O Amor do Lobo



    Autora: Pukifee
    Revisora: Sereia Laranja
    Scripter: Ana Paah
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Última atualização: 23/04/2022
Capítulos: 01






A nevasca aumentou, e com ela a dificuldade para andar sobre a neve. Suas pernas doíam, o frio estava congelando os seus ossos, mas a criatura angelical desfalecida em seus braços era mais importante do que as suas próprias limitações físicas.
Sasuke não tinha muito tempo, precisava encontrar alguém de bom coração que pudesse ajudá-lo. A ventania era forte o suficiente para fazê-lo retroceder alguns passos, mas o amor por quem ele carregava era maior. Estava com tanto medo de perder o menino em seus braços, que nenhuma nevasca iria pará-lo.

— Eu prometo, Naru, que não irei te deixar morrer! — Gritou, lágrimas abandonando os seus olhos inchados de já ter chorado. — Eu prometo, irei encontrar ajuda!

Ele continuou sua jornada por mais longas horas. Em alguns momentos ele jurou que não fosse aguentar prosseguir, que fosse cair com o corpo frágil do outro sobre o chão, e que ambos morreriam juntos, congelados. Mas, Deus fora justo com os dois, e ele conseguiu aguentar a nevasca, mesmo que estivesse muito fraco, até avistar uma nuvem de fumaça e perceber que a origem dela vinha da chaminé de uma casa.

— Achei Naruto, achei uma casa, meu Deus, obrigado! — Agradeceu, afagando as bochechas frias do menino, que tinha cabelos tão loiros quanto fios de ouro. — Céus, meu amor, você vai ficar bem.

Sentiu um alívio enorme quando os seus pés deixaram o chão de neve, e tocaram pela primeira vez o de madeira do terraço. Depositou um beijo suave e gelado sobre a testa do menino desacordado, e bateu na porta, não demorando muito para que a figura de uma mulher velha surgisse de trás dela.
Sasuke olhou, exausto, nos olhos da desconhecida, que primeiro olhou para ele assustada, depois para o garoto azul em seus braços.

— Oh! Céus, meu Deus, o-o que, Jesus, entrem! — Ela deu espaço para ele entrar, ainda muito assustada para formular qualquer frase que fizesse sentido. — C-cêus, Sasori, desça aqui!

Um garoto ruivo, com cabelos longos que iam até o peito, desceu as escadas da casa. Ele usava um vestido longo e simples, como os camponeses e camponesas, de onde Sasuke veio, usavam.
Era uma família humilde, ele supôs, mas que vivia confortavelmente isolada da sociedade. O garoto, um ômega, correu em sua direção, e pôs uma das mãos sobre a testa do menino loiro.

— Ele não irá aguentar, está tão gelado quanto um cadáver. Vovó, o que faremos? — Olhou para a velha estática perto da porta, que piscou algumas vezes como se estivesse tentando sair de um transe. Ela passou as mãos sobre a testa, e em seguida fechou a porta.
— Vamos colocá-lo na cama. Rápido!

Sasuke seguiu a mulher e o rapaz, quando eles subiram as escadas com urgência. Suspirou profundamente quando sentiu o ambiente quente devido à chaminé acesa — diferente do frio enternecedor da nevasca que acontecia do lado de fora — aquecer a sua pele. Quanto mais eles subiam, mais aconchegante e quente a casa se tornava.

— Entre, vamos trocá-lo de roupa e colocá-lo debaixo dos cobertores — o garoto disse, indo em direção ao guarda-roupas do quarto, tirando de dentro algumas peças de roupas, que Sasuke presumiu serem dele. — Somos ômegas, então julgo que as minhas roupas caberão nele. Escolhi as mais confortáveis.
— Está bem. — Ele concordou, deitando o menino sobre a cama.
— Vocês são um casal? Q-quero dizer, se vocês forem um casal, não terá problema você trocá-lo de roupa, digo, você é um alfa, certo? Se você for só um conhecido, acho que ele não irá gostar de saber que foi despido por um alfa enquanto estava desacordado.
— É claro que eles são um casal, Sasori, você por acaso vê alguma semelhança neles para serem irmãos? Ou você acredita que um ômega e um alfa tão bonito fossem ser só conhecidos? Venha, meu filho, vamos trocá-lo de roupa. Sasori, traga-me um pano quente.

O ruivo revirou os olhos, mas obedeceu a avó, saindo prontamente do quarto.

— A senhora acha que ele irá ficar bem?
— Só o tempo para dizer, meu filho. Nós, ômegas, somos frágeis e adoecemos rápido. Talvez, devido ao frio, ele esteja com pneumonia.

A resposta da mulher atingiu o coração de Sasuke como uma adaga afiada. Ele prendeu a respiração por alguns segundos, antes de continuar.

— P-pneumonia?
— Sim, é uma condição, resultado de uma gripe forte. Vocês ficaram expostos à nevasca por muito tempo? – A idosa perguntou.
— U-uma semana. — Respondeu, ganhando um olhar assustado da desconhecida.
— Uma semana?! E como estão vivos?

Ele abaixou a cabeça, fechou os olhos e apertou os punhos em cima das coxas. Já tinha chorado muito, para ser sincero, já tinha chorado desde que o menino desmaiado começou a apresentar os primeiros sinais de que não estava bem. Tudo aconteceu tão rápido. Tinha o menino sorridente ao seu lado, rodopiando-o, cantando e falando sobre o quão feliz se sentia. De repente, o menino já não cantava mais, não o rodopiava, e nem falava sobre o quão feliz estava. Em uma fração de segundos, o menino pedia a sua ajuda para poder andar sobre os próprios pés.

— Hey, está tudo bem agora. Eu tenho a certeza de que o seu ômega irá ficar bem, e que vocês dois voltarão para casa.

Sentiu a mão enrugada da desconhecida sobre o seu ombro, mas não a olhou. Tudo o que ele queria, era que o menino deitado ao seu lado vingasse. Se Naruto morresse, Sasuke jamais se perdoaria. Ele viveria para sempre com o fardo de não ter conseguido protegê-lo. Ele, um alfa, não foi capaz de esquentar o próprio ômega quando ele mais precisou. Ele, que antes era a vergonha de um povo, agora seria a vergonha do amor da sua vida.

— Não temos uma casa para voltarmos.



Continua...



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Nota da autora: Sem nota.


Nota da revisora: Querendo maissssss dessa fanfic maravilhosaaaaaa!!
Estou apaixonada, rendida também. Já shippei horrores esses dois, agora estou sendo alimentada. Já quero mais, autora!






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