Naquela manhã, a brisa gélida era evidente e significativa. Não havia muitas pessoas na rua pela chuva constante e pelas enchentes em diversos bairros da cidade. Que lástima, pensei enquanto levantava e ia em direção a cozinha que estava gelada pelo constante frio. Eu tinha uma casa quente — apesar de estar um tanto fresca pelo clima — mas ainda sim um clima um tanto estável, e, enquanto decidia se ia comer pão ou torradas no café da manhã, tinham uns naquele mesmo momento decidindo se iam salvar a geladeira ou o fogão das enchentes nos bairros. As vezes me sentia como um estúpido em reclamar da minha vida quando tinha gente passando por coisa muito pior naquele instante, talvez eu fosse um egoísta por pensar somente em mim e nas minhas escolhas corriqueiras ou talvez eu fosse somente um humano não sendo vítima da humanidade, do descaso do governo e das injustiças do mundo. Não sabia dizer qual dessas hipóteses era realmente o que eu estava passando.
Enquanto caminhava em direção a cozinha com meu cérebro já pensando em meus próximos passos, levo a mão pelos cabelos preocupado e nervoso. Será que ela tinha me respondido ou será que a minha mensagem era somente mais uma perdida em sua caixa cheia de mensagens? Sabia que eu estava mais na segunda situação, porém, meu coração não quis se dar por vencido. Também sabia que fosse lá qual situação eu estivesse eu não iria desistir. Eu precisava saber o que Olivia estava pensando.
A cozinha cinzenta estava com a mesma esfera gélida, porém mais amena que o restante da casa. Mas, mesmo com um casaco preto e meias nos pés, eu ainda sentia frio, entretanto não achava que estava no direito de reclamar, existe gente que naquele segundo estava passando por necessidades maiores que as minhas. Coloquei o pó e a água na cafeteira e apertei o botão que logo ficou vermelho alegando que o processo estava iniciado, em poucos minutos eu teria meu café quente descendo pela minha garganta ajudando no frio. Uma boa invenção do capitalismo, pensei, se não houvesse milhares de pessoas passando pelas enchentes, não conseguindo pegar o ônibus para chegar a tempo ao trabalho e que por ventura da vida — ou não — na manhã seguinte que seriam despedidas pelo ‘’não compromisso’’. Em todos os lados que olhava, se prestasse um pouco mais de atenção conseguia enxergar algo para inviabilizar o que as pessoas alegavam que era bom. Porque nada é realmente e extremamente bom.
Resolvi criar coragem e pegar meu celular. Fosse qual for a resposta de Olivia eu poderia aguentar, repeti mil vezes quando a tela acendeu. A foto de Olivia e eu na praia sorrindo e com sorvetes de baunilha nas mãos me fizeram recordar de maneira saudosa do que um dia fomos. O que tinha acontecido para termos nos tornado assim? Pessoas que quando se viam era como se estivessem conversando apenas para manter a causalidade. Nada mais era verdadeiro, simples e agradável. Era como se o tempo que estivéssemos passado juntos fosse como uma névoa que desapareceu. Uma luz que já houvera sido a mais luminosa de toda a cidade, que, hoje em dia, não brilha e não acende como antes. Éramos como meros desconhecidos. Como dois lados opostos que um dia já se completaram como uma valiosa moeda. Mas nada parecia fazer sentido agora. Eu não entendia o que tínhamos nos tornado e sabia que no fundo, ainda não me sentia pronto para acabar com tudo e desistir de Olivia. Desistir dela seria como passar uma borracha em todos os melhores momentos da minha vida, como se eu atirasse fogo nas mais felizes memórias que eu tinha. Esquecer Olivia era como se me esquecesse também, como se eu não fosse mais existir.
O barulho da cafeteira soou pela última vez e eu me levantei e fui em direção a cozinha mais uma vez naquela manhã. Peguei uma xícara que minha mãe havia me
dado no Natal passado e despejei o líquido preto e puro nela. Sem leite e sem açúcar, minha vida já havia se tornado mais amarga que o líquido quente. Bebi um gole e encarei mais uma vez a tela, eu darei um fim em tudo isso. Olhei com tenacidade e decidido para a tela do celular.
‘’Eu não sei se posso continuar fingindo que está tudo bem quando sei que não está.’’ Aquela era a primeira mensagem. Ótimo Olivia, obrigado por constatar o óbvio. Meus olhos foram para baixo onde havia mais uma frase solta, típico de Olivia Clark. ‘’Percebi que de uns tempos para cá nós não temos as mesmas formas de pensar e que sinceramente Anthony, eu queria alguém ao meu lado que pensasse como eu’’. Eu li umas centenas de vezes aquela frase solta perdida em meu celular. Primeiro, o meu corpo tremeu pelo tom de despedida que aquela frase emitia consigo. Depois, sinto minhas emoções fervilharem e finalmente eu sinto algo além de instabilidade, sinto raiva. Olivia Clark estava querendo terminar comigo apenas porque não partilhamos da mesma visão. Que pensamento mais mesquinho.
- Você não concorda mais comigo em nada, parece que você discorda somente porque quer me ver brava’’. Reviro os olhos e respiro fundo. O que significa eu não concordar com ela? Nossa última briga na semana passada foi porque Olivia estava decidida a pintar seu quarto todo de rosa e perguntou minha opinião. Eu disse que talvez ela poderia se arrepender no futuro pela sua atitude impulsiva momentânea, mas, ela apenas fez um beicinho irritado e não falou comigo pelo resto do dia. Na manhã seguinte ela me ligou e disse que namorados devem se apoiar em tudo e que eu não estava a apoiando. Eu murmurei um breve pedido de desculpas e ela terminou a ligação falando que havia mudado de ideia e que agora queria pintar seu quarto de um roxo brilhante. Eu não falei nada porque não estava a fim de brigas. Mas pensei seriamente se essa era a Olívia que eu conhecia. Em pouco tempo, Olivia Clark havia se tornado alguém que eu não fazia a mínima ideia que existia, uma versão distorcida do que ela havia se mostrado para mim no começo do namoro, e eu não fazia ideia se gostava dessa versão na qual ela estava se tornando.
- Eu não quero uma pessoa ao meu lado que não tenha as mesmas ideias que eu. Não quero alguém que não pense igual a mim. Eu li a frase e traduzi da seguinte maneira — Eu nao quero um idiota que discorde de mim e das minhas impulsividades resultado da minha falta de personalidade — . Bufei em irritação.
Olivia Clark era realmente quem eu pensava ou aquela menina impulsiva e mimada que ela transparecia naquele momento? Não soube responder, só sabia que agora, em minha mente, Olivia não passou de uma mera ilusão minha, uma distorção do que ela realmente era na verdade. Fiquei me questionando arduamente se o que vivemos foi mesmo real ou somente mais uma mentira inventada por ela. Aquela na
tela luminosa do celular não era a minha Olívia, a minha pequena e meiga Olivia. E fiquei pensando mais uma vez se algum dia Olivia Clark realmente foi minha. Talvez eu fosse extremamente dela, mas e ela? Será mesmo que Olivia Clark realmente foi minha? Talvez ela tenha sido, em meus sonhos...Mas na vida real, os sonhos quase nunca se tornam realidade.
Faz três meses desde que eu e Olivia havíamos jantado após as mensagens. Lembro-me de seu olhar apesar dela evitar me encarar diretamente. Ela não olhava em meus olhos, mas, tentei procurar os seus para que nossas orbes finalmente se encontrassem depois de tanto tempo juntos, porém não foi isso que aconteceu. Recordo, além dela não querer me encarar, que ela observava um ponto qualquer do restaurante pensando em suas próximas palavras, analisando como diria que tudo estava acabado entre nós. Mas ela não precisava dizer, uma parte significativa de mim sabia que tudo estava acabado há uma parcela considerável de tempo.
- Você sabe que não precisa agir assim, não? - Minha voz ecoou pelo local enquanto ela permanecia tentando evitar o olhar. Aquilo me deixou furioso, depois de tudo o que vivemos Olivia não podia sequer olhar para mim e terminar tudo de uma forma madura?
Os cabelos escuros dela faziam cachos nas pontas, um ótimo efeito do babyliss que provavelmente ela passou a tarde fazendo, seu vestido rosa até as coxas marcava perfeitamente todo seu corpo. Fiquei me perguntando pra quê? Certamente Olivia deveria ter passado a tarde inteira se arrumando, pois o cheiro doce do seu perfume pairava em minhas narinas apesar da distância. Ainda não consegui entender o motivo dela estar tão bem arrumada e impecável se não é capaz de olhar para mim. Por que ela não poupou todo aquele trabalho de estar perfeita apenas para terminar comigo? Percebi que Olivia sempre queria estar e parecer perfeita, mesmo quando a sua vida beirava ao caos, como agora.
- Eu sei que você quer terminar. Se não tem coragem de dizer, porque se deu ao trabalho de me chamar aqui? - Eu digo tentando parecer calmo, mas minha voz me traiu. Tudo estava me traindo, meu corpo estava tenso na cadeira e minhas mãos estavam segurando firmemente a toalha branca da mesa. Aquilo era torturante. Acredito que o pior de tudo foi o vazio instalado na nossa mesa e em nosso olhar, sabia que fosse qual direção Olivia estivesse olhando ainda sim seu olhar era vazio, opaco, sem brilho. Eu espiava ao meu redor, pessoas estavam nas mesas ao lado rindo, se divertindo, falando e nós estávamos quietos, mantendo uma distância significativa. Pensei mais uma vez em quando. Quando foi que nos tornamos assim? Olivia e eu pareciamos perfeitos um para o outro. Porém, vasculhando minhas
memórias antigas, não consegui encontrar quando foi que o olhar dela perdeu o brilho, seus lábios quando se mexiam só faziam uma carranca e seu corpo não se arrepiava mais com o meu toque. Éramos como dois desconhecidos e eu não sabia quando havíamos nos tornado isso. Quando a coisa mais significativa da minha vida deixou de significar. - Anthony… - Olivia estava tentando soar tranquila, mas ela cutucava as unhas cor de rosa nervosa. - Eu não vim terminar com você, acredito que já deixei bem claro na mensagem. Vim aqui porque… - Ela finalmente olha para mim. Seus olhos castanhos brilham e sua pupila dilata. Seus lábios vermelhos pelo batom dão espaço para um longo sorriso com seus dentes perfeitamente brancos. Olivia está encantada, como se estivesse em outra dimensão. A esfera vazia e sem significado dá espaço para uma mais amena, tranquila e cheia de intensidade. Ela está olhando fixamente para...Não, não é para mim que está olhando. Eu não preciso me virar, a voz grave indica que não era a minha figura que Olivia encarava com tanta maestria e tenacidade.
- Querida, você disse que não ia demorar. Lembra que temos que encontrar Eleanor às oito? - O homem que diz isso olha do mesmo jeito em que Olivia o olha...Seu corpo é forte, esbelto e seus fios são dourados com tons alaranjados nas pontas. Seus olhos claros vão de encontro a Olivia, ele novamente a olha como se ela fosse uma perfeição, uma joia rara, perfeita, exuberante. Ele a olha de um jeito que eu percebo que nunca a olhei, e me sinto desconfortável por isso. Eu estava com Olívia a meses e nunca a olhei como esse cara a olha. Ele a iria levar para Eleanor, ela é a dona da agência de moda mais prestigiada da cidade, era o sonho de Olivia, mas, em todo nosso tempo juntos, eu nunca fui com ela. — Anthony… - Ela murmurou se levantando. A voz dela saiu baixa como se fosse um pequeno murmúrio. - Desculpa. - Olívia diz antes de se entregar aos braços do loiro esbelto. Quando ela olha para ele, é como se o que tivéssemos tido juntos não existisse. Como se eu fosse somente mais uma peça inútil em seu jogo. Como se tudo tivesse tido significado com o loiro à frente.
Percebi que eu era indiferente para Olivia naquele momento. Primeiro, senti meu corpo queimar, meu peito doer, e depois nada. Eu não senti mais nada. Naquele momento, constatei que não sentir nada por Olivia era pior que sentir. Se me perguntassem há alguns meses o que ela significava para mim, eu diria que Olivia Clark era a melhor coisa que aconteceu em minha vida e que eu nunca iria desistir dela, porque a minha vida era ela. Mas, não foi nisso que pensei quando Olivia saiu nos braços do loiro. Não pensei nisso quando seu olhar perdeu o brilho. Não pensei nisso quando ela já não se importava de nos vermos todos os dias. Não pensei nisso quando ela se foi...E mais desgraçado ainda, eu não penso isso agora. Tento forçar a minha mente a pensar em algo para ir atrás dela. Imploro minha mente para pensar em algo para reconquistar Olivia, mas nada. Nada acontece. Tento com força
pensar em ir atrás dela, Olívia não estaria muito longe. Eu podia ir atrás dela, implorar seu amor e talvez a trazer de volta...Mas meus pés não se moviam, minha cabeça não raciocinava nada que a me traria de volta. Enquanto me forçava a pensar em algo para trazer Olivia de volta, minha cabeça tortuosamente pensou. Não em atitudes para conquistá-la, mas sim no que eu nunca havia percebido em todos os meses com Olivia Clark constantemente e intensamente em minha vida.
Olivia não olhou para trás e se foi. Seus cabelos se moviam pelo vento enquanto suas mãos estavam entrelaçadas com a do loiro. Olhei para a maçaneta, para a porta aberta sem a presença dela. Senti o cheiro vasto do seu perfume indo embora lentamente junto com ela, em poucos milésimos ele também iria se perder pelo ar. Olhei para a minha taça de vinho quase vazia enquanto Olivia e seu companheiro desapareciam pela estrada escura. E estranhamente, depois de muito tempo, não me senti sozinho.
Depois de Olivia, eu tive um longo trabalho. Quando ela se foi e constatei para mim mesmo que eu não me sentia sozinho pela falta de sua presença em minha vida me considerei um idiota fenomenal. Disse que a amava, que nunca iria desistir dela e que ela era a melhor coisa de todos aqueles vinte e cinco anos vividos. Mas será que tudo proferido no calor do momento e na vivacidade da paixão são mesmo sinceros e verdadeiros? Não estou aliviando pro meu lado, sei que fui um imbecil por não correr atrás dela e dizer uma simples ‘’desculpa’’, mas será que não estava tentando consertar as coisas deixando Olivia com alguém que ela finalmente poderia ter a plena exatidão que a amava? Eu vi o modo como Joseph a olhou - sei o nome dele após clicar na busca do instagram e encontrar diversas fotos deles juntos se olhando daquela mesma forma… -. Joseph olhou de um jeito para Olívia que eu nunca conseguiria. Eu nunca amei Olivia do jeito que ela a ama. Sei que eles se amam porque da mesma forma que descobri que não a amava da forma como ela merecia descobri que ele a ama do jeito que ela realmente merece. Olivia Clark é extremamente explosiva, impulsiva, mas também é a pessoa mais amável que já conheci. E sei que Joseph percebeu isso, porque ele a olha do jeito que eu deveria olhá-la mas não consigo. Joseph Moore a olha em menos de duas semanas de um jeito que em meses não consegui.
A culpa era inteiramente minha? De Olívia que olha para Joseph da maneira mais pura do mundo? Na real, quem define os critérios de compatibilidade? Eu cheguei a cogitar que eu e Olivia éramos almas gêmeas que permaneceriam sempre juntas…Mas tudo desapareceu como uma névoa ligeira. Até mesmo nós dois. - Sozinho e com um copo de whisky numa sexta feira. Isso dá azar hein. - A voz de Dean acrescenta irônica. Estávamos na empresa, eu ainda tinha milhares de relatórios e papéis para assinar antes do festival anual de inverno que eu era patrocinador.
- Sem mulheres? - Dean perguntou quando estava sentado à minha frente na mesa.
- Sem mulheres. - Respondo negativamente. Primeiro ele sorri não me tratando com credibilidade e depois percebendo que a minha afirmação era verdadeira ele fez uma expressão incrédula.
- Anthony Brassard querendo estar sozinho. Com certeza tem uma mulher em mente. - Dean diz, eu estava enrolado no trabalho, não estava com tempo de conversa. Por isso, revirei os olhos e o mesmo entendeu o recado, ele deveria sair, como fez.
Lembro-me da primeira vez que a vi. Estava estressado, irritado. Tinha acabado de brigar com meu pai pelo telefone depois de ter saído da empresa. O Brassard mais velho queria que eu parasse de ser a ’’mulherzinha quando se tratava da empresa dos Brassard’’. Sei, o meu pai é um cara machista e ele não se importa com isso. E, a maior decepção da vida dele era que eu sentia mais do que um homem poderia sentir - nas palavras dele, ser homem era não sentir nada além do limite que ele propunha -. Foi por isso que quando Lexie Sparks com sua beleza descomunal e seus olhos hipnotizantes se direcionaram a mim eu fui o mais babaca possível, meu pai queria que eu agisse daquela maneira, agir daquela forma significava ser um verdadeiro Brassard. Foi por isso que quando os olhos mais intensos e vívidos de minha vida cruzaram aos meus vazios eu mudei desastrosamente. Sabia que poderia escolher entre seguir o que meu pai queria que seguisse ou me atirar diretamente a mulher mais encantadora da minha vida, mas uma parte profunda de mim sabia que aquela mulher era perfeita demais para mim. E eu escolhi ser um ‘’verdadeiro’’ Brassard. Meu pai me contemplou naquele momento, por agir do jeito que ele agiria. Eu me tornei um verdadeiro homem nas palavras dele, mas em relação a Lexie, eu me tornei um babaca arrogante. No momento eu não soube entender o porquê da opinião dela me importar tanto. Mas agora eu entendi. Nunca me importei com afinco sobre o que as pessoas pensavam de mim, mas desde o momento que eu a vi, passei a me importar indiretamente com o que ela em especial pensava sobre mim. - Sou Lexie Sparks, eu trabalho como pediatra. Fui convidada e gostaria de saber se você, o patrocinador da festa anual de inverno, gostaria de ajudar o hospital com uma doação ou ser o patrocinador, o hospital precisa pagar uma enorme dívida e corre
o risco de fechar. Sei que ele pode ser insignificante para você, tendo em vista seu dinheiro, mas ele ajuda milhares de famílias que precisam dele.
Lexie morde os lábios enquanto diz cada palavra. Seus olhos me penetram a cada momento e sei que ela está nervosa pela forma como passa a mão pelo vestido vermelho colado em seu corpo extremamente perfeito e com as mais exuberantes curvas.
Eu fui um idiota como meu pai queria que eu fosse. Recordo-me da expressão furiosa que ela fez quando eu recusei com arrogância seu pedido
- Não estou interessado, querida. As empresas Brassard não agem como doadores baratos e nem fazem caridade. - Lexie contorceu os lábios e me encarava com nojo e repulsa. Foi naquele momento, olhando e admirando os olhos da mulher mais linda que eu tinha visto em toda a minha vida eu percebi o brilho. Olivia meses depois percebeu o brilho que eu tanto recordava desde nosso término. ''Você olha para ela de uma forma que nunca me olhou, eu nunca poderia competir com isso. Mas, eu não te odeio por isso, Anthony. Fico feliz por você olhar para ela do jeito mais puro que um dia você já olhou na vida.’’ As palavras de Olívia me tiraram de uma escuridão enlouquecedora. Momentos mais tarde, eu percebi que eu estava perdidamente e fervorosamente apaixonado por Lexie Sparks. Ela pairou sobre mim como fogos de artifício e explodiu todo o meu corpo e meu coração. Eu nunca fui o mesmo e nunca mais seria depois de Lexie Sparks. Ela era arrebatadora, intensa e altamente desejável.
Constatei com tenacidade que não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras. Eu e Olivia não demos certo. Mas ela encontrou Joseph que a ama mais do que qualquer coisa no mundo. E eu amo Lexie Sparks mais do que meu egoísmo anterior me permitia amar. Digo com clareza agora que, Lexie Sparks é a melhor escolha que já fiz em toda a minha vida. Errei muito com Olivia, depois de tempos estou certo disso. Mas ela e eu encontramos o melhor desfecho da nossa história. Não juntos porque nem todas as pessoas que se amam estão juntas, eu amo Olivia como sei que ela me ama, mas por saber e conhecer esse amor, sei que ele não era como acreditávamos que fosse, percebemos por fim que era somente amizade. Olivia Clark teve seu final feliz. Assim como eu tive o meu e encontrei o meu mais feliz e perfeito caminho. Lexie Sparks era o meu destino, a minha direção e a minha alma pairando sobre o mundo. Era ela quem eu tanto procurava.
E, pela primeira vez em anos, eu acreditei no brilho. Acreditei no brilho no olhar em que tanto falavam e eu não fazia ideia que realmente existisse. Até que eu a encontrei, Lexie era o meu brilho, e eu esperava continuar sendo o dela, pra sempre.
Fim.
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