redor uma mistura de sensualidade e tranquilidade.
Procurei pela , encontrando a garota relativamente próxima da beirada da piscina e eu fui logo me aproximando dela, que sorriu na minha direção.
Com uma sobrancelha arqueada, um sorriso sugestivo nos lábios e sem dizer uma única palavra, subiu o tecido do seu vestido, jogando-o para longe, ficando apenas com a sua lingerie preta. Ela virou-se de costas para mim, soltando o feixe do seu sutiã que logo foi parar no chão. Inclinando-se um pouco, tirou sua calcinha e pulou na piscina, emergindo alguns instantes depois.

—‌ É sua vez, . —‌ falou em um tom provocativo enquanto passava as mãos nos cabelos molhados.

A garota não precisou repetir e rapidamente tirei todas as minhas roupas, me jogando na piscina no instante seguinte. A água quente em contato com a minha pele fria acabou gerando uma espécie de choque térmico, mas ele foi deixado totalmente de lado quando eu emergi e vi a sorrindo enquanto se aproximava.

—‌ Eu sei que você ainda se lembra daquele beijo, . — sussurrou quando estávamos perigosamente perto um do outro. —‌ Mas, estou curiosa.
—‌ Curiosa? —‌ questiono colocando seu cabelo para trás da orelha e escorregando minha mão até a sua nuca.

balançou a cabeça, acenando positivamente.

—‌ Estou realmente muito curiosa para saber do que o famoso é capaz.

impulsionou seu corpo no exato momento em que a puxei contra o meu e envolveu suas pernas na minha cintura, aproveitei para espalmar minha mão livre em sua nádega. Ela sorriu antes de unir nossas bocas em um beijo intenso e feroz.

Suas mãos se fixaram nos meus ombros, enquanto ela rebolava lentamente contra o meu quadril e eu precisei morder seu lábio inferior para evitar que um gemido escapasse por entre os meus lábios, notando um sorriso convencido se formar no rosto dela.
Separei nossas bocas alguns instantes depois, dando atenção para o pescoço dela, traçando uma trilha de beijos até um dos seus seios, passando minha língua lentamente sobre o mamilo já enrijecido.

—‌ . —‌ arfou, chamando meu nome e isso fez com que meu pênis ficasse ainda mais ereto.
—‌ ? —‌ respondo antes de envolver seu mamilo com os meus lábios, sugando-o delicadamente.

Seu gemido baixinho foi a única resposta que eu obtive, portanto, continuei a estimular seu seio ao mesmo tempo que apertava a bunda da garota, pressionando seu corpo ainda mais contra o meu.
agora passava suas delicadas mãos pelas minhas costas, arranhando a minha pele com vontade, sem se importar com as marcadas provavelmente estava deixando, soltei seu mamilo para voltar a devorar seus lábios, explorando sua boca sem nenhum pudor.

—‌ Vem comigo, . —‌ digo mantendo nossas bocas próximas e ela se afasta um pouco, olhando com curiosidade.

Dou uma piscadela na direção da garota, aumentando a distância entre a gente e saindo da piscina. cerrou seus olhos e ficou fitando meu rosto por alguns instantes antes de fazer o mesmo.
Quando a garota parou na minha frente, dei uma boa olhada naquele corpo, sorrindo satisfeito. Em um movimento rápido, me curvei, passando um dos meus braços por trás do joelho dela e pegando-a no colo. soltou uma sonora gargalhada, mas logo voltou sua atenção para o meu pescoço, depositando alguns beijos na região enquanto eu caminhava na direção do vestiário.
O cômodo estava escuro e, quando foi colocada no chão, ligou algumas luzes, deixando o ambiente parcialmente iluminado. Fui na direção do primeiro box, ligando o chuveiro em uma temperatura intermediária.
Quando me virei, a já estava andando na minha direção, com um sorriso travesso nos lábios e eu balancei a cabeça em um sinal de falsa reprovação, fazendo a garota dar uma risada.

—‌ A senhorita aceita tomar um banho quente?
—‌ Será um prazer. —‌ responde, entrando no box e colocando uma mão embaixo do chuveiro, sentindo a temperatura da água.

Apesar de não estar muito quente, uma pequena neblina havia se formando ao nosso redor devido a diferença de temperatura.
A respirava tranquilamente, sendo possível perceber os seus seios subindo e descendo à medida que o ar entrava e saía do seu corpo. Existia um brilho incrivelmente sedutor nos seus olhos enquanto ela ficava admirando a água corrente.
Envolvi a psicóloga por trás, passando minhas mãos pela cintura e grudando os nossos corpos, a proximidade fez com que eu pudesse sentir a textura da sua pele, excitando ainda mais cada célula do meu corpo.
Alguns passos foram dados e ficamos embaixo do chuveiro, deixando a água aquecer lentamente cada centímetro dos nossos corpos. Minhas mãos começaram a fazer um movimento ascendente, sentindo cada parte da sua barriga e depois envolvendo seus seios.
jogou a cabeça para trás, deixando seu pescoço totalmente exposto e eu afundei meu rosto na região, beijando-o com vontade, deixando fluir aquele desejo que eu havia escondido por todos esses anos. Esse sentimento aflorou dentro de mim, crescendo a cada novo contato das nossas peles e se transformava em algo incontrolável, gritando para se libertar.
Girei a , fitando seus olhos enquanto envolvia a nuca da garota com ambas as mãos.

—‌ , se você quiser parar… Essa é a sua chance. —‌ digo, sem desviar minha atenção das suas íris.
—‌ Eu quero isso desde aquele beijo, . — Sua voz soou decidida, assim como seus olhos enfatizaram a sua decisão quando encararam meus lábios com libido.

Então, apenas me entreguei ao desejo.
Empurrei contra a parede do box, avançando nos seus lábios e beijando a garota com gosto. Escorreguei uma mão pela lateral do seu corpo, passando pela sua cintura até agarrar a sua coxa e puxá-la para cima.
mordeu meu lábio inferior antes de voltar a explorar minha boca e gravou suas unhas no meu ombro, fazendo com que eu suspirasse por entre o beijo. Ela me puxou na sua direção e eu pressionei o seu corpo ainda mais contra a parede, ocasionando um encaixe perfeito.
A sensação que sentia era que nossos corpos haviam sido moldados um para o outros, eles se conectavam de modo modo único.
Soltei sua perna, subindo minhas duas mãos até a nuca da , separando nossas bocas para que pudéssemos respirar. Com as nossas testas grudadas, observei ela sorrindo com os olhos fechados, enquanto puxava o ar.
Intercalando entre beijos e fracas mordidas comecei a descer os meus beijos pelo o seu pescoço, traçando uma trilha pela a sua clavícula, passando pelos seus seios e barriga. À medida que me aproximava de sua região mais sensível, sua respiração se tornava mais pesada e irregular, denunciando o anseio de seu corpo.

—‌ Eu também tenho uma curiosidade, . —‌ digo de joelhos.
—‌ Qual? —‌ ela questionou, com a voz baixa, quase como um sussurro.
—‌ Saber qual é o seu gosto.

Informei, afastando delicadamente as pernas dela enquanto continuava com meus beijos cada vez mais próximos da sua virilha. Subi uma mão até o seio dela, massageando-o com firmeza no exato momento em que passei minha língua delicadamente por toda a extensão do seu órgão.

—‌ . —‌ gemeu, afundando seus dedos nos meus cabelos, puxando com força os meus fios.
—‌ Deliciosa. —‌ afirmo antes de me afundar ainda mais na sua intimidade, passando minha língua pelos seus grandes lábios lentamente ao mesmo tempo que o meu polegar começava um movimento circular delicado no seu clitoris da .

Minha mão ainda massageava seu seio e eu comecei a fazer uma fricção em seu mamilo, que rapidamente ficou endurecido. Ao mesmo tempo, fui subindo minha língua por toda a intimidade da garota até chegar no seu ponto mais sensível.
gemia baixinho, mas suas mãos puxavam com cada vez mais intensidade os meus cabelos. Aproveitei que ela estava ficando cada vez mais molhada para introduzir um dedo em um ritmo provocante, fazendo um vai e vem.

—‌ , por… Eu quero você, agora. —‌ disse entredentes e eu me levantei sem tirar o dedo da sua intimidade.

Penetrei um segundo dedo, intensificando os meus movimentos enquanto traçava uma linha ascendente de beijos pelos seios, clavícula e nuca da loira.

—‌ Empina essa bunda gostosa pra mim, . —‌ falo em seu ouvido segundos antes de retirar meus dedos da sua virilha e girar novamente a garota.

Ela apoiou suas mãos na parede, empinando sua bunda na minha direção e eu dei um tapa na sua nádega antes de penetrá-la sem nenhum aviso prévio. Naquele momento, pude sentir meu membro rasgando-a e sendo pressionado pela musculatura da sua vagina, me deixando ainda mais cheio de tesão.

—‌ Porra, , como voce é apertada. —‌ digo com minha boca contra a pele do seu ombro e apertei com força a sua cintura, dando uma investida mais intensa contra ela.

gemia alto e falava coisas desconexas enquanto eu ia cada vez mais fundo dentro dela devido a sua lubrificação natural que favorecia o meu deslizamento. Ao mesmo tempo que mantinha uma mão firme na sua cintura, a outra percorria o seu corpo inteiro, apertando seus seios com vontade.
Desacelerei as estocadas, me permitindo sentir cada centímetro dela à medida em que meu pênis entrava e saía. Os gemidos da ficaram mais contidos, entretanto, ela deu uma rebolando contra o meu pau e eu arfei contra a pele do seu pescoço.

—‌ Caralho, . —‌ digo, dando um chupão de leve no ombro dela.

Ela fez de novo, causando um desejo primitivo dentro de mim.
Tal sensação foi tão intensa que segurei na sua cintura com as duas mãos, apertando-a antes de meter mais fundo e com mais intensidade. Ao nosso redor, só era possível escutar nossos gemidos misturados ao barulho do chuveiro e da fricção dos nossos corpos.
Não foram necessárias muitas estocadas para que eu pudesse sentir a musculatura da contraindo-se ao redor do meu membro, anunciando que o seu orgasmo havia chegado. E ouvi-la chamar meu nome durante aquele instante de puro prazer foi suficiente para que eu me desfizesse dentro dela, sendo preenchido por uma sensação inexplicável.
Ficamos nessa posição durante uns cinco minutos enquanto nossas respirações ainda estavam descompassadas. Quando saí de dentro dela, ambos estavam sorridentes e satisfeitos. Aproveitamos o chuveiro para tomar um banho e continuamos trocando algumas carícias.

—‌ Vou buscar nossas roupas. —‌ Informo quando terminamos o banho. concorda e eu depositei um beijo na sua testa antes de sair do vestiário.

Por sorte, nossas roupas não estavam muito espalhadas e foi fácil encontrá-las. Quando voltei, estava enrolada em uma toalha e jogou uma segunda na minha direção, voltando sua atenção para os seus fios loiros que estavam escuros devido a água.

—‌ Qual a desculpa que eu vou inventar, ein? —‌ Perguntou olhando para seu reflexo no espelho e eu dei uma risada enquanto enxugava o meu próprio corpo.
—‌ Infelizmente o céu está limpo. —‌ digo e ela dá um pequeno tapinha no meu ombro. —‌ Aí! —‌ Coloco a mão no ombro, fingindo estar sentindo dor.
—‌ Exagerado. —‌ riu, cruzando os braços.
—‌ Certas coisas nunca mudam, né? —‌ questiono quando a garota parou de rir e ela arqueia uma sobrancelha. —‌ Você sempre dava esses tapinhas no meu ombro. —‌ Explico.

Ficamos conversando enquanto terminamos de colocar as nossas roupas. Quando eu já estava pronto, fiquei sentado em um dos bancos, observando a tentativa da de organizar o cabelo de alguma forma que pudesse disfarçar aquela situação.

—‌ Posso te perguntar uma coisa? —‌ pergunto sem tirar os olhos da garota.
—‌ Você quer saber o porquê do beijo? —‌ Afirmo com a cabeça. —‌ Bem, você foi a minha primeira paixonite, . —‌ dá de ombros e eu arregalei meus olhos.
—‌ É sério, ?
—‌ Qual é? Você nunca percebeu?
—‌ Se eu tivesse percebido, com certeza tinha feito algo com essa informação. —‌ falo e me levanto, envolvendo a pela cintura.

Apoiei meu rosto no seu ombro, depositando alguns beijos delicados na região e vejo um sorriso tímido se formar em seus lábios. Envolvo ainda mais a garota, apertando seu corpo contra o meu e ela entrelaça nossos dedos.
Ficamos abraçados em silêncio durante algum tempo, apenas admirando o nosso reflexo no espelho e o que aquela cena representava.

—‌ Tive uma ideia. —‌ disse com um brilho travesso nos olhos. —‌ Vou dizer que você é louco e me empurrou na piscina.
—‌ Ótima ideia, vou dizer que você é louca e me puxou para a piscina. —‌ digo, enfatizando o pronome e a jogou sua cabeça para trás, rindo.
—‌ Ou… —‌ disse em um tom sugestivo —‌ Simplesmente podemos falar que transamos.
—‌ As pessoas vão saber que transamos, . —‌ falei enfático.
—‌ Elas vão mesmo. — afirma dando uma risada e eu aproveito para me afastar um pouco da , segurando na sua mão e girando a garota, soltando-a em seguida.
— Você está ótima e quer saber? Eu não me importo.
—‌ Hãm?
—‌ Eu não me importo das pessoas ficarem sabendo. —‌ explico ainda segurando na mão da garota e gesticulando com a cabeça para ela se aproximar.

olhou por um instante, sorrindo antes de se aproximar e envolver minha cintura com o seu braço; aproveitei para passar o meu sobre o ombro da e sairmos desse jeito da área da piscina.
Quando voltamos para o ginásio, obviamente, algumas pessoas lançaram olhares discretos e outras nem tanto, mas a verdade é que naquele momento a gente não se importava com o que elas estavam pensando.

UM MÊS DEPOIS
SEXTA-FEIRA, 19H00


Escutei a campainha do meu apartamento tocando e fui andando meio apressado até a porta, abrindo-a e dando de cara com aquele sorriso simpático que eu recentemente tinha admitido que sentia falta.
Seus fios loiros estavam levemente bagunçados, dando um ar mais jovial para a que agora estava cruzando os braços e me encarando como se esperasse por alguma reação além daquela de ficar encarando-a.

—‌ Oi, . —‌ ela diz, com um brilho diferente nos seus olhos e contendo um riso.
. —‌ digo envolvendo a mulher pela cintura e puxando-a para um beijo.

Quando minha língua pediu passagem, cedeu no mesmo instante, fazendo com que o nosso beijo fosse aprofundado. Suas mãos subiram pelos meus braços até alcançarem meus cabelos e seus dedos se afundaram nos meus fios.
Fiz menção de entrar no apartamento, contudo, a me conteve, separando os nossos lábios e eu fiz um pequeno bico.

—‌ Não vai entrar? —‌ questiono e ela sorri abertamente, intensificando aquele brilho dos seus olhos.
—‌ Claro que não, . —‌ fala de um modo firme. —‌ Ainda temos algumas aventuras para viver, certo?

Seus lábios formulam um sorriso repleto de malícia, contrapondo-se ao divertimento estampado nos seus globos oculares.

—‌ ? O que está se passando nessa cabecinha? —‌ pergunto segurando no seu rosto.

Mas, eu já sabia da resposta.
A estava pronta para reacender aquela chama que possuímos quando somos mais jovens e eu definitivamente estou feliz por ela ter me escolhido como parceiro desses momentos.

—‌ Bem, aconselho você pegar uma roupa extra e... —‌ fez uma pausa, trazendo um tom mais libidinoso para a sua voz —‌ Camisinhas. —‌ disse com uma piscadela na minha direção.

Estava curioso sobre quais ideias estavam se passando na mente da garota, entretanto, tinha vindo disposta a manter um certo suspense de qual seria a nossa próxima aventura e é um fato inegável que eu, , estava disposto a encarar qualquer coisa ao lado dessa mulher.



Fim.



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Nota da autora: Sem nota.






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