Autora: Li
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Finalizada em: 18/04/2023.



História que deu origem à Damn Girl (+18)

Quando aceitou a missão intitulada Survive – n° 149, ela não fazia ideia de que se envolver na vida de fosse um caminho sem volta. Nunca lhe ocorreu passar por isso na vida. Esse mix de sentimentos conflitantes que ele despertou na moça, todos misturados em seu coração, vieram de uma vez, invadindo sua alma, no dia em que ela o conheceu.

Flashback on, meses antes em uma das ruas de Tóquio

é um homem extremamente elegante e logo é notado ao passar pelas pessoas no parque onde está agora. Com seus 30 anos, recém completados, é bastante educado, um cavalheiro e um homem de poucas palavras e muito dinheiro. Com seus negócios muito bem sucedidos, ele tem uma empresa que comercializa roupas, as mais caras e sofisticadas. Sua marca é conhecida internacionalmente, a Seven é sua grande fonte de lucro. Bom, pelo menos é isso que quer que todos pensem. Quase ninguém sabe, mas o jovem é o mais novo homem a chefiar a Máfia Japonesa.
A Polícia Internacional, a Interpol, tem suspeitas dessa chefia estar nas mãos dele atualmente e é justamente para colher provas disso que criaram a missão número 149, que tem o título de “Survive”.
Nesse lindo e ensolarado dia em Tóquio, está com um de seus caríssimos e bem alinhados ternos enquanto aguarda a chegada de um cliente. O parque onde está, completamente movimentado, famílias passeiam, casais se encontram e amigos se divertem. Alheio a tudo isso, ele aguarda pacientemente, tão alheio que nem percebe a aproximação perigosa da jovem moça.

— Oh, meu Deus, me perdoe! — suplica a voz feminina próxima a . Abismado, ele observa o estrago feito pela jovem que acaba de derrubar o café em seu terno.
— Olha o que você fez!!! — brada ele, furioso de um jeito que não esperava ficar.
— Me desculpe! — ela pede novamente, visivelmente arrependida de seu ato desastroso.
— Esse terno é caro, sabia? — diz ele retoricamente. — Quem toma café num calor desses?
— É café gelado... — explica.
— Quem toma café gelado? — ele faz uma expressão de repulsa e completa: — Arrr, deixa, eu vou tirar o paletó — diz, ao ver a aproximação dela para tentar limpar o terno dele. — Você é muito desastrada, garota.
— Eu não sou uma garota! — ela briga.
— Ok, senhora... — zombando, passa as costas dos dedos pelo paletó e camisa melados de café e sai na direção oposta à moça.

Sem olhar para trás, o rapaz chega até seu carro, onde um de seus seguranças disfarçados se aproxima para ver o que está acontecendo.

— Precisa de algo, senhor ? — pergunta ele, solícito.
— Não, só vim trocar de camisa e de paletó — diz ele, retirando o paletó e abrindo a porta traseira do carro. — Sorte eu ser muito prevenido — comenta e retira a camisa também pondo ambas as peças sujas no banco detrás do carro.
— Que bom, senhor. Caso precise de algo...
— Eu aviso sim — o homem completa a frase do segurança e completa: — Relaxe um pouco, Ren, aproveite o Sol que está fazendo — ele sorri e pega outra camisa limpa e um paletó reserva que sempre leva no porta-malas do carro.
— Preciso estar atento, senhor. Devido aos últimos acontecimentos, prefiro não arriscar — diz ele e observa o chefe abotoar a camisa limpa.
— Aquele evento não irá se repetir — termina a fileira de botões da camisa branca e põe seu excedente para dentro da calça, pegando o paletó em seguida. — Não se atreveriam.
— Nunca se sabe, senhor — alerta Ren, que é chefe de segurança particular de , recebendo o olhar sereno do .
— Estou muito bem protegido e, de qualquer forma, eu sei me proteger — ele abre um sorriso de canto. — Obrigado pelo trabalho árduo, Ren.

O segurança apenas acena com um gesto discreto de cabeça e observa se afastar novamente do carro, ajeitando o paletó que acaba de vestir, o homem retorna à sua posição anterior de vigia.
Finalmente o cliente chega e vai diretamente ao encontro de que, instintivamente, observa ao redor para certificar-se de que não há nenhuma garota desastrada pronta para derrubar o café nele. Sentindo-se ainda mais em alerta, o homem segue com a reunião que lhe rende bons frutos, certamente ele terá bastante lucro com esse negócio.

[🔥]

A elegância com que o homem caminha em direção ao interior do grande salão é de invejar qualquer um que o olhe. Realmente a presença de chama a atenção por onde quer que ele passe. Mostrando um sorriso discreto no canto de sua boca, o homem continua sua caminhada leve e vai até um de seus maiores e antigos clientes.

! — diz Katsuo, feliz por ver o velho amigo.
— Katsuo! — responde no mesmo tom animado e eles se abraçam brevemente. — Bom revê-lo, meu amigo.
— Digo o mesmo, como andam os negócios do grande ?! — questiona ele, pomposo e fazendo um gesto para que um dos garçons lhe traga uma bebida.
— Prósperos, como sempre — responde o em tom de orgulho. — Soube que fará parceria com os Yoshida, verdade? Fico feliz em saber que também está prosperando, amigo.
— Oh, sim, é verdade — diz Katsuo, animado e engata uma longa conversa sobre os novos negócios.

Atento a tudo, consegue demonstrar real interesse ao que Katsuo diz e às pessoas ao seu redor. Muitos deles são rostos conhecidos, portanto é fácil para o homem perceber a presença de uma mulher estranha. A partir do momento em que a vê, não consegue mais dar cem por cento de sua atenção à conversa com o amigo, que ainda profere sobre os Yoshida e a milionária parceria que fechou com eles, mas isso não importa para o , os detalhes da negociação e do contrato final não são de seu interesse no momento. O que ele quer realmente saber é quem é aquela moça e o que ela faz aqui num evento tão seleto?
Pedindo licença à Katsuo e aproveitando a chegada de um outro amigo que agora terá que ouvir sobre a longa negociação com os Yoshida, pega mais um copo de whisky e caminha na direção da mulher. O que ela faz aqui? Essa pergunta ronda a mente dele desde que a viu minutos atrás e a seguiu com o olhar por onde quer que ela fosse. Agora ela está parada em frente a uma das longas mesas com parte do buffet. Sorrateiro, o homem se aproxima dela, que parece estar distraída.

— Espero que isso não seja café gelado — diz ele ao se aproximar nas costas dela que se vira para encará-lo, ainda com a borda da taça de vinho encostada na boca. — Olá, moça que não é uma garota — ele sorri de canto, galanteador e ergue levemente seu copo de whisky, bebericando um pouco em seguida.
— Olá — responde a moça, levemente assustada com a aproximação repentina dele.
— O que faz aqui num evento tão elegante? — antes dela responder, ele completa sua frase: — Não que você não seja elegante o suficiente para estar aqui, mas é que eu fiquei curioso em saber quem é você, moça do parque — ela sorri de leve.
— Sou convidada dos Inoue, conhece? — ela diz e dá um gole no vinho de sua taça.
— Claro que eu conheço — responde ele de imediato. — Conheço toda a família.
— Imaginei. Sou amiga da Aimi e do Ichiro, irmão dela.
— Os irmãos Inoue, pessoas interessantes — ele sorri e bebe mais um pouco de seu whisky sem tirar os olhos da moça.
— Concordo — diz ela e também sorri discretamente. — Bom, eu preciso voltar para a conversa interessante que eu estava tendo a pouco — ela já ia saindo, mas se mexe para o lado, levemente, barrando a passagem dela.
— Acredito que, se a senhorita saiu para buscar um novo ar, é porque a conversa que estava tendo não era assim tão interessante — ele ergue a sobrancelha e continua sorrindo de canto.
— Sou obrigada a concordar novamente — ela ri abertamente e balança a cabeça.
— E, além do mais, a senhorita não me disse o seu nome.
— Nem você — lembra ela, provocativa.
— Me chamo , prazer — ele estende a mão livre para ela, que repousa sua mão livre sobre a dele, e recebe um longo beijo ali e uma encarada profunda que faz a moça perder levemente o tempo de sua respiração. — Prazer, senhor .
— Apenas , por favor. Se é amiga dos Inoue é minha amiga também — ele diz e completa: — Se quiser, é claro — ela sorri, envergonhada.
— Se prefere dessa forma, , o chamarei assim.
— Agora diga-me o seu nome. Estou curioso em saber se é tão lindo quanto sua dona — a jovem sente o rosto esquentar.
— Sayuri , prazer — responde ela sorrindo.
— Sayuri... lindíssimo nome, porém não tão lindo quanto você, senhorita volta a pegar a mão livre dela e a beija novamente.
— São seus olhos, . E... chame-me de Sayuri.

Ren aproxima-se dos dois de maneira totalmente surpreendente.

— Senhor — diz ele, recebendo o olhar reprovativo do chefe.
— O que houve, Ren? — diz mudando seu humor, de repente.
— Preciso lhe falar em particular, senhor.
— Outra hora, Ren — ele volta a se virar para a mulher, mas é interrompido por Ren.
— Receio ter que ser agora, senhor — insiste ele.
— Qual parte do “outra hora” você não compreendeu, Ren?

Qualquer pessoa em sã consciência que recebesse o olhar que lança agora para Ren, recuaria de imediato e o deixaria em paz. É justamente isso que o segurança faz, apesar de contrariado.

— Perdão pela confusão, Sayuri — diz o homem, voltando ao seu tom sereno e galanteador.
— Tudo bem, — ela sorri e completa: — Você é um homem misterioso — diz ela, de repente, fazendo o arquear as sobrancelhas, surpreso.
— Você acha?
— Acho.
— Está a fim de desvendar esse mistério?

Ambos se encaram e exalam uma intensidade e tesão muito grande. Quase palpável. Eles sorriem um para o outro enquanto bebem suas bebidas discretamente. Ao fim, aguarda a resposta da moça, que vem quase em um sussurro prazeroso.

— Seria um prazer.

ainda não sabe, mas a mulher com quem está prestes a ter uma intensa noite de prazer é , agente da Interpol responsável por colher provas contra ele. Mal sabe ele que, literalmente, ele irá dormir com o inimigo.

[🔥]

— Então quer dizer que a senhorita é assistente da senhorita Inoue?

e , que ele ainda acredita se chamar Sayuri, estão nesse momento em um restaurante jantando. Passam-se alguns dias desde o primeiro encontro deles no evento exclusivo que frequentaram, desde então eles não perderam mais o contato e se veem praticamente todos os dias. Até agora, não conseguiu colher nenhuma informação que afirme ou refute a acusação contra o .

— Sim, desde que ela começou sua carreira de modelo há dois anos — confirma ela a sua história de ser assistente da Aimi Inoue, que é modelo famosa nacionalmente. O que não deixa de ser verdade, já que ela é de fato a assistente da Aimi, porém, a amiga não sabe da real profissão e identidade da agente.
— Que interessante — comenta ele e completa: — Uma pena eu não ter o prazer de conhecê-la antes.
— Mas me conhece agora, não é? — dá um gole em sua bebida e põe de volta a taça ao lado do prato.
— De fato — faz um gesto rápido com a cabeça concordando.
— Sabe, , eu tenho curiosidade sobre você — ela diz, de repente.
— Estou aqui para sanar todas as suas dúvidas, Sayuri — ele diz, sorrindo de leve e maneira galante.
— Soube de histórias. Bom, histórias que eu diria serem bastantes fantasiosas a seu respeito — antes mesmo dela continuar falando, já sabia do que se trataria o questionamento da moça. Mesmo incomodado com o assunto, o rapaz a deixa concluir seu pensamento. — Soube que você seria o mais novo chefe de uma organização — ela abaixa o tom de voz a seguir — duvidosa. Dragões de Tóquio, acho que é esse o nome...
— Sayuri — ele fala, interrompendo a fala dela, perdendo um pouco o controle de sua voz, mas logo o recuperando na frase seguinte. — As pessoas falam demais, você deve imaginar já que trabalha no mundo da moda que é bastante, digamos, competitivo. Onde se faz de tudo para se conseguir fama e prestígio. Não posso dizer que me sinto ofendido, de fato, com tais boatos a meu respeito, pois estaria mentindo. Eu realmente não ligo, porém — ele faz uma breve pausa e prossegue: —, eu detesto pessoas que tentam se vangloriar às minhas custas, criando boatos infundados sobre mim, sobre a minha vida, o que eu faço ou deixo de fazer e com quem.
— Perdoe-me, , perdoe-me por...
— Não peça perdão por algo que não é sua culpa, Sayuri — apressa-se ele.
— Eu te ofendi com minha curiosidade descabida, claro que lhe devo desculpas por isso — ela finge estar arrependida e faz toda a cena para que ele não desconfie dela.
— Você não me ofendeu, Sayuri — ele segura uma das mãos dela e sorri. — Você nunca me ofende ou incomoda.

O olhar de demonstra o total rendimento do rapaz para com a moça à sua frente. , em seu interior, sente em ter que enganar um cara como ele que ela descobriu ser um rapaz muito gentil, romântico – incluindo na hora do sexo – e muito tranquilo. Porém, ela também percebeu alguns picos de mudanças de humor dele, principalmente quando o segurança Ren está por perto, a tensão com que fica é notável. Em várias vezes em que esteve com eles, notou a apreensão de e a troca de olhares dele para seu segurança. Isso ainda a intriga.

Meses depois…

está em seu apartamento observando a pilha de papéis há mais de duas horas, na mesma posição. Neles há as provas que ela tanto buscou durante esses meses de investigação infiltrada na máfia comandada por , que ela agora tem certeza de que ele é o comandante da organização. Ninguém sabe que ela tem posse dessas provas, isso não foi reportado para seus superiores na Interpol, não enquanto a dúvida em seu coração existir. A moça está se sentindo tão confusa e ansiosa, pela primeira vez em sua vida ela não sabe se entrega um suspeito ou não. Pela primeira vez na vida ela não sabe se deve desarticular uma grande e perigosa organização criminosa. Pela primeira vez ela está amando alguém que está envolvido em suas investigações.
Nunca se envolver.
É o lema dela. Porém, parece que seu lema, que por muitos anos ecoava como um mantra em sua mente, lhe deu uma bela rasteira e a fez se apaixonar por um mafioso. Apesar de negar para todos, sabe que está apaixonada, só não sabe lidar com esse sentimento e sua profissão, seus deveres como agente especial da Interpol.
Finalmente ela decide tomar uma atitude e levanta-se do sofá, caminhando até a cozinha onde pega um isqueiro e um balde de metal que estava na área de serviço. Dentro do balde ela joga todos os papéis, todas as provas que reuniu, acende o isqueiro e deixa queimar alguns papéis até que tenha chama suficiente para queimar o restante. Ela observa as provas contra queimarem dentro do balde, as chamas ficando cada vez mais fortes e cada vez consumindo mais papéis.
O toque que escolheu para ser o de avisa que o homem está ligando para ela.
olha para tela de seu celular e vê o nome dele no visor. Sem coragem alguma de falar com ele agora, ela resolve ignorar e deixa que a ligação caia na caixa postal. Cansada, ela se joga no tapete da sala e continua encarando o balde em chamas. Essas são as únicas cópias das provas contra , ela fez questão de certificar-se disso antes de fazer o que fez. Não quer correr o risco de descobrirem tudo, mas ela ainda tem que lidar com a pressão de seus superiores sobre ela, supostamente, ainda não ter encontrado nenhuma prova contra o mafioso. Mas ela não está com cabeça para lidar com isso agora. Ela nem sabe se algum dia quer lidar com esse fato.
resolve sair um pouco para se distrair da pressão que sente. Após apagar o fogo, jogando o balde na pia da área de serviço e abrindo a torneira até que não houvesse mais faíscas, a moça pega seu casaco e sai pelas ruas de Tóquio sem destino certo. O celular em seu bolso está no modo silencioso, mas ela olha de vez em quando e vê que ainda liga para ela, insistentemente. Certamente ele está com saudades ou a convidaria para sair para jantar. não tem coragem de encará-lo agora, como pode, se acabou de queimar provas contra ele? Se bem que, certamente ele ficaria feliz pela demonstração de afeto da moça por ele, mas ela também sabe que ele não a perdoaria por mentir. demonstrou, durante todos esses meses que convive com ele, ser um homem gentil, meigo e bastante romântico, porém, mostrou-se também ser impaciente à mentira.
Ela fecha os olhos por alguns instantes e para de andar, suspirando e sentindo o vento frio da noite de inverno tocar sua pele. De repente, ela ouve um barulho que a faz abrir os olhos instintivamente. Ao abrir, ela se depara com cinco homens que certamente não são de confiança.

— O que uma linda mulher faz sozinha aqui e a essa hora? — comenta um deles, aproximando-se de de maneira predadora.
— Olha só, ela do tipo muda — diz um outro homem, também se aproximando.
— Afastem-se! — alerta ela, assustada, porém pronta para sacar sua arma pendurada em sua coxa.
— Hm, ela fala, que voz sexy... — diz o primeiro homem e tenta pegar o rosto de , mas ela se afasta.
— Afastem-se! Já disse! — volta a alertar, sem sucesso.
— Não precisa ter medo, princesa, não lhe faremos mal — a voz de um terceiro homem anuncia.
— É, apenas se você gritar... — o segundo homem ri com a própria fala e segura por trás.
— Me solta! — ela diz, assustada.
— Só mais tarde — sussurra ele em seu ouvido, a moça sente o corpo se arrepiar de nojo e repulsa.

Ela pode facilmente sair do abraço dado pelo homem, mas, antes mesmo dela começar a sua fuga, é ouvido um alto barulho de moto ficando cada vez mais alto. Ao olharem para direção do barulho, é vista uma linda e grande moto preta, seu ocupante para ao lado da calçada, fazendo os homens que ali estão se afastem e soltem . O homem que pilota a moto ergue o visor de seu capacete, revelando seus lindos olhos .

? — questiona , retoricamente, de maneira surpresa.
— Sobe — pede ele, acelerando a moto. — Receio acabar com seu passeio noturno, mas aqui não é lugar para uma senhorita como você.
... — comenta um dos homens e recebe o olhar irritado de .
— Ainda bem que sabem quem eu sou — diz ele. — Fiquem longe dela! — alerta o homem e volta seu olhar para . — Senhorita, por favor, suba — ele volta a pedir.

, sem ter outra opção, sobe rapidamente na moto, colocando o outro capacete e acelera, saindo dali o mais rápido que pode. Ele vai cortando as ruas quase desertas de Tóquio rumo a algum lugar desconhecido por . No momento, ela está mais preocupada em não cair da moto, a velocidade excessiva usada por ele a assusta.

, vá devagar! — ela grita, assustada com a alta velocidade que estão agora.
— Não precisa ter medo, segure-se bem, ok? — grita ele de volta.
— Ahhhh! — ela aperta mais o abraço nele que sorri com o gesto, o homem desacelera aos poucos, para o grande alívio dela.

finalmente chega até seu destino traçado em sua mente: o porto da cidade. Eles desembarcam da moto, levando consigo os capacetes, e segura a mão de puxando-a com ele até a ponte que leva ao seu iate. Eles entram no veículo aquático, o balançar leve do mar movimentando-o. vê o homem subir até onde fica o controle do iate e dar a partida. Eles navegam por alguns minutos, tudo escuro, tirando apenas a luz produzida pelo farol improvisado do iate. para próximo à costa, mantendo o barco ancorado e desce até a parte interna levando sua convidada com ele.

— Fique à vontade, Sayuri — diz ele, educado, e pega dois copos no armário. — Beba isso para se recuperar do que houve — sugere, enchendo os copos com vinho e entregando um deles para que senta-se no sofá acoplado à parede do iate.
— Obrigada, , por ter me salvado e… obrigada — responde a mulher com a voz embargada. percebe, sentando-se ao seu lado.
— Quer me contar o que aconteceu? — indaga, curioso, e bebe um pouco de vinho.
— Aqueles homens queriam me levar para algum lugar, certamente. Eu nunca tinha passado por ali antes, eu estava perambulando por aí — diz ela também bebendo.
— Jamais permitiria que lhe fizessem mal — diz o homem, levando a mão livre ao rosto dela, acariciando o local.

está apaixonado por ela.
Rendido ao encanto pela moça, o chefe da máfia toma seus lábios em um beijo gentil e quente que é brevemente interrompido para colocar os copos sobre a mesinha e logo é retomado. quer resistir ao charme dele, mas não consegue. Seus sentimentos por ele também são fortes e igualmente intensos. Enquanto tem as roupas retiradas pelas mãos habilidosas de , homem que ela deveria prender por ser chefe de uma máfia perigosa, pensa em todo o dilema vivido por ela. O que ela deve fazer é óbvio para qualquer um: entregar à Interpol. Porém, as provas que possuía foram destruídas, as únicas provas contra ele, ela tratou de certificar-se de que eram as únicas. Mas, e se tivessem conseguido mais coisas contra ? Ela deve ficar com ele? Se isso ocorrer, ela deve deixar seu cargo na polícia internacional. Não haveria cabimento. Ela deve parar agora, deve entregá-lo à Interpol e seguir sua vida longe dele.
Mas as mãos de invadindo-a, seus lábios beijando-a e…
Ela não pode parar agora.

[🔥]

Está prestes a amanhecer.
observa o horizonte, o olhar perdido na imensidão do mar. Seus pensamentos estão voltados para as informações que recebeu há duas horas. Informações essas que comprovam a suspeita de sua equipe de segurança: Sayuri é uma mentira.
Ren havia avisado ao chefe sobre a possibilidade de Sayuri estar mentindo, mas foi ingênuo e acreditou que poderia ser mentira, um exagero de seu segurança. Leigo engano. , esse é o verdadeiro nome dela. então, a mulher com quem dormiu, por quem entregou seu sentimento verdadeiro era uma falsa, uma agente da Interpol pronta para entregá-lo aos cães da polícia internacional. Traidora…
Mas, isso não ficaria assim. Ah, não ficaria.
Assim que o Sol surge no horizonte, vê chegar um barco de apoio que solicitou há alguns minutos para levá-lo de volta à costa. ainda dormia na cama dentro do iate. Neste momento, o que precisa é ficar longe dela ou seu plano de vingança ruirá no instante em que seus dedos tocarem a pele macia de .

Horas depois…

Faz alguns minutos que havia chegado a sua mansão. Está em seu escritório aguardando pelo despertar de . Ontem, depois de transarem, eles beberam ainda mais vinho e dormiram bêbados. Ele acordou antes e a deixou dormindo. Depois que deixou o iate, pediu para levarem para sua mansão e para prenderem-na em uma cadeira, não a deixando escapar de jeito nenhum. Ele gira seu copo de whisky displicentemente, ouvindo o tintilar da pedra de gelo no vidro.

— Com licença, senhor — fala o rapaz vestido com um terno preto, óculos escuros e possue um comunicador no ouvido. Ele é um dos seguranças que cuidam dos arredores de sua propriedade.
— Diga — ele diz com a voz grave e cansada.
— A senhorita acordou, senhor. — o rapaz levanta o olhar e o encara.
— Ótimo. Já estou a caminho. — o sorriso de canto é inevitável, mesmo diante de toda frustração que ele sente agora — Não façam nada até eu chegar. — ordena, por fim, e o manda sair.

iniciará seu plano, finalmente.

[Para ler o que acontece nessa parte leia Damn Girl (+18)]

[🔥]

Ter a jovem agente adormecida em seus braços era algo que o mafioso ansiava, mas que não sabia ser tão prazeroso. Seus corpos colados, pernas entrelaçadas, um abraço apertado e a cabeça dela repousada no ombro dele. As respirações serenas agora, contrapondo-se ao frenesi de horas atrás.
Já está quase amanhecendo, mas não pretendia sair dali agora. Moraria ali com a em seu abraço para sempre. Porém, nada é tranquilo na vida do homem. Ouviu as batidas na porta e uma voz grave anuncia.

Senhor , está tudo pronto para partirmos — após dar seu anúncio, o dono da voz se afasta da porta e sai.

Suspirando frustrado, se mexe involuntariamente e acaba acordando a moça, que logo o encara com o olhar sereno.

— Bom dia, — ele a chama de maneira carinhosa, mesmo após descobrir a verdade sobre ela. — Dormiu bem?
— Sim — com a voz rouca da moça, ela diz e pigarreia levemente. — Você precisa ir, não é?
— Você ouviu? — ela confirma com um gesto de cabeça e fecha os olhos por um instante, abrindo-os em seguida — Sim. Vem comigo?
— Para onde vai? — questiona ela, curiosa.
— Uma reunião com um cliente novo. Não sei os detalhes, mas, parece ser um bom negócio para a Máfia — esse cliente havia contatado o há alguns dias marcando essa reunião.
— Entendo — tem uma expressão inquieta no rosto, de repente sente que deve perguntar algo para ele.
— Pode perguntar — parecendo adivinhar o que a moça pensa, ele diz e sorri. O sorriso de pela manhã é algo que quer ver sempre. Não há a menor dúvida para ela.
— Como faremos sobre nós? — essa é a mesma pergunta que se fazia.
— Não sei — responde ele, a voz mais sussurrante do que ele gostaria e completa: — Eu só sei que eu amo você. — antes de responder, a mesma voz grave de antes chamou novamente:
Senhor ?
— Já estou indo! — grita , irritado com a interrupção.

O dono da voz mais nada profere. volta a olhar para ela que sorri. O coração do rapaz é tomado de um calor tão grande que ele não sabe explicar. Nunca havia sentido nada parecido. Ele deseja sentir mais disso.
E, se for por ela, será melhor ainda.
Eles levantam, fazem a higiene pessoal juntos e se arrumam para o encontro com o tal cliente. Apesar de ter ficado bastante irritado com a mentira de , havia comprado presentes para ela: roupas e jóias. Usando um vestido na altura dos joelhos, sapatilhas confortáveis e um colar fino dado por , acompanha o rapaz até a reunião que será em um parque. No caminho, eles conversam no carro.

— Esse cliente veio de onde? — indaga ela num tom preocupado.
— Entrou em contato há algumas semanas — responde olhando a tela do celular. — Está preocupada com algo? — ele lança seu olhar para ela.
— Sabe que eu sei que pode ser uma emboscada para te pegar — ergue as sobrancelhas.
— Vamos ver se seriam tão atrevidos assim — brinca ele, rindo confiante.
segura o braço dele, chamando sua atenção. — Eles certamente já notaram que as provas que tinham contra você sumiram e…
— Armaram uma emboscada para mim — ele completa a frase, óbvio. — Eu sei disso — também já sabia da emboscada e armou um plano junto com sua segurança. — Já cuidei desse detalhe, não se preocupe, minha querida — diz, carinhoso, e dá uma piscadela.

, apesar de confiar na segurança da máfia, está preocupada que algo aconteça com . Sabe que seus colegas, ou melhor ex colegas, não medirão esforços para pegá-lo. Vivo ou morto. Essa é a ordem.
A essa altura, já havia tomado sua decisão. Ter transado com o chefe da máfia e estar no carro ao lado dele de mãos dadas já é uma decisão. Ela deixará a Interpol. Provavelmente se tornará um alvo deles a partir do momento que fugir com , mas o que ela quer agora é parar de lutar contra seus sentimentos.
O carro é estacionado próximo ao parque. havia passado o plano brevemente para , para que ficasse ciente do que ocorreria. Ela está nervosa, parece até o dia em que trabalhou em campo pela primeira vez assim que entrou na polícia. Eles caminharam de mãos dadas até o interior do parque e, discretamente, Ren os acompanhou de longe. Fingiram estar apenas passeando como um casal feliz. Passam alguns minutos e se afasta de por alguns instantes, o tempo apenas para comprar-lhe uma bebida. É o suficiente para a mulher ser abordada por alguém que ela conhece bem.

— Venha comigo, agora — diz um homem, puxando o braço de com força.
— Ryuki — ela o chama pelo nome. — Me solta! — exige, sibilando.
— Onde você escondeu as provas? — acusa ele, fazendo arregalar o olhar. Sabemos que estão com você, diga onde?!
— Estão na central que é onde sempre estiveram — ela mente tentando livrar-se do aperto dele. Ryuki insiste.
— Sabe perfeitamente que você as roubou! — volta a acusá-la. — Não acredito que se rebaixou ao mafioso de quinta — ele diz com asco em sua fala e expressão facial.
— Não fale assim comigo, Ryuki! — exige ela, soltando-se do braço dele. Ryuki volta a segurá-la com força.
— Dormiu com ele, não foi? — sibila com nojo. — Não esperava isso de você, !

Nesse momento, retorna e vê a cena.

— É melhor afastar-se dela — diz ele com a voz calma. Ryuki congela e solta o braço de .
— Abaixa essa arma, — pede ao ver a arma do rapaz apontada para a nuca de Ryuki que ergue os braços em rendição.
— Se chegar perto dela novamente, eu atiro. Não paro nem se ela me pedir — ameaça e completa: — Eu ouvi o que disse a ela — revela fazendo Ryuki virar seu olhar para ele, movimentando apenas o pescoço. — Tem muita coragem de falar assim com minha namorada — arregala os olhos, surpresa.
— Terá o que merece, — ameaça Ryuki ainda com o olhar sobre que solta uma risada.
— Vamos ver quem terá o que merece primeiro.

Dito isso, dá o sinal para sua equipe. Dá-se início a um intenso tiroteio. Ryuki leva uma coronhada de e desmaia. O mafioso puxa consigo e eles saem dali, escondendo-se atrás das árvores. Tiros são disparados dos dois lados: da máfia e da polícia internacional. consegue reconhecer alguns ex colegas e teme pela vida de . A Interpol veio com a elite de seus agentes para matá-lo. Sim, a real intenção é clara de matar . Se não fosse isso, certamente não trariam tantos agentes especialistas em tiro assim.
Temerosa e angustiada, tenta convencer a fugir o mais rápido possível. As pessoas que curtiam o dia lindo que faz em Tóquio hoje já haviam fugido desde o início dos tiros. quer fazer o mesmo, mas não deseja abandonar sua equipe ainda. Não é o momento.
Mas, algo sai do trilho de seus planos e ele se vê cercado por três policiais fortemente armados.

— Não há escapatória, ! — grita um dos policiais que reconhece como ser o chefe da operação, Ryo.
— Sempre há escapatória — debocha , rindo, e protegendo com seu corpo. — Teremos que improvisar, minha querida — sussurra ele para ela que segura em seus ombros.
— Não tem como sairmos vivos, nós… — ela sussurra de volta, mas é interrompida por Ryo.
! — grita ele, chamando sua atenção. — Esperaria isso de qualquer agente, mas de você nunca! Traidores merecem morrer e eu faço questão a ser eu o executor de sua sentença.
— Senhor Ryo… — a interrompe com sua risada alta.
Nunca que eu deixaria você — desdenha — tocar num fio de cabelo dela — diz parando de rir de repente e apontando a arma para Ryo. — Nem por cima do meu cadáver.

aperta os ombros de , assustada e prevê o perigo com o movimento dos policiais atrás dela. Agindo com rapidez, ela empurra para o lado e ouve o disparo passar bem onde ele estava. cambaleia e vira o rosto para que também desvia do tiro. Ela saca sua arma e atira nos policiais atrás dela, se encarrega de atirar no outro policial e em Ryo, mas, antes de ser atingido, o chefe da operação atira na direção de .
grita por ele.

— Não!

Sem pensar, ela se joga na direção da bala, mas tem o corpo empurrado para o lado e ouve o gemido contido de . Ele é atingido no braço de raspão, o sangue manchando a camisa rasgada pela bala. Ele controla sua dor e, agora que não tem inimigos tão próximos, conduz para um lugar seguro. Ele vê Ren lhe dar cobertura e começa a correr segurando pela cintura. Ela o acompanha e eles saem do parque. A maioria dos policiais que cercavam o parque haviam sido aniquilados pela equipe de . É impressionante o poder de fogo e estratégia da máfia comandada por ele.
No meio do caminho da fuga, para de correr, ofegante.

, precisamos ir agora! — diz ela, angustiada.
— Nós trabalhamos bem juntos, né? — ele a encara, perguntando do nada.
— Sim… trabalhamos, mas temos que ir… — tira do bolso de sua calça uma caixinha preta, mostrando o objeto para .
— Abre.

Pede o rapaz, oferecendo a caixinha para que a pega com as mãos trêmulas. Ao abrir, é revelado um lindo anel com um grande diamante em cima.

— Quer ser minha parceira para sempre, ?

O pedido é feito e não há outra resposta que possa ser dita por que não seja um…

— Claro que aceito! — ela se joga nos braços dele, geme um pouco por causa da dor, mas acolhe sua amada em seus braços. Aconchegante. — Agora, por favor, vamos embora.

O mafioso não segura a risada.
Rendido ao charme persuasivo de sua noiva, a segura pelo braço e volta a correr rumo a sua fuga. Sua mágoa pela mentira havia cessado no instante que a beijou em seu escritório ontem. Não lembrava-se mais de sua raiva ao descobrir que ela era uma agente da Interpol enviada para prendê-lo. Ele descobriu depois que ela havia livrado-se das provas que tinham contra ele, teoricamente é um homem livre de acusações. Óbvio que agora ele precisará livrar-se de possíveis provas que voltem a incriminá-lo, não será difícil executar essa parte do plano. Difícil mesmo será esperar para ter uma lua-de-mel com . Por isso, ambos fogem diretamente para o porto da cidade, voltam a embarcar no iate e navegam rumo a Hokkaido, lá tem, além de proteção já que boa parte de seus homens domina a ilha, um lindo lugar para passar seu pós-casamento com sua amada esposa.
Ele mal vê a hora de estrear sua cama de casal da mansão em Hokkaido com a demonstrando suas habilidades na hora do sexo.
se excita apenas em imaginar.



Fim.



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Nota da autora: Nossa, eu demorei literalmente 2 anos para fazer a continuação de Damn Girl hahahahah mds, que tormenta terminar isso. Mas ok, terminei e ficou exatamente como eu queria! Kohshinho me ajudou a concluir Survive, é meu presente de aniversário pelos 46 aninhos dele. Parabéns, meu amor, te amo <3
Obrigada por ter lido e, se puder, comenta!
Beijinhos da tia Li <3








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