Ela se sentou no banco sentindo o coração querer sair pela boca enquanto encarava os pulsos levemente arroxeados. Um pequeno sinal do que aconteceria caso ela os desafiasse outra vez.
Aquele“jogo” estava ficando cada vez mais perigoso e sabia disso. Não fazia muito tempo que ela havia trocado de continente, buscando recomeçar. Há cinco meses, deixou para trás a Espanha e aterrissou em Incheon, na Coreia do Sul, carregando pouco mais que uma mala e cicatrizes invisíveis. Fugir do ex-namorado abusivo parecia a melhor opção. Um novo país, uma nova vida. Mas a liberdade tinha um preço alto, e ela estava longe de ter recursos para pagá-lo.
Sem conhecer ninguém e com um coreano limitado, se viu sem alternativas. Desesperada para sobreviver até encontrar um emprego estável, procurou ajuda onde não deveria. Os agiotas surgiram como uma solução temporária. O dinheiro veio rápido e fácil, mas com ele vieram também as ameaças sussurradas e olhares frios. No início, ela acreditava que conseguiria quitar a dívida assim que fosse efetivada no restaurante onde havia conseguido uma vaga temporária como auxiliar do chef. Contudo, não passou do período de experiência. Agora, sem renda e com os cobradores cada vez mais impacientes, a corda apertava em seu pescoço.
Os hematomas em seus pulsos eram um lembrete cruel disso. Não haviam usado muita força — ainda —, mas o aviso estava claro. Próxima vez, poderia ser pior. sabia que precisava encontrar uma saída. Rápido.
Ela observou o movimento da cidade ao redor, sentindo-se ainda mais isolada no meio da multidão. Incheon pulsava com vida, mas para , cada rosto era apenas mais um desconhecido. Ela fechou os olhos por um momento, buscando coragem onde parecia não haver mais nada. Fugir não era mais uma opção. Mas lutar? Isso parecia quase impossível.
O frio começava a cortar sua pele através do casaco fino. Levantou-se devagar, escondendo os pulsos nas mangas, e começou a caminhar sem rumo. Ela precisava de um plano. E precisava agora.
Algumas lágrimas teimosas escaparam de seus olhos, deslizando silenciosamente por suas bochechas geladas. fungou discretamente, mas logo os soluços suaves escaparam de sua garganta, sacudindo seu corpo frágil. Ela apertou os lábios, tentando conter o pranto, mas a dor e o desespero eram mais fortes.
Foi então que, distraída por seus próprios pensamentos sombrios, esbarrou em alguém. O impacto a fez cambalear um passo para trás. Seus olhos lacrimejantes se ergueram para encontrar o olhar do estranho.
— Me desculpe… — murmurou, apressando-se em limpar as lágrimas com a manga do casaco. Mas o gesto fez com que a manga escorregasse, revelando parte dos hematomas arroxeados em seus pulsos.
O estranho franziu o cenho ao notar as marcas. O olhar dele passou rapidamente de seu rosto para os pulsos expostos.
— Você está bem? — perguntou, a voz carregando uma mistura de preocupação e curiosidade.
congelou por um instante, o coração acelerando ainda mais. Ela puxou a manga de volta, escondendo as marcas, e balbuciou:
— Estou… estou bem. Foi só um acidente.
Mas até mesmo para ela, a mentira soou frágil.
Sem conseguir conter mais a dor sufocante, voltou a chorar. Mas dessa vez, as lágrimas vieram copiosas, e os soluços tomaram conta de seu corpo. As pernas vacilaram, e ela sentiu-se ainda mais vulnerável.
O estranho hesitou por um breve momento, observando-a com preocupação. Então, sem dizer nada, segurou gentilmente seu braço.
— Vem comigo. — A voz dele era firme, mas suave.
tentou recuar, mas ele não parecia ameaçador. Ao contrário, havia algo reconfortante em sua presença. Ele a guiou com cuidado até uma cafeteria próxima, o calor do ambiente contrastando com o frio cortante do lado de fora.
— Sente-se. Eu vou pegar algo quente para você. — Ele indicou uma mesa em um canto mais reservado.
obedeceu, ainda tremendo. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se um pouco mais segura, mesmo que por um breve instante.
Sentada, ela pegou alguns guardanapos do suporte sobre a mesa e tentou limpar as lágrimas que insistiam em escorrer por seu rosto. Seus dedos tremiam, tornando o gesto desajeitado. Quanto mais tentava se recompor, mais percebia que era inútil. O guardanapo se desfazia em suas mãos úmidas, incapaz de conter o choro descontrolado.
Do balcão, o estranho a observava enquanto fazia o pedido. Seu olhar era atento, preocupado, como se tentasse entender o que poderia ter levado alguém a esse estado.
pressionou outro guardanapo contra o rosto, frustrada com sua própria fraqueza. Mas, naquele momento, não havia forças para esconder sua dor. Tudo que podia fazer era esperar que aquele estranho retornasse, torcendo para que ele não fizesse mais perguntas.
Pouco depois, ele retornou com um copo e uma garrafa de água. Colocou-os suavemente à frente dela.
— Beba. — Sua voz era calma, mas carregava um tom de preocupação.
pegou o copo com as mãos trêmulas, serviu-se e levou a água aos lábios. O líquido frio desceu pela garganta, proporcionando um breve alívio. Quando colocou o copo de volta sobre a mesa, o estranho a observava atentamente.
— Quem fez isso com você? — perguntou de forma direta, os olhos fixos nos dela.
imediatamente balançou a cabeça, negando. Os olhos se encheram de lágrimas outra vez, mas ela desviou o olhar, encarando o copo vazio.
— Não precisa ter medo. — Ele insistiu, a voz mais suave. — Eu só quero ajudar.
Ela permaneceu em silêncio, mordendo o lábio inferior com força. As palavras pareciam presas em sua garganta, mas o olhar firme e paciente do estranho fazia com que parte da sua resistência começasse a ceder.
— Não tem como ninguém me ajudar — sussurrou, a voz falha. — Eu me meti numa enrascada… e preciso sair disso sozinha. Só não sei como.
O estranho inclinou levemente a cabeça, observando-a com mais atenção. Um brilho de compreensão passou por seus olhos.
— Você se meteu com gente barra pesada, não foi?
arregalou os olhos por um instante, surpresa com a precisão dele. Não disse nada, mas o silêncio foi resposta suficiente.
Ele suspirou baixinho, apoiando os cotovelos na mesa.
— Se for isso, talvez você não precise lidar com isso sozinha.
ergueu o olhar, confusa.
— O que você quer dizer?
O estranho respirou fundo, se inclinando um pouco mais sobre a mesa. Abaixou o tom da voz, como se não quisesse ser ouvido por mais ninguém.
— Talvez eu possa te ajudar… se você me ajudar também.
franziu o cenho, desconfiada.
Ele manteve o olhar firme nos olhos dela, respirando fundo.
— Você é maior de idade, né?
A pergunta fez piscar algumas vezes, confusa.
— Sou… tenho vinte e dois anos. Por quê?
Um leve sorriso surgiu no canto dos lábios do estranho.
— Ótimo. Então talvez possamos conversar sobre como sair dessa enrascada juntos.
— Eu ainda não entendi… e eu nem sei seu nome!
Antes que ele respondesse, o garçom chegou com duas xícaras de café, colocando-as suavemente sobre a mesa. O estranho agradeceu com um aceno e esperou o garçom se afastar.
Ele levou a xícara aos lábios, tomou um gole da bebida quente e voltou a encará-la.
— Meu nome é . — Sua voz era calma. — Promete não me julgar nem sair correndo com a minha proposta?
O coração de disparou, e ela permaneceu sem reação. umedeceu os lábios, inclinando-se levemente para frente e abaixando o tom de voz:
— Eu trabalho com conteúdo adulto... preciso de uma estrangeira para gravar comigo. Eu pago sua dívida se você topar. Está metida com agiotas, não está?
soltou um suspiro resignado e fechou os olhos rapidamente. A reação das pessoas fora de sua bolha que descobriam que aquele era o tipo de trabalho dele, eram sempre as mesmas. Mas o que ele esperava? Eles eram praticamente estranhos um para o outro, e aquela proposta não ia ser levada numa boa pela moça, que além de tudo já estava apavorada pelos agiotas.
Talvez não tenha sido uma boa ideia, mas ele também precisava de ajuda, afinal de contas no mundo do entretenimento adulto, as estrangeiras que eram agenciadas pela mesma agência que ele, provavelmente cobrariam muito caro por uma viagem à Coreia do Sul para uma simples filmagem, e a agência certamente não pagaria por aquilo e muito menos ele.
— Certo, eu vou explicar mais uma vez… — o interrompeu — Qual seu nome mesmo?
— Você e eu não nos conhecemos e você faz uma proposta dessa?! — exclamou, a incredulidade evidente em sua voz. Seu coração ainda estava acelerado, e seu corpo parecia ter entrado em estado de alerta. — Como você espera que eu aceite algo assim?
manteve a expressão serena, como se já esperasse aquela reação. Ele umedeceu os lábios antes de responder, a voz baixa e firme:
— Você também não conhecia os agiotas, e mesmo assim pediu ajuda a eles. Sò me diga o seu nome, eu já me apresentei o suficiente, não acha?
abriu a boca para retrucar, mas se calou. Seu estômago revirou ao perceber que ele estava certo.
— A diferença — ele continuou, apoiando os cotovelos na mesa e se inclinando ligeiramente para frente — é que eu não estou te ameaçando ou te machucando. Eu te acolhi no meio da rua, quando você estava chorando, sem rumo, sem ninguém para te ajudar.
Ela desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele sobre seus ombros.
— Eu sei que não é uma proposta fácil de aceitar. Mas é uma saída.
apertou as mãos sobre o colo, seu coração martelando contra as costelas. Por mais absurda que fosse aquela conversa, a verdade é que ela estava sem opções.
se recostou na cadeira, observando-a em silêncio. Ele sabia que precisava dar espaço para que ela processasse tudo.
— Eu não estou te obrigando a nada. Só estou te dando uma escolha.
O silêncio entre os dois se prolongou, carregado de tensão. sentia a mente girando em mil direções, enquanto aguardava pacientemente sua resposta.
— O quanto você está disposto a pagar? — ela bebeu mais um pouco da água e encarou novamente — Como isso funcionaria?
Logo depois de fazer as perguntas ela sentiu o rosto pegar fogo, provavelmente estava ficando vermelha.
— Não estou aceitando, ok? Preciso de mais detalhes, só isso. Para pensar melhor nessa loucura.
não respondeu imediatamente. Em vez disso, levou a xícara de café aos lábios e tomou um gole, os olhos fixos nela por cima da borda. Ele parecia completamente tranquilo, como se estivesse acostumado com esse tipo de conversa, enquanto , por outro lado, sentia o rosto queimar.
— Antes de qualquer coisa, quero deixar uma coisa bem clara — ele começou, colocando a xícara sobre a mesa com calma. — O seu rosto não vai aparecer em nenhum momento.
franziu a testa, ainda segurando o copo d’água entre os dedos.
— Como assim?
— Exatamente o que eu disse. Sua identidade seria protegida a todo custo. Nada de rostos, nada que possa identificar você. Apenas o corpo.
Ela engoliu seco, desviando o olhar por um instante.
— E... como isso funcionaria? — sua voz saiu mais baixa do que gostaria.
cruzou os braços sobre a mesa.
— Primeiro, teríamos um contrato. Tudo estritamente acordado. O que pode ser feito, o que não pode, quanto você receberia, os prazos, qualquer detalhe que fosse necessário. Tudo ficaria registrado para que você se sentisse segura.
apertou os dedos ao redor do copo, absorvendo cada palavra.
— E quanto você pagaria?
soltou um suspiro leve, como se já tivesse a resposta na ponta da língua.
— Considerando a situação e o fato de que estou te oferecendo total anonimato, eu pagaria um valor justo. Mais do que suficiente para você quitar a dívida e ainda ter um bom respiro financeiro.
Ela sentiu o coração acelerar. Aquilo estava ficando cada vez mais real.
— E quem mais veria isso? — perguntou, hesitante.
— Ninguém além de nós dois — ele garantiu, inclinando-se um pouco para frente. — As gravações são feitas no meu apartamento, com meus próprios equipamentos. Eu mesmo faço tudo. A agência só cuida da parte burocrática, garantindo que o contrato seja cumprido e que o material seja vendido da maneira correta.
mordeu o lábio, sentindo-se presa entre o medo e a possibilidade de resolver seus problemas de uma vez por todas.
percebeu a hesitação dela e se recostou na cadeira, deixando-a processar.
— Como eu disse antes, não estou te obrigando a nada. Mas é uma escolha.
O silêncio entre os dois era quase palpável. sentia que estava prestes a tomar a decisão mais insana da sua vida.
— Quanto você deve? — perguntou antes de colocar a xícara com o chocolate quente ainda mais perto dela — Você tem quanto tempo para pagar?
voltou a marejar os olhos e então encarou a xícara a sua frente.
— Tenho dois dias para pagar e devo 3.549.047,2₩! Meu nome é . — ela finalmente se apresentou.
— E você tem alguma economia guardada, ?
balançou a cabeça, negando com veemência e sentindo o desespero tomar conta de si outra vez.
suspirou pesadamente. Levou a mão ao bolso da calça e retirou o celular.
— Anota o meu número e quando se decidi, entra em contato, melhor você pensar sobre isso sozinha, sem toda essa pressão sobre você. Ou me passa o seu contato, que eu te ligo amanhã.
limpou as lágrimas teimosas que insistiam em cair e pegou o celular dentro da bolsa também. Os dois trocaram rapidamente os contatos e ela levou a xícara aos lábios finalmente.
— Está com fome? — perguntou e negou — Não deve estar com cabeça para isso…
afirmou com a cabeça.
— Você ganha mesmo dinheiro com isso? Digo, muito dinheiro…
observou por um momento antes de responder.
— Hoje em dia, sim — ele disse, inclinando-se levemente para frente. — O mercado mudou bastante nos últimos anos. Antigamente, dependíamos de grandes estúdios, mas agora, com plataformas privadas e assinaturas, quem sabe trabalhar direito consegue ganhar muito dinheiro.
franziu a testa, ainda segurando a xícara quente entre os dedos.
— Tipo... quanto?
esboçou um pequeno sorriso, entendendo a curiosidade dela.
— Depende do criador. Tem gente que ganha o suficiente para viver bem, sem precisar de outro trabalho. Tem gente que ganha milhões. Mas claro, tudo depende do público, do marketing, da exclusividade do conteúdo.
Ela assentiu lentamente, absorvendo as informações.
— Então você vive só disso?
— Sim. Trabalho por conta própria, faço meus horários, sou meu próprio chefe. No fim das contas, me trouxe mais liberdade do que qualquer outro emprego traria.
encarou a xícara por um momento, mordendo o lábio. O dinheiro, a liberdade, a segurança do anonimato... tudo parecia tentador demais para alguém que estava encurralada como ela.
percebeu o conflito interno dela e recostou-se na cadeira.
— Não precisa decidir agora. Mas pense bem, . Pode ser sua chance de sair dessa situação sem ter que correr riscos piores.
Ela respirou fundo e assentiu, sem dizer mais nada. O peso da escolha agora estava todo sobre seus ombros.
Quando eles saíram da cafeteria, olhou ao redor, ainda com medo de estar sendo seguida e isso não passou despercebido por .
— Vou deixar você em segurança na sua casa. Meu carro está estacionado aqui perto, vem.
Será que deveria confiar tanto assim nele? Ele era basicamente um desconhecido que ela só sabia que trabalha com conteúdo adulto, e na verdade, aquilo tudo podia muito bem ser mentira.
— Acho melhor não. Você pode acabar se metendo em encrenca também, vai que ainda estão por perto.
deu de ombros, sem parecer nem um pouco ofendido com a recusa.
— Tudo bem. Sem pressa. Você tem meu número.
Ele enfiou as mãos nos bolsos do casaco e lançou um último olhar para ela.
— Só não suma sem me dar uma resposta, .
Ela engoliu em seco, sentindo o peso das palavras dele. Não era exatamente uma ameaça, mas algo no tom de voz dele fazia parecer que ele realmente esperava que ela levasse a proposta a sério.
— Eu te mando uma mensagem… — murmurou, desviando o olhar.
assentiu e então virou-se, caminhando em direção ao carro sem insistir mais no assunto. ficou ali por alguns segundos, observando-o se afastar, antes de puxar o capuz do casaco sobre a cabeça e seguir na direção oposta.
Ela ainda não tinha certeza do que faria. Mas o tempo estava correndo, e logo, teria que tomar uma decisão.
🔥🔥🔥
Quando chegou em seu pequeno apartamento, se livrou das roupas que usava enquanto caminhava direto para o banheiro. Precisa de um banho, precisa tentar se livrar daquelas marcas e pensar com calma no que faria dali para frente.
abriu o chuveiro e deixou a água esquentar enquanto se olhava no espelho. Seu reflexo não parecia o seu. Os olhos estavam inchados, a pele marcada pela brutalidade dos agiotas que a encurralaram mais cedo.
Ela suspirou pesadamente e entrou no box, sentindo a água quente deslizar por seu corpo. Um arrepio percorreu sua espinha ao sentir a ardência das marcas, lembranças vivas do quão perto estivera do pior.
Fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, deixando a água encharcar seus cabelos. O cansaço pesava em seus ombros, e a realidade esmagadora não lhe dava trégua.
Ela não tinha opções. Fugira da Espanha para escapar da morte, mas parecia que apenas a havia adiado. Se não pagasse a dívida, seria questão de tempo até que a encontrassem de novo.
Pensou na proposta de . No dinheiro. No que isso significava.
Era um absurdo. Uma loucura. Algo que jamais imaginara para si mesma.
Mas e se não tivesse escolha?
Ela estremeceu.
O que era pior? Se submeter àquilo ou morrer?
garantiu que sua identidade seria protegida. Que tudo seria discreto, profissional. Não era como se estivesse sendo forçada.
A questão era: até onde estava disposta a ir para sobreviver?
abriu os olhos, encarando a parede azulejada à sua frente. A resposta era assustadora.
Ela não sabia.
Terminou o banho depois de mais alguns minutos e então pegou a toalha, enrolando-a em seu corpo e então encarou o próprio reflexo no espelho. passou outra toalha pelos braços, secando-se lentamente, seu reflexo ainda parecia estranho, como se estivesse olhando para outra pessoa—alguém cansada, marcada, perdida.
Suspirou e apertou o tecido da toalha contra o peito.
A proposta de ecoava em sua mente como um sussurro insistente.
Ele parecia tão certo de tudo. Falava com a calma de quem já estava acostumado com aquele mundo. Aquele dinheiro, segundo ele, vinha fácil. Mas para ela… era tão simples assim?
Fechou os olhos e mordeu o lábio.
Ela precisava do dinheiro. Urgente. Não tinha alternativas, não tinha ninguém a quem recorrer. .
se lembrou do olhar dele—não havia julgamento, apenas uma espécie de paciência, como se estivesse dando a ela o tempo que precisava para aceitar a realidade. Ele poderia tê-la deixado para trás, poderia ter ignorado seu desespero na rua. Mas não o fez.
Isso significava algo?
Engoliu em seco e desviou o olhar do espelho.
Talvez o destino estivesse brincando com ela. Ou talvez estivesse lhe dando uma última chance de sobreviver.
A questão era: ela teria coragem?
🔥🔥🔥
depositou as chaves e a carteira sobre o balcão do apartamento e foi para a cozinha se servir de um copo de água, enquanto despejava o líquido no copo de vidro sua mente vagou para . tomou um gole da água e apoiou-se no balcão, olhando para um ponto fixo qualquer da cozinha. .
Ele não conseguia tirá-la da cabeça desde que se despediram. O olhar assustado dela, a hesitação, o jeito como segurava a xícara como se fosse a única coisa mantendo-a no lugar.
Ele entendia. Mais do que gostaria de admitir.
Suspirou e passou a mão pelos cabelos. Será que ela entraria em contato? Ele havia deixado claro que a decisão era dela, mas parte de si sabia que ela não tinha muitas opções.
Isso o incomodava.
nunca gostou da ideia de pressionar alguém, muito menos quando sabia que aquela escolha não vinha de um desejo real, mas da necessidade. Mas o que mais ele poderia fazer?
Ele ofereceu uma saída. Um jeito rápido de conseguir o dinheiro e sair daquela situação. Não era o trabalho mais convencional, mas era seguro. Ele garantiria isso.
Mas será que ela confiava nele o suficiente?
Franziu o cenho, sentindo-se irritado sem motivo.
Talvez estivesse se importando demais. E isso era perigoso.
tomou mais um gole da água, sentindo o líquido gelado escorrer por sua garganta enquanto tentava afastar os pensamentos sobre . Não era problema dele. Pelo menos não ainda.
Com um suspiro pesado, guardou a garrafa na geladeira e fechou a porta com um movimento lento. Ele tinha trabalho a fazer.
Caminhou até o quarto, onde mantinha tudo o que precisava para suas gravações. Ligou as luzes, ajustou a câmera e checou rapidamente os equipamentos. Tudo pronto.
retirou a camisa, revelando os músculos bem definidos sob a pele clara, e passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os um pouco.
Mesmo depois de tanto tempo na indústria, havia dias em que ele simplesmente não estava no clima. Hoje era um desses dias.
Mas ele precisava entregar conteúdo. Precisava manter os ganhos constantes.
Soltou um último suspiro e posicionou-se na frente da câmera, pronto para começar.
Passou delicadamente a mão sobre o próprio membro ainda dentro da calça e fechou os olhos, tentando se concentrar, afinal de contas ele precisava entregar um trabalho de qualidade. mordeu o lábio e deixou a cabeça tombar um pouco para trás, os olhos ainda fechados enquanto a mão continuava o movimento lento sobre o tecido da calça. No começo, sua mente estava vazia, mas então, como se fosse inevitável, a imagem dela surgiu. .
Ele se lembrou do jeito que os olhos dela brilharam, mesmo em meio ao medo e à confusão. O formato deles, ligeiramente arredondado, cheios de expressão, como se carregassem histórias que ela nunca contaria a ninguém.
Os lábios. Rosados, ligeiramente entreabertos quando ela ficou sem palavras depois da proposta. Ele lembrou da forma como ela umedeceu a boca antes de perguntar sobre o dinheiro, um gesto involuntário que ficou gravado em sua memória.
O jeito que ela mordeu a ponta da unha, nervosa, enquanto pensava.
O cabelo dela, um pouco bagunçado por causa do vento quando saíram da cafeteria, algumas mechas caindo sobre o rosto.
A voz dela, um pouco rouca, carregada pelo cansaço e pela tensão, mas ainda assim suave o bastante para arrepiar a pele dele.
abriu os olhos de repente, como se tivesse sido pego no flagra. Ele estava pensando nela. Merda.
E o pior de tudo é que parecia estar fazendo efeito, ele sentiu o membro começar a endurecer debaixo do tecido e então ele engoliu seco, mas continuou…voltou a fechar os olhos e a imaginar. respirou fundo, os dedos apertando levemente o volume crescente em sua calça. Ele tentou afastar a imagem dela, mas não conseguiu. A curiosidade tomou conta de seus pensamentos. Como seria o gosto dos lábios dela?
Talvez fossem doces, como o chocolate quente que ela bebeu mais cedo. Ou talvez tivessem um leve amargor, como o café que ele tomou. Ele imaginou a textura, a forma como aqueles lábios se encaixariam nos dele.
Ela beijaria devagar, saboreando cada segundo, ou o puxaria para perto, intensa e faminta?
A ideia de o beijando com desespero, os dedos cravados em sua nuca, o corpo se moldando contra o dele, fez um arrepio percorrer sua espinha.
mordeu o lábio, os olhos ainda fechados enquanto imaginava deslizar a língua pelos lábios dela, provocando, testando sua reação. Ele se perguntou se ela suspiraria contra sua boca, se corresponderia com urgência ou se o provocaria, deixando-o ansioso por mais.
E se ele mordesse aquele lábio inferior, puxando de leve antes de descer os beijos?
Ele podia imaginar a pele dela sob seus lábios, quente e macia, sua boca explorando o pescoço dela, sentindo a pulsação acelerada ali. Talvez ela arquejasse, talvez inclinasse a cabeça para o lado, lhe dando mais espaço para continuar…
soltou um suspiro pesado, sentindo o desejo crescer.
Droga.
Ele abriu os olhos de repente, forçando-se a sair daquele devaneio. Ele precisava gravar, precisava se concentrar no que fazia de melhor, mas agora… agora ele estava inquieto e duro. E tudo por causa dela.
Passou os olhos sobre os comentários deixados no último vídeo postado e sorriu satisfeito com as pessoas elogiando o trabalho e claro, com a quantidade de gente que havia pagado por mais.
A prévia dos vídeos sempre era postada de forma gratuita, mas se as pessoas que consumiam seu conteúdo quisessem a versão completa e mais detalhada precisavam pagar. E por sorte hoje em dia muitas pessoas novas estavam adquirindo a assinatura. Então ele sempre tinha o que fazer, afinal de contas ele precisava manter o público que já tinha e conquistar novos, e para isso precisava produzir muito. 80% do seu público era feminino, especialmente estrangeiras. Para esse tipo de público os vídeos produzidos e que eram mais consumidos eram os que ele estava sozinho, se tocando e conversando com quem assistia, numa espécie de “masturbação guiada”, claro que as mulheres tambéma doravam vê-lo com outra mulher também, e ele conseguia algumas parcerias vira e mexe. 15% eram homens assumidamente gays que também consumiam muito seus videos sozinho e os que ele gravava com outros homens esporadicamente. Sim, isso mesmo: naquele nicho do entretenimento adulto se você se prendesse exclusivamente em conteúdos heteronormativos poderia perder dinheiro e ele sempre gostou de dinheiro, então porque não?
E outros 5% eram os homens héteros que consumiam basicamente apenas conteúdo que ele postava com outras mulheres.
Ultimamente, os comentários em seus vídeos estavam cada vez mais lotados de um tipo específico de pedido:
"Quando vai gravar com uma estrangeira?"
"Imagina um vídeo com uma ocidental? Ia ser um estouro!"
"Deixa a gente ver esse contraste, !"
E ele sabia exatamente o motivo por trás disso.
Com um público majoritariamente feminino e estrangeiro, era natural que essas mulheres quisessem se ver representadas, ou até mesmo fantasiassem estar no lugar da parceira do vídeo. Era uma forma de se imaginar naquela situação — no toque, no ritmo, no contraste entre culturas, corpos e idiomas. Uma curiosidade que ele entendia e, claro, pretendia explorar.
Muitas seguidoras se “voluntariavam” nos comentários e mensagens privadas, dizendo que topariam gravar com ele se estivessem na Coreia. Outras mandavam apenas sugestões ousadas, quase sempre anônimas, mas com detalhes o suficiente para ele perceber o quanto estavam interessadas.
Mas ele não queria qualquer uma.
Por isso mesmo, tinha surgido como um raio inesperado — uma estrangeira já ali, em solo coreano, misteriosa, vulnerável, e com um motivo urgente para aceitar. A química não era algo que se forçava, e por mais que ela ainda estivesse hesitante, ele sentia que havia potencial ali. Algo genuíno. Algo que as câmeras captariam com força.
passou a mão pelo queixo, pensativo.
Mas ele precisava de uma resposta. Logo.
Se não topasse em breve, ele teria que considerar outras opções — talvez até bancar uma parceira de fora, como algumas agências sugeriram. Mas isso custava tempo, dinheiro e, pior, envolvia logística demais.
E ele não tinha paciência para logística.
A verdade é que o nome de já estava ficando preso na mente dele mais do que deveria. E isso… era um problema.
No mesmo instante em que passava os olhos pelos comentários em seu último vídeo, pensando na resposta de que ainda não havia chegado, ela estava em seu apartamento, deitada no colchão fino, encarando o teto com os olhos arregalados.
O som do interfone ecoou no ambiente silencioso, fazendo seu corpo pular como se tivesse levado um choque. Ela não esperava ninguém. E sabia que, quando não se espera... é porque o pior vem.
Com o coração acelerado, ela se arrastou até o interfone e apertou o botão com os dedos trêmulos.
— Quem é? — a voz dela saiu falha.
— Você sabe quem é, docinho — respondeu uma voz masculina, arrastada, como se se divertisse com o pânico dela. — Dois dias, lembra? Hoje conta. Tô só passando pra avisar que a gente não esquece. Nem perdoa. E se não tiver o dinheiro… amanhã você acorda com menos dentes.
O clique do interfone sendo desligado soou como um tiro no peito de .
Ela recuou, cambaleando até o sofá, onde desabou em silêncio. O medo corroía tudo. A garganta apertada, o estômago revirando. Ela tentou conter as lágrimas, mas elas vieram mesmo assim, quentes e silenciosas.
Foi então que viu o celular sobre a mesinha.
O nome dele ainda estava salvo: .
Ela pegou o aparelho com as mãos tremendo e, por um segundo, hesitou. Pensou no que aquilo significava. Em como não era o que ela queria, mas era o que ela precisava.
Porque, naquele momento, entre morrer nas mãos de agiotas e gravar um vídeo que não mostraria nem o rosto... a decisão estava feita.
Ela respirou fundo, digitou a mensagem com os dedos trêmulos e apertou “enviar”.
: Eu topo.
Mal sabia ela que, do outro lado da cidade, assim que a notificação apareceu na tela do celular, não conseguiu esconder o sorriso de canto que surgiu em seus lábios.
Finalmente.
🔥🔥🔥
não perdeu tempo.
Poucos segundos depois de ler a mensagem, ele já estava digitando a resposta com precisão e objetividade.
: Ótimo. Já deixei tudo preparado. Podemos nos encontrar hoje mesmo? : Sim. Só me diga o lugar.
Em menos de uma hora, estavam sentados novamente à mesma mesa da cafeteria em que se viram pela primeira vez. Mas dessa vez, estava mais alerta, embora ainda trêmula. Tinha o casaco fechado até o pescoço, e as mãos entrelaçadas sobre o colo. , por outro lado, estava calmo — profissional até demais para alguém prestes a fazer uma proposta tão íntima.
Ele abriu a mochila que trazia consigo e retirou uma pasta transparente e de dentro dela, duas vias do contrato, e uma caneta.
— Como eu te disse, tudo será feito com clareza. Nada de surpresas. Aqui está o contrato que diz exatamente o que vai acontecer, os limites definidos, o pagamento, os direitos de imagem — ou, no seu caso, a ausência deles.
Ele empurrou o documento na direção dela.
— Eu li e reli — continuou — com minha agência e advogado. Está tudo legalizado. Você não será identificada. Nada de rosto, nomes, localização, nada. O foco é no corpo, no toque, na conexão. E você pode parar a qualquer momento.
pegou os papéis com mãos hesitantes e começou a ler. O contrato era direto. Especificava que ela teria controle sobre o que aconteceria, que nenhuma imagem seria publicada sem o consentimento final dela, que o pagamento seria feito antes da gravação. E ali, com letras bem visíveis, estava o valor: 6.000.000₩.
— Isso… isso é bem mais do que eu devo. — ela sussurrou, os olhos marejando novamente.
assentiu.
— Porque eu não quero que você se sinta comprada. Quero que você sinta que está fazendo isso com dignidade. Você não me deve nada depois. O valor cobre a gravação e o seu silêncio.
Ela mordeu o lábio e continuou lendo cada cláusula, com a respiração pesada. Quando chegou ao fim, ergueu os olhos para ele.
— E você também assina?
— Claro. — Ele puxou a outra via. — Aqui está a minha. Já assinada. Quando você estiver pronta, assina a sua também.
pegou a caneta, hesitou por um último segundo… e então assinou.
O nome dela, escrito em letras firmes, foi a confirmação de que não havia mais volta.
recolheu os papeis com cuidado e os guardou na pasta.
— Vamos fazer isso do jeito certo. Você vai ver.
apenas assentiu, engolindo em seco. Ainda não sabia o que sentir — alívio, medo, ou ambos ao mesmo tempo.
Mas agora… tudo estava em movimento.
Após os dois assinarem os contratos e guardar sua via na pasta, ele se recostou na cadeira e observou por um instante. Ela ainda parecia tensa, mas havia algo diferente em seu olhar — talvez determinação.
— Podemos fazer isso ainda hoje, se você se sentir pronta — ele disse com calma. — Quanto mais rápido, melhor pra você. E pra mim também.
hesitou por alguns segundos, mas acabou assentindo.
— Hoje à noite, então.
— Te mando o endereço mais tarde. É perto do centro. Apartamento discreto, sem movimentação suspeita.
Ela assentiu novamente, silenciosamente. entendeu que não precisava dizer mais nada naquele momento. Então se levantaram e se despediram com um breve aceno de cabeça.
— Se cuida, .
— Você também.
Ao chegar em casa, jogou a bolsa no sofá e soltou o corpo ali mesmo, tentando respirar fundo, mas foi interrompida por uma notificação no celular.
Era uma mensagem dele. : Acabei de transferir metade do valor como garantia. Confere aí. É pra você pagar parte da dívida e respirar melhor. O restante você recebe assim que a gravação terminar. Te mandei também o endereço e o horário combinado.
Ela arregalou os olhos e abriu o aplicativo do banco. A quantia estava lá. 3.000.000₩.
levou a mão à boca, surpresa com a pontualidade e… a confiança. Ele não precisava ter feito aquilo. Mas fez.
Em poucos minutos, ela havia feito a transferência para a conta dos agiotas — não toda a dívida, mas uma boa parte. O suficiente para comprar tempo.
Pela primeira vez em semanas, sentiu o peito um pouco menos esmagado.
Sentada na beira da cama, com o celular ainda nas mãos, a curiosidade bateu mais forte do que o medo.
Ela digitou o nome dele na aba de pesquisa da plataforma de vídeos adultos que ele havia mencionado por alto durante o encontro.
Em poucos minutos, ela havia feito a transferência para a conta dos agiotas — não toda a dívida, mas uma boa parte. O suficiente para comprar tempo.
Pela primeira vez em semanas, sentiu o peito um pouco menos esmagado.
Sentada na beira da cama, com o celular ainda nas mãos, a curiosidade bateu mais forte do que o medo.
Ela digitou o nome dele na aba de pesquisa da plataforma de vídeos adultos que ela havia lido por alto no contrato.
Não demorou para o perfil aparecer. A imagem de capa era discreta, sensual sem ser vulgar. Tinha milhares de seguidores. E os vídeos, todos bem produzidos, com iluminação suave, estética limpa e uma energia que ela não esperava.
clicou em um dos vídeos gratuitos. Era ele, sozinho, olhando direto para a câmera. A forma como falava, como se estivesse conversando com quem assistia, era íntima… cativante.
Ela engoliu em seco, sentindo um calor estranho subir pelo corpo.
— Merda… — sussurrou.
Agora ela entendia por que tanta gente pagava por aquilo.
E essa noite, seria ela do outro lado da câmera com ele.
🔥🔥🔥
O vagão do metrô balançava suavemente, mas o coração de parecia muito mais instável do que qualquer movimento do trem. Ela estava sentada perto da janela, com os fones no ouvido, embora nenhuma música tocasse. Era só uma forma de se proteger do mundo ao redor, de fingir uma calma que não existia.
O celular estava guardado na bolsa, mas as imagens que havia visto mais cedo continuavam rodando vivas na mente.
Ela tentou se concentrar em qualquer outra coisa — nas luzes que passavam pela janela, nos rostos cansados à sua frente, na voz automática que anunciava a próxima estação — mas tudo levava de volta a ele.
.
A forma como ele olhava para a câmera. Era como se, por alguns minutos, tivesse olhado diretamente para ela.
Seu tom de voz baixo, carregado de intenção. As palavras escolhidas com cuidado, como se estivesse conduzindo quem assistia a uma fantasia montada sob medida. Não havia vulgaridade. Era sensualidade crua e confiante.
O modo como suas mãos deslizavam pelo próprio corpo, os sussurros, o controle absoluto sobre cada movimento… aquilo mexeu com ela de um jeito que ela não esperava — e não queria admitir.
Era diferente de tudo que já tinha visto.
Ela mordeu o lábio e apertou as coxas discretamente, como se seu próprio corpo estivesse começando a reagir só de lembrar. O calor em sua pele crescia, e ela tentou inspirar fundo.
Não era só vergonha ou nervosismo.
Era algo mais profundo.
Um tipo de antecipação.
Ela não sabia o que a esperava naquela noite, mas uma parte dela… queria saber.
O sol já havia desaparecido no horizonte quando chegou ao endereço enviado por . O prédio era discreto, limpo, com aparência moderna e tranquila — nada que chamasse atenção. Um homem comum não imaginaria que, atrás de uma daquelas portas, conteúdos íntimos e desejados por milhares estavam sendo gravados.
Ela parou em frente a portaria do prédio e apertou o número do apartamento dele no interfone. A voz dele dizendo que estava descendo logo foi ouvida por ela.
Quando ele apareceu, vestindo uma calça preta e uma camiseta simples, lisa e da mesma cor da calça, não conseguiu evitar de passear os olhos rapidamente pelo corpo dele, se lembrando sem querer de como ele era sem aquelas roupas. Umedeceu os lábios e engoliu seco.
— Oi — disse ele, cabelo um pouco bagunçado, como se tivesse acabado de sair do banho. — Entra.
Ela atravessou o pequeno portão de grades marrom e então mordeu o lábio sentindo o estômago revirar de nervosismo. Eles caminharam juntos até o elevador e entraram. Silêncio. Chegaram ao andar dele e o seguiu até o corredor que levava ao apartamento de número 200.
entrou devagar, olhando ao redor. O apartamento era impecavelmente organizado, com tons neutros, iluminação aconchegante e um aroma suave no ar. Tudo era muito… normal. Quase reconfortante.
— Quer beber alguma coisa antes? Água, suco, chá… vinho? — ele ofereceu, fechando a porta atrás dela.
— Água, por favor — respondeu com a voz baixa, mas firme.
foi até a cozinha e trouxe um copo, entregando a ela com um meio sorriso gentil.
— Obrigada.
Ela bebeu em silêncio, ainda observando tudo com uma atenção nervosa. Percebeu os equipamentos na sala — câmera, tripé, algumas luzes posicionadas estrategicamente. Nada ameaçador. Tudo profissional.
— Eu sei que deve estar com mil coisas passando pela cabeça — ele disse, pegando um tablet que estava sobre a bancada. — Então antes de tudo, quero que veja isso. Aqui tem o roteiro básico do que vamos gravar hoje. Você pode mudar qualquer coisa. Cortar, acrescentar, refazer. A gente só começa quando você estiver confortável.
Ele entregou o aparelho nas mãos dela, e deslizou os dedos pela tela. As cenas eram descritas com clareza, em uma ordem simples, sem nada forçado ou agressivo. Apenas um fluxo de toques, olhares, beijos… e a sugestão de conexão real. Tudo respeitoso, com paradas incluídas sempre que ela quisesse.
Ela engoliu em seco e assentiu.
— Eu… acho que consigo. — Seus olhos buscaram os dele. — Só estou com medo.
— Eu sei — ele respondeu, se aproximando um pouco mais, mas ainda mantendo distância respeitosa. — E é por isso que a gente vai devagar. Você está no controle o tempo todo.
respirou fundo.
Ela estava ali. E dessa vez, não por obrigação, mas por escolha.
Mesmo que essa escolha fosse a mais louca de sua vida.
🔥🔥🔥
terminou de ler o roteiro e passou o tablet de volta, ainda segurando o copo de água com a outra mão. Seus olhos vagaram pela sala até pararem discretamente nos equipamentos.
— A gente começa… vestidos mesmo? — perguntou, tentando soar casual, mas a tensão em sua voz a traiu. — Ou você já quer que eu tire a roupa? Sei lá, pra uma… avaliação ou algo do tipo. Vai que eu não esteja à altura, né?
Ela riu de forma nervosa, desviando o olhar, mas antes que o silêncio se prolongasse, soltou uma risada leve, sincera, e balançou a cabeça.
— … — ele disse, ainda com um sorriso no rosto — Acredito que é mais fácil começarmos vestidos. É bem mais confortável pra você.
Ela ergueu os olhos e encontrou o olhar dele, que agora estava mais suave.
— E eu não vou avaliar nada — completou ele, com convicção — Tenho certeza de que você está mais do que à altura do que meus seguidores querem ver.
As bochechas dela coraram de leve, e, pela primeira vez desde que entrou no apartamento, um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
— Você fala isso com tanta certeza… — murmurou.
— Porque é verdade. E, sinceramente? — ele deu de ombros, ainda com aquele mesmo tom tranquilo — Confiança é muito mais sexy do que qualquer padrão de corpo. Se você confiar em si mesma, eles vão sentir.
Ela assentiu devagar, absorvendo cada palavra.
Sim, ainda estava nervosa.
Mas pela primeira vez, sentia que não seria exposta. Seria guiada.
E, talvez… até desejada.
— Vamos para o quarto? — perguntou com suavidade, estendendo uma das mãos na direção dela, não como quem exige, mas como quem convida.
hesitou por um segundo antes de aceitar. Seus dedos tocaram os dele, quentes e firmes, e ela se deixou guiar pelo corredor estreito até o cômodo que seria o palco daquela experiência.
O quarto era limpo, com uma cama de lençóis brancos e iluminação suave já posicionada nos cantos, criando um clima quase cinematográfico. Nada parecia vulgar — pelo contrário, o ambiente transmitia uma estética delicada, cuidadosa, quase íntima.
— Pode se deitar? — ele pediu, apontando para o centro da cama.
Ela arqueou uma sobrancelha, confusa.
— Agora?
— Só pra eu ajustar o ângulo da câmera — ele explicou, já pegando o tripé e olhando pelo visor. — Quero garantir que seu rosto não apareça em nenhum momento, nem por acidente.
assentiu, engolindo em seco, e caminhou até a cama. Sentou-se primeiro com cuidado e depois deitou-se de costas, mantendo o casaco fechado ao redor do corpo. O colchão era macio, e por um instante, ela fechou os olhos, tentando respirar fundo.
Ouviu o clique da lente sendo girada, depois o som do tripé sendo movido para um lado e depois para o outro.
— Isso — murmurou , mais para si mesmo. — Perfeito. Sua cabeça vai ficar fora do quadro o tempo todo. E os cortes que eu fizer depois vão manter o foco no toque, no movimento... na tensão. Não se preocupe com o resto.
abriu os olhos e olhou para ele. Ele estava completamente concentrado, profissional, sem nenhum traço de julgamento no olhar.
— Se sentir que precisa parar a qualquer momento, a palavra é “âmbar”, tá? Nem precisa explicar. A gente pausa.
Ela assentiu.
— Entendi.
sorriu de leve, satisfeito.
— Ótimo. Agora… quando estiver pronta, me avisa. A gente começa devagar. No seu tempo.
se sentou lentamente, o coração batendo com força no peito. A tensão estava ali — o medo, a ansiedade — mas também havia algo novo surgindo. Uma sensação de controle.
Ela respirou fundo e disse, com a voz baixa, mas decidida:
— Estou pronta.
🔥🔥🔥
posicionou a câmera com precisão, checando mais uma vez o enquadramento. Apertou o botão de gravação e a luz vermelha se acendeu silenciosamente no topo do equipamento.
, deitada sobre os lençóis brancos, se ajeitou com calma, encostando as costas na cabeceira da cama. Suas pernas estavam dobradas e juntas, e as mãos repousavam nervosas sobre o colo. Ela olhou para ele, sentindo o coração acelerar no peito.
caminhou até ela com passos lentos, a expressão mais séria agora. Seu olhar estava concentrado, mas não havia frieza nele — havia intenção. Desejo contido.
Ele parou diante da cama e subiu devagar, com o joelho afundando suavemente o colchão enquanto se aproximava do corpo dela.
— Tudo bem? — murmurou, apenas para ela escutar.
assentiu com a cabeça. A respiração dela já estava um pouco mais pesada.
ergueu a mão, e com delicadeza, pousou os dedos na lateral do pescoço dela. A palma de sua mão estava quente e firme, envolvendo aquele espaço com um cuidado quase reverente.
Ela sentiu um arrepio percorrer o corpo. A conexão do toque foi imediata.
Ele se aproximou ainda mais, seus rostos a poucos centímetros de distância. O olhar dele estava cravado no dela — intenso, penetrante, como se dissesse mais do que qualquer palavra poderia.
E então, finalmente, seus lábios se encontraram.
O beijo começou devagar, como uma promessa. Ele não tinha pressa. Queria que ela sentisse. Que confiasse. A mão no pescoço a segurava com firmeza, mas não com força. Era como se ele a ancorasse ali, no presente, longe do medo, da dívida, do mundo.
fechou os olhos, entregando-se por um instante àquele toque. O gosto dos lábios dele era quente, suave, envolvente. E por mais que tudo aquilo ainda parecesse surreal, naquele momento, ela não se sentia fora do lugar.
Ela se sentia... presente.
Os lábios de se moviam com precisão, mas sem agressividade. Ele sabia exatamente como conduzir, como explorar sem ultrapassar, como fazer cada segundo do beijo parecer necessário. sentia-se imersa em uma onda morna e constante, como se todo o resto tivesse silenciado ao redor.
O toque da mão dele no pescoço desceu devagar até o ombro dela, seus dedos percorrendo o tecido da blusa como se estivessem desenhando o caminho antes de explorar. A outra mão apoiou-se no colchão, ao lado do corpo dela, aproximando ainda mais os dois.
O beijo foi ficando mais profundo. A língua dele roçou levemente os lábios dela, pedindo passagem. cedeu, sentindo o calor subir por sua pele como se estivesse sendo acesa por dentro. Havia algo na forma como ele a beijava — um cuidado firme, um domínio suave — que fazia sua resistência derreter aos poucos.
levou uma das mãos à nuca dele, puxando-o com mais força, sentindo a própria urgência crescer. O nervosismo ainda estava lá, sim, mas misturado agora com algo muito mais instintivo. Desejo cru.
Os beijos desceram pelo maxilar dela, então pelo pescoço. A boca de era quente e envolvente, marcando um caminho lento até a clavícula, onde ele depositou beijos suaves, quase silenciosos, fazendo-a suspirar.
Os dedos dele, antes sobre o tecido, começaram a deslizar com mais confiança. Não havia pressa — apenas a certeza de que cada movimento era planejado, estudado, feito para deixá-la confortável e entregue.
A câmera continuava gravando em silêncio, captando a intensidade daquele momento, mas para , ela já não existia mais.
Havia apenas ele.
E o modo como, com gestos tão precisos, a fazia esquecer o medo, a dívida, o mundo.
voltou a subir os lábios até os dela, retomando o beijo com mais intensidade. Não havia mais hesitação. Seus corpos já se entendiam. A urgência era clara, mas ainda assim, controlada. Cada movimento parecia milimetricamente calculado para provocar, testar os limites — e ultrapassá-los aos poucos.
A mão dele deslizou da cintura até a barra da blusa dela, levantando-a com lentidão. Seus dedos roçaram a pele da barriga, e prendeu a respiração. O toque era quente e firme, mas ainda gentil. Como se ele soubesse que cada centímetro exigia permissão — mesmo que silenciosa.
Ela ergueu os braços devagar, permitindo que ele a ajudasse a tirar a peça. Agora, com a blusa deixada de lado, a observou com atenção, sem pressa alguma. Não havia julgamento em seus olhos — apenas desejo puro e uma admiração silenciosa.
— Linda… — murmurou, baixo o suficiente para que apenas ela ouvisse.
A palavra a fez estremecer, mais do que qualquer toque.
Ele voltou a beijá-la no pescoço, então entre os seios ainda cobertos pelo sutiã. Suas mãos passaram pelas laterais do corpo dela, subindo e descendo com calma, despertando reações involuntárias — os pelos arrepiados, a pele quente, os suspiros curtos que já não conseguia controlar.
desceu os beijos até a barriga, devagar, como se quisesse memorizar o caminho. Os dedos dele estavam agora na barra da calça que ela usava, e quando ele a olhou, pedindo permissão apenas com o olhar, ela assentiu, mordendo o lábio.
A peça foi descendo pelas pernas finas, revelando a pele pálida sob a luz suave.
agora estava quase nua, e mesmo que seu coração ainda batesse descompassado, ela não sentia vergonha — sentia… poder.
se posicionou novamente entre as pernas dela, subindo os beijos pelas coxas com uma reverência silenciosa, como se cada toque fosse uma entrega mútua. Os olhos dele voltaram aos dela por um instante.
— Lembra da palavra de segurança? — perguntou com a voz baixa, a respiração dele já quente contra sua pele.
— Âmbar — ela respondeu, quase num sussurro.
— Exato — ele sorriu, e então voltou a beijá-la.
A entrega estava acontecendo. E com ela, o medo se desfazia pouco a pouco, substituído por uma sensação nova, arrebatadora — de desejo, de controle, de liberdade.
voltou a subir o corpo, seus lábios encontrando novamente os de , agora com mais intensidade. Ela sentia as mãos dele percorrerem suas costas, ágeis, mas cuidadosas, até alcançarem o fecho do sutiã.
Ele hesitou por um segundo, dando espaço caso ela quisesse mudar de ideia. Mas , agora entregue ao momento, apenas ergueu os braços, os olhos fixos nos dele.
O sutiã deslizou por seus ombros com leveza, revelando a pele sensível e o cuidado recente: a peça era nova, rendada, em um tom vinho profundo, que contrastava lindamente com a pele dela. havia escolhido com atenção. Com o dinheiro que transferiu, comprou algo que a fizesse sentir bonita, segura — sensual. Nada daquelas peças velhas e gastas que carregavam lembranças de outros tempos.
segurou o tecido com delicadeza, como se compreendesse o significado daquilo, e o deixou de lado. Seus olhos desceram pelo corpo dela e pararam, por um instante mais longo, logo abaixo dos seios.
Duas tatuagens pequenas, porém marcantes, adornavam a pele delicada. Abaixo do seio direito, a palavra em letras finas e bem desenhadas: DIVINE.
E do lado esquerdo, outra, mais ousada, como uma espécie de sussurro em forma de declaração: be lilith. never eve.
não disfarçou o sorriso, e seus olhos voltaram aos dela com uma mistura de surpresa e admiração.
— Isso… — ele murmurou, passando os dedos suavemente próximo à pele marcada pela tinta — é ainda mais interessante do que eu esperava.
mordeu o lábio, entre envergonhada e satisfeita com a reação dele.
— Fiz quando cheguei aqui… — sussurrou. — Queria lembrar a mim mesma do que sou capaz. E do que eu nunca mais quero ser.
assentiu, como se entendesse mais do que dizia em palavras. Ele se inclinou e depositou um beijo suave logo abaixo da tatuagem DIVINE, depois outro sob a frase rebelde do lado esquerdo, como uma reverência silenciosa à escolha dela.
— Isso vai deixar todo mundo maluco — ele disse contra a pele dela, a voz baixa, carregada de desejo.
sentiu um arrepio tomar conta do corpo inteiro. E, pela primeira vez, percebeu que não era apenas uma mulher endividada tentando sobreviver. Ali, naquele momento, ela era algo mais. Algo desejado. Algo... divino.
deslizou a ponta dos dedos pelas laterais da cintura dela, subindo lentamente até o centro de seus seios expostos, como se quisesse memorizar cada curva, cada linha desenhada pela luz suave do quarto.
fechou os olhos, sentindo o toque dele como se fosse fogo contra sua pele sensível. O jeito como ele a explorava era diferente de tudo que já tinha vivido — não havia pressa, não havia fome bruta. Havia reverência. Um desejo de fazer daquele momento algo que ela não esquecesse.
inclinou-se novamente, sua boca quente envolvendo um dos mamilos dela com uma mistura perfeita de suavidade e firmeza. Ele sugou levemente, circulando com a língua em movimentos lentos, enquanto a outra mão acariciava o outro seio, desenhando trajetos preguiçosos que a faziam arquear o corpo contra ele, em busca de mais.
Um gemido baixo escapou dos lábios de , como se tivesse sido arrancado diretamente de sua alma.
sorriu contra a pele dela, satisfeito com a resposta, e deixou um rastro de beijos molhados descendo pela barriga até a linha da calcinha. O tecido de renda vinho parecia ainda mais provocante agora, moldando-se às curvas suaves dela.
Ele passou o nariz sobre o tecido, inalando o cheiro adocicado que já escapava dela, e soltou um gemido baixo e rouco, como se precisasse de toda a força do mundo para manter o controle. Seus olhos subiram para encontrar os dela — queria ver a reação dela a cada toque.
— Posso? — murmurou, os dedos já brincando com a borda da calcinha.
assentiu, mordendo o lábio com força, os olhos brilhando com antecipação.
deslizou a peça pelas coxas com paciência infinita, como se estivesse abrindo um presente precioso. Quando ela ficou completamente exposta diante dele, ele parou por um segundo, apenas olhando. Apenas… apreciando.
se sentiu quente por inteiro. Cada centímetro de sua pele parecia pulsar sob o olhar dele. Mas diferente do medo que esperava sentir, só havia uma estranha sensação de poder e vulnerabilidade se misturando de um jeito avassalador.
Ele beijou a parte interna de uma de suas coxas, depois da outra, aproximando-se perigosamente do centro de seu corpo, mas ainda evitando o contato direto, aumentando a expectativa até ela quase enlouquecer.
Quando finalmente sua língua tocou sua pele mais íntima, soltou um gemido entre um suspiro e um soluço, a mão agarrando os lençóis ao lado de seu corpo.
se moveu com perícia, explorando-a com a boca, alternando movimentos suaves e mais firmes, ouvindo e sentindo cada pequena reação dela como se estivesse afinando um instrumento precioso. Ele sabia exatamente quando acelerar, quando diminuir o ritmo, quando apenas pairar, deixando a expectativa tomar conta.
E , perdida na sensação, deixou-se levar.
Seu corpo se arqueava involuntariamente a cada investida, e seus gemidos ficavam mais altos, mais desesperados, como música crua ecoando pelo quarto.
segurava suas coxas abertas com firmeza, mantendo-a vulnerável, entregue a ele — mas sempre com espaço para que ela se afastasse, se quisesse. Só que ela não queria. Não mesmo.
Ele intensificou o movimento da língua, pressionando o ponto certo com uma precisão que a fez estremecer inteira. sentiu a tensão se acumular em seu ventre, a respiração tornar-se errática. Suas mãos se moveram até os cabelos dele, segurando-os com força, como se estivesse se agarrando à própria realidade.
Quando o orgasmo a atingiu, foi como uma onda avassaladora, arrancando um gemido alto e rouco de seus lábios. Ela perdeu a força nas pernas, nas mãos, no corpo inteiro, desabando de volta contra a cabeceira da cama, ofegante e suada.
permaneceu ali por mais alguns segundos, diminuindo o ritmo até ela se acalmar, antes de subir novamente, espalhando beijos suaves por sua barriga, peito, pescoço, até voltar a encontrar seus lábios.
Ele a beijou de novo — dessa vez mais suave, quase carinhoso — como se selasse o momento.
A câmera continuava gravando, capturando não apenas o ato em si, mas a conexão crua, intensa e completamente real entre os dois.
E, pela primeira vez em muito, muito tempo, se sentiu viva.
ainda recuperava o fôlego, o corpo leve e pesado ao mesmo tempo, como se estivesse flutuando sob a superfície de uma onda quente. Mas não parecia disposto a lhe dar muito tempo para se recompor.
Ele a olhava de cima, os olhos escuros cravados nos dela, como se houvesse uma conversa silenciosa acontecendo entre seus corpos, uma troca de promessas que dispensava palavras.
Deslizando as mãos pela cintura dela, ele voltou a explorar, subindo devagar até alcançar novamente os seios, onde seus dedos brincaram com a pele sensível, arrancando pequenos arfares dos lábios entreabertos de .
Ela moveu o quadril de leve, sem perceber, em busca de mais contato. Seu corpo inteiro parecia clamar pelo dele.
sorriu de canto, percebendo cada nuance da reação dela.
Sem pressa, ele deslizou para deitar ao lado dela, apoiando parte do próprio peso sobre um dos cotovelos, enquanto a mão livre voltou a acariciar sua barriga com movimentos circulares, preguiçosos, quase hipnóticos.
virou o rosto na direção dele, e os olhares se encontraram outra vez — a tensão agora quase tangível no ar ao redor deles.
inclinou-se e capturou os lábios dela num beijo mais profundo, dessa vez com uma fome controlada que fazia o corpo dela se aquecer novamente num ritmo quase cruel de tão lento.
As línguas se encontraram, se provocaram, deslizando uma contra a outra com uma intimidade que arrancou de um gemido surdo, abafado pela boca dele.
A mão dele desceu outra vez pelas coxas dela, explorando o caminho já conhecido, mas agora com mais propósito. Ele passou a ponta dos dedos pela parte interna da coxa, subindo lentamente, quase tocando o centro dela, que já pulsava de antecipação. Mas ele não tocou ainda.
Provocou. Apenas roçando a pele próxima, fazendo se contorcer sob ele, implorando silenciosamente por mais.
afastou o rosto do dela apenas o suficiente para falar, a voz rouca, carregada de desejo:
— Me diz se estiver demais, hum?
Ela respondeu apenas puxando-o pela nuca, unindo suas bocas novamente, o gesto tão cheio de necessidade que não pôde conter o gemido baixo que vibrou contra os lábios dela.
Foi então que ele deslizou a mão até entre as pernas dela, dessa vez tocando sem mais delongas.
arfou, sentindo os dedos dele deslizando pela umidade quente de sua intimidade, explorando com movimentos suaves, ritmados, circulares.
O quadril dela se ergueu instintivamente, buscando mais, pedindo sem palavras.
a observava com olhos pesados de desejo, absorvendo cada pequeno tremor, cada suspiro entrecortado, cada olhar perdido que ela lançava enquanto se desfazia pouco a pouco em suas mãos.
E então, ainda mantendo o contato visual, ele retirou a própria camiseta de uma só vez, revelando o tronco definido, o corpo forte e ao mesmo tempo elegante.
encarou-o, sem conseguir desviar o olhar. Era como ver o desejo materializado ali, em carne viva.
Ele se inclinou sobre ela novamente, agora com os corpos ainda mais próximos, pele contra pele, calor contra calor.
Os dedos de continuaram o trabalho entre as pernas dela, aumentando a pressão, os movimentos, levando-a rapidamente a outro estado de tensão deliciosa.
Com a outra mão, ele segurou o queixo dela com delicadeza, fazendo-a olhá-lo nos olhos, como se quisesse gravar aquele momento em sua memória.
— Você é linda assim — murmurou, a voz grave e baixa como um sussurro proibido.
gemeu baixinho, as pernas tremendo ao redor dos quadris dele.
parou o movimento dos dedos só o suficiente para deslizar a mão para a própria calça, desfazendo o botão e o zíper com habilidade.
Ela sentiu, através da pouca distância entre eles, a excitação dele, firme, quente, pulsante. E mesmo assim, ele não tinha pressa.
se abaixou novamente, beijando o pescoço dela, depois o ombro, descendo devagar pelo peito, pela barriga — cada beijo era uma promessa do que estava por vir.
sentia o próprio corpo implorar. A necessidade era crua, urgente, mas ao mesmo tempo deliciosa, como se todo o seu ser estivesse sendo cuidadosamente preparado para aquele momento.
se afastou por um segundo apenas para se proteger — profissional, seguro, como era seu dever. Ela o observou fazendo isso com eficiência, a respiração descompassada, os olhos brilhando de ansiedade e desejo.
Quando ele voltou a se posicionar sobre ela, encostando a testa na dela por um breve instante, entendeu:
Não era apenas sobre prazer. Era sobre confiança. Sobre entrega.
E, naquele momento, ela estava pronta.
🔥🔥🔥
roçou o nariz contra o dela, o toque simples, íntimo, que fez fechar os olhos por um segundo, buscando coragem na proximidade dele.
— Olha pra mim — ele murmurou, a voz rouca, carregada de uma ternura inesperada.
Ela obedeceu. E encontrou nele não só o desejo ardente, mas uma promessa silenciosa: que ele a guiaria, que ele estaria ali o tempo todo.
posicionou-se com cuidado entre suas pernas, uma das mãos segurando seu quadril para ajustar o encaixe. sentiu o calor dele ali, tão perto, a ponta pressionando suavemente sua entrada, e seu corpo inteiro estremeceu de antecipação.
Ele não a apressou. Esperou.
Esperou até ela se acomodar, até ela respirar fundo e assentir sutilmente, mesmo que o coração dela estivesse batendo tão rápido que ela mal podia acreditar que ainda estava respirando.
Com um movimento lento e cuidadoso, começou a invadir seu corpo, centímetro por centímetro.
soltou um suspiro trêmulo, misturado entre o desconforto inicial e a sensação avassaladora de preenchimento, de entrega total.
Ele parou quando sentiu a tensão dela, apoiando a testa no ombro dela e deixando o tempo fazer seu trabalho. Sua mão acariciava as laterais do corpo dela em círculos lentos, transmitindo paciência, transmitindo calma.
— Relaxa… — sussurrou contra a pele dela. — Deixa eu cuidar de você.
As palavras dele, o calor da boca contra seu pescoço, o carinho contínuo nas costas e na cintura… tudo isso ajudou a respirar, a se render, a se abrir.
voltou a se mover, dessa vez deslizando ainda mais fundo, até que seus corpos estivessem completamente encaixados, conectados de forma irreversível.
mordeu o lábio, fechando os olhos, sentindo-se cheia de uma maneira que era quase dolorosamente boa. Cada fibra de seu corpo parecia vibrar, reconhecendo algo primal, algo que ela nunca havia experimentado daquela forma.
Ele permaneceu imóvel por alguns segundos, permitindo que ela se acostumasse, que sentisse, que aceitasse.
Quando percebeu que ela relaxava sob ele, começou a mover-se devagar. Ritmado. Cuidadoso. Quase reverente.
As mãos dele estavam em toda parte — acariciando os quadris, os seios, o rosto — como se precisasse sentir para acreditar que ela estava ali, sob seu toque, recebendo-o.
se agarrou aos ombros dele, as unhas fincando levemente na pele, deixando marcas que recebia como medalhas silenciosas da confiança dela.
Os gemidos de ambos se misturavam, baixos e abafados, como uma canção só deles dois, ecoando no quarto aquecido.
O movimento entre eles aumentava de intensidade de maneira quase imperceptível, crescendo em ondas, construindo algo maior, mais intenso, mais inevitável.
não tirava os olhos dela. Cada expressão, cada suspiro, cada arquear de quadril era recebido como combustível para a fome controlada que agora o dominava.
E … já não pensava em dívidas, em medo, em agiotas, em nada além do calor dele. Da segurança dele. Do prazer que se construía em seu ventre como uma maré impiedosa, pronta para arrastá-la.
acelerou o ritmo apenas quando percebeu que ela estava pronta, quando sentiu seu corpo pedir, exigir mais.
Os sons dela — gemidos curtos, soluços de prazer — guiavam seus movimentos como uma melodia secreta.
Até que tudo ficou mais rápido, mais intenso, mais descontrolado.
E quando se desfez em torno dele pela segunda vez naquela noite, tremendo de prazer, puxando-o ainda mais para si, se entregou junto com ela, enterrando o rosto no pescoço dela enquanto gemia seu prazer, seus corpos colidindo em um clímax intenso, quente e devastador.
Durante alguns segundos, o mundo deixou de existir.
Só havia eles.
Só havia aquela respiração compartilhada, os corações disparados, a pele úmida colada em pele. Conexão.
Entrega.
Vida.
🔥🔥🔥
O silêncio que pairou depois parecia quase sagrado.
permaneceu sobre ela por alguns instantes, apoiando parte do peso nos braços, para não esmagá-la, enquanto ambos tentavam regular a respiração. Seus corpos ainda colados, quentes, úmidos, entrelaçados de uma forma que jamais imaginaria sentir.
Com um último beijo demorado na testa dela, se afastou devagar, saindo de dentro dela com cuidado, respeitando o corpo dela que ainda pulsava com a memória do prazer.
Ele se levantou da cama e, sem dizer nada, caminhou até a câmera. Apertou o botão de desligar, encerrando a gravação com a mesma discrição que havia começado. A pequena luz vermelha se apagou, e o quarto voltou a ser apenas deles, sem testemunhas.
puxou o lençol próximo para cobrir o corpo ainda exposto, instintivamente buscando alguma proteção. Mas antes que ela pudesse envolver-se completamente, voltou para a beira da cama e, com um gesto suave, segurou a mão dela.
— Não precisa se esconder. — a voz dele era baixa, um pouco rouca ainda, mas infinitamente gentil. — Não depois disso. Não aqui.
parou, seu peito subindo e descendo com a respiração ainda acelerada. Havia tanta ternura nos olhos dele que algo dentro dela se quebrou e, ao mesmo tempo, se curou um pouco.
pegou uma toalha dobrada que estava sobre uma cadeira próxima e se aproximou novamente.
— Vem. — disse, estendendo a mão para ela. — Vamos tomar um banho. Você vai se sentir melhor.
Ela hesitou, olhando para ele, tão natural e à vontade na própria nudez, sem qualquer arrogância, sem qualquer traço de desdém. Apenas... presença.
estendeu a mão e deixou que ele a puxasse com cuidado. Quando seus pés tocaram o chão frio, imediatamente passou a toalha pelas costas dela, cobrindo-a antes de guiá-la lentamente até o banheiro.
O banheiro era espaçoso, com tons claros e iluminação suave. ligou o chuveiro, deixando a água esquentar, e então voltou para ela.
Sem pressa, ele a ajudou a entrar no box, depois entrou também, fechando a porta de vidro.
A água quente caiu sobre os dois, lavando os vestígios da gravação, mas parecia também lavar algo mais profundo — o medo, a vergonha, a solidão.
passou a mão molhada pelos ombros dela, pelos braços, como se estivesse tentando gravar cada pedaço de pele em sua memória.
encostou a testa no peito dele, sentindo o coração forte batendo contra sua pele. Ele a abraçou, forte, quente, protetor.
Ali, no calor da água e no calor daquele abraço, permitiu-se fechar os olhos e, pela primeira vez em muito tempo, sentir-se segura.
Não era sobre câmeras.
Não era sobre dívida.
Não era sobre sobrevivência. Era sobre estar viva.
Depois de algum tempo sob o chuveiro quente, desligou a água e, com a mesma delicadeza de antes, envolveu em uma toalha. Eles se secaram em silêncio, e embora o clima ainda estivesse carregado de algo intenso, havia também uma espécie de serenidade no ar.
foi a primeira a se mover. Ela pegou suas roupas dobradas cuidadosamente sobre uma cadeira e começou a se vestir de costas para ele, como se aquilo fosse um lembrete silencioso: acabou.
ficou parado, apenas observando enquanto ela vestia a calcinha nova, ajeitava a peça no quadril com gestos apressados e, em seguida, puxava a calça jeans pelas pernas ainda levemente úmidas.
Quando ela pegou a blusa que usara antes da gravação e a puxou sobre a cabeça, ele agiu.
Antes que pudesse ajeitar completamente o tecido sobre o corpo, se aproximou rapidamente e, com um gesto seguro, puxou a blusa para cima novamente, fazendo-a deslizar por seus braços.
Surpresa, ela arregalou os olhos e segurou o tecido, confusa.
— O que você está fazendo? — perguntou, a voz baixa, quase trêmula.
apenas sorriu de canto, tirando a blusa das mãos dela e largando-a sobre a cama sem cerimônia.
, agora apenas de calça e sutiã, ficou paralisada por um momento, sem saber se deveria recuar ou confrontá-lo. Mas antes que pudesse reagir, ele caminhou até uma cômoda, abriu a primeira gaveta e puxou uma camiseta larga, preta, com um tecido visivelmente macio.
Ele voltou até ela, estendendo a peça.
— Veste isso. — disse, o tom calmo, mas firme. — Você não precisa ir embora agora.
Ela olhou para ele, depois para a camiseta em sua mão. A hesitação em seus olhos era clara, quase dolorosa.
— Achei que… já tivesse acabado o que eu tinha que fazer. — murmurou, quase como uma desculpa para si mesma.
se aproximou mais, diminuindo a distância entre eles até que ela pudesse sentir a respiração dele na sua pele ainda quente.
— Acabou o trabalho — ele corrigiu, a voz grave, suave. — Mas ninguém disse que você precisa sair correndo.
Ele não a tocou. Não a forçou. Apenas ficou ali, esperando.
respirou fundo, sentindo o cheiro dele — sabonete amadeirado, limpo, reconfortante. Olhou para a camiseta de novo. Era um convite. Uma escolha.
E, pela primeira vez em muito tempo, alguém estava lhe dando a opção de ficar sem exigir nada em troca.
Com as mãos ainda um pouco trêmulas, ela pegou a camiseta das mãos dele e, lentamente, passou pela cabeça, deixando o tecido deslizar pelo corpo após retirar a calça jeans.
A camiseta ficou larga nela, descendo quase até metade das coxas, cobrindo o que precisava ser coberto de maneira confortável, aconchegante.
sorriu, satisfeito.
— Muito melhor. — disse baixinho, quase como um elogio íntimo.
abaixou os olhos, mas não pôde conter o pequeno sorriso que ameaçou nascer em seus lábios.
Pela primeira vez naquela noite, ela não se sentia apenas usada ou útil. Ela se sentia… bem-vinda.
apagou algumas das luzes mais fortes do quarto, deixando apenas a iluminação indireta acesa, suave, quente, transformando o ambiente em um refúgio silencioso.
sentou-se na cama, com as pernas cruzadas sob a camiseta larga que usava, sentindo-se estranhamente confortável naquele espaço que, até poucas horas atrás, era totalmente desconhecido para ela.
sentou-se no chão, de costas para a cama, os braços apoiados nos joelhos dobrados. Ficaram assim por alguns minutos, em silêncio, ouvindo apenas a respiração tranquila um do outro.
observou-o em silêncio. A maneira como ele parecia tão presente, tão calmo… era estranho o quanto aquilo a confortava.
Foi ela quem quebrou o silêncio primeiro.
— … — chamou, a voz baixa, quase incerta.
Ele virou o rosto para olhá-la por cima do ombro, a expressão aberta, sem pressa.
— O que foi?
Ela mordeu o lábio, tentando encontrar as palavras certas.
— Sobre o que aconteceu… — começou, desviando o olhar por um momento — ...foi diferente do que eu imaginei.
se virou completamente para encará-la, subindo na cama, sentando-se próximo a ela, mas sem invadir seu espaço.
— Diferente como? — perguntou, com um interesse genuíno na voz.
brincou com a barra da camiseta entre os dedos, organizando os pensamentos.
— Achei que seria algo mecânico. Frio. Como se eu estivesse… vendendo alguma coisa. — Ela respirou fundo. — Mas... não foi assim.
a ouviu em silêncio, respeitando cada pausa, cada hesitação.
— Não é assim que eu trabalho. — ele disse, com sinceridade. — Nunca foi só sobre o corpo. É sobre a conexão. Sobre fazer quem está ali comigo se sentir... viva. Desejada. No controle.
ergueu os olhos para ele e, por um instante, sentiu o peito apertar. Não pelo medo — mas pela verdade naquelas palavras.
— Você conseguiu. — admitiu, num sussurro. — Me fez sentir tudo isso.
sorriu de leve, mas havia algo de sério no fundo do olhar dele.
— E você foi incrível, . Mais do que eu esperava.
Ela corou, olhando para as próprias mãos, mas um sorriso pequeno e sincero escapou.
— Eu só… ainda estou processando tudo. — confessou. — É estranho. Me sinto vulnerável, mas ao mesmo tempo... forte. Como se tivesse recuperado algo que eu nem sabia que tinha perdido.
se aproximou mais, reduzindo ainda mais a distância entre eles, até que seus joelhos quase se tocassem.
— Isso é o que acontece quando você retoma o controle da própria história. — disse ele, baixinho.
sentiu os olhos marejarem, mas piscou rápido, afastando qualquer sinal de lágrimas.
percebeu, mas não comentou. Apenas estendeu a mão, virando a palma para cima, oferecendo-a.
Sem pensar muito, ela colocou sua mão sobre a dele.
O contato era simples, mas carregava tudo o que palavras jamais poderiam dizer.
Ficaram ali, conectados, silenciosamente.
Não como duas pessoas que haviam acabado de gravar algo para uma audiência invisível.
Mas como duas almas que, de alguma forma, haviam se encontrado no meio do caos.
E pela primeira vez em muito tempo, não sentia pressa para ir embora.
Depois de alguns minutos apenas com as mãos entrelaçadas e as respirações tranquilas preenchendo o quarto, puxou levemente a mão de , guiando-a para mais perto.
Sem dizer nada, ele se recostou contra a cabeceira da cama e abriu espaço para ela. Um convite silencioso.
hesitou por um instante — não porque não quisesse, mas porque sentia o peso de tudo o que aquele gesto carregava. Mesmo assim, aceitou. Deitou-se devagar, acomodando a cabeça no peito dele, ouvindo o batimento forte e constante do coração sob sua orelha.
passou um dos braços ao redor dela, envolvendo-a com uma proteção silenciosa.
— Tá confortável? — ele perguntou, a voz vibrando contra a pele dela.
— Uhum. — respondeu baixinho, fechando os olhos por um momento.
O calor do corpo dele, o cheiro amadeirado, a sensação de segurança… era fácil se perder naquilo.
Ficaram assim por alguns minutos, apenas respirando juntos, o mundo lá fora se tornando distante.
Até que, naturalmente, outra conversa começou a nascer entre eles.
— Você sempre quis isso? — ela perguntou, sua voz quase perdida contra a camiseta dele.
demorou alguns segundos para responder.
— Trabalhar com conteúdo adulto, você quer dizer?
Ela assentiu, sentindo o peito dele se mover com a respiração lenta.
— Não. — ele disse enfim. — Não era um plano de vida. — Fez uma pausa, pensativo. — Mas... foi o que me deu liberdade. Liberdade pra viver como eu queria, pra não depender de ninguém. Pra ter o controle da minha vida nas minhas mãos.
absorveu aquelas palavras em silêncio.
— E você? — perguntou, virando ligeiramente o rosto para olhar para ela. — O que você queria?
sorriu de forma triste, quase sem humor.
— Eu queria paz. — respondeu com sinceridade. — Só isso. Um lugar pra chamar de lar. Um lugar onde eu pudesse acordar sem medo.
apertou o braço ao redor dela com mais força, como se pudesse protegê-la do mundo inteiro naquele gesto.
— Você merece isso, . — murmurou.
Ela fechou os olhos, deixando que a verdade daquela frase a envolvesse, mesmo que ainda parecesse um sonho distante.
Depois de alguns instantes de silêncio confortável, ela perguntou:
— E agora? O que acontece?
sorriu, um sorriso que ela não viu, mas sentiu na vibração suave contra seu corpo.
— Agora? — ele disse. — Agora você descansa. Aqui. Sem pressa. Sem cobranças.
Ela soltou um suspiro, sentindo finalmente o peso do dia, do medo, da tensão, começar a se dissolver.
E ali, deitada sobre o peito dele, ouvindo o coração batendo forte e constante, soube:
Não era o fim daquela história.
Era apenas o começo.
Piscou os olhos devagar quando ouviu barulho de água corrente ecoar de maneira suave pelo cômodo a luz suave do sol invadia o lugar pelas frestas da cortina cuidadosamente fechada.
se sentou na cama, os olhos meio abertos, meio fechados, ainda sonolenta. Procurou pelo próprio celular na cama em que estava sentada e não encontrou. Aí ela começou a despertar. A falta de reconhecimento sendo imediata. Percorreu os olhos pelo quarto em que se encontrava. “Onde eu tô, mesmo?” ela pensou antes de afastar as cobertas, o coração pulsando rápido. Olhou para si mesma e se viu vestida com a camiseta… nada mais.
fechou os olhos com força e levou a mão até a testa, como se pudesse apagar a memória das últimas horas com aquele simples gesto.
O calor subiu pelo peito, pela garganta, até alcançar as bochechas. Uma mistura desconfortável de constrangimento, vulnerabilidade… e uma pontinha de incredulidade. ”Eu deveria ter ido embora."
O pensamento ecoou como um alerta dentro da cabeça dela.
A lembrança do momento pós-banho voltou em flashes: o convite dele para ficar, o corpo cansado demais para discutir, o colchão quente, o cheiro dele impregnado nos lençois… e então, o sono vindo rápido, como uma armadilha.
Agora, ali, com a luz da manhã atravessando o quarto e o som do chuveiro ao fundo… a realidade caía sobre ela com força.
O que ela mais queria era desaparecer dali sem ser notada. Mas o corpo ainda pesado, as pernas trêmulas e a ausência de suas roupas por perto deixavam claro que não ia ser tão simples assim.
Engoliu seco, pressionando os dedos contra a têmpora, como se aquilo pudesse ajudar a organizar o caos que começava a se formar novamente dentro dela. "Merda…"
A porta do banheiro se abriu, revelando um ainda molhado, com a toalha enrolada na cintura, o cabelo pingando, as gotas passeando suavemente pelo corpo definido dele que parecia ainda mais atraente pela manhã.
sentiu o ar faltar por um breve segundo.
Os olhos dela desceram lentamente, como se tivessem vontade própria, percorrendo o caminho das gotas que deslizavam pelo pescoço dele até desaparecerem no limite da toalha presa baixa demais na cintura.
Quando percebeu o quanto estava encarando, arregalou os olhos e desviou rapidamente o olhar, mexendo nos próprios cabelos como desculpa esfarrapada para disfarçar.
, claro, percebeu.
Um sorriso enviesado surgiu nos lábios dele, carregado de diversão e... um toque de malícia.
Ele caminhou até a cama, parando bem na frente dela. ainda estava sentada, com as pernas cruzadas e a camiseta dele cobrindo metade das coxas, o olhar fixo em um ponto qualquer do quarto que não fosse o corpo dele.
inclinou o corpo levemente para a frente, diminuindo a distância entre os dois de propósito. Sua voz veio baixa, com aquele tom grave e preguiçoso de quem sabia exatamente o efeito que causava.
— Dormiu bem? — perguntou, deixando a pergunta pairar por um segundo antes de completar, com um sorriso provocativo no canto dos lábios: — Quer café… ou prefere outra coisa pra despertar?
O coração de disparou de um jeito quase doloroso.
Ela mordeu o lábio inferior e, por um segundo, considerou várias respostas possíveis. Mas nenhuma parecia segura o suficiente.
Tudo o que conseguiu fazer foi rir, nervosa, e balançar a cabeça.
sorriu mais ainda, satisfeito com a reação.
Ele estava se divertindo com aquilo. E ela… talvez também estivesse, mesmo que ainda não quisesse admitir.
permaneceu ali, parado à frente dela por mais alguns segundos, como se estivesse se divertindo com o embaraço estampado no rosto de .
Então, sem qualquer aviso, ele se afastou com naturalidade e caminhou até o guarda-roupa aberto no canto do quarto. Puxou uma camiseta preta e uma calça de moletom, jogando-as sobre a cama, a poucos centímetros dela.
o observava de soslaio, como quem tenta fingir que não está olhando... mas está.
E então, antes que ela pudesse desviar o olhar de novo, segurou a ponta da toalha e, com um movimento rápido e casual, a soltou do corpo.
congelou.
A toalha caiu aos pés dele com uma facilidade quase ensaiada. Ele ficou ali, completamente nu, como se fosse a coisa mais comum do mundo. A segurança com que se movia fazia com que ela se perguntasse quantas vezes ele já havia feito aquilo — e a resposta era óbvia: muitas.
Mas nada naquilo parecia forçado. Não era exibicionismo barato. Era apenas... ele. Natural, confiante, confortável na própria pele.
virou o rosto de imediato, como se aquilo fosse protegê-la da imagem que já estava gravada com nitidez absurda em sua mente. As bochechas queimaram. O corpo inteiro respondeu de um jeito que ela odiava admitir, mas era impossível negar.
riu baixo, percebendo a tentativa inútil dela de parecer desinteressada.
— Você já viu muito mais do que isso ontem à noite… — disse ele, enquanto vestia a cueca e depois a calça, com movimentos preguiçosos e sem pressa. — Não precisa ficar com vergonha agora.
Ela soltou um riso nervoso, ainda de costas pra ele.
— Ver ao vivo assim agora… é um pouco diferente… — murmurou, como se estivesse falando consigo mesma.
Ele sorriu de canto, puxando a camiseta por sobre a cabeça.
— Se quiser olhar de novo… não vou reclamar.
balançou a cabeça, entre indignada e secretamente tentada a fazer exatamente isso.
— Muito convencido pra alguém que acabou de acordar — resmungou.
— Confiança é fundamental pra começar bem o dia — ele respondeu com um sorriso ainda mais largo, ajustando a barra da camiseta antes de caminhar de volta até ela. — E falando nisso… agora podemos tomar café.
Ela respirou fundo, ainda tentando fazer o coração desacelerar.
Talvez o mais perigoso de tudo naquela história… fosse o quanto ela começava a gostar daquela provocação constante.
🔥🔥🔥
Quando apareceu na cozinha já vestida com suas roupas, ela encarou na cozinha preparando algo.
Suspirou pesadamente como se tentasse mais uma vez, retirar algum peso invisível nas costas. Passou os olhos mais uma vez pela sala do apartamento de e então ouviu a voz dele:
— Pode se sentar. Fica à vontade . Tô terminando as torradas, mas na mesa já tem café, chá, suco e algumas panquecas.
comprimiu os lábios ao olhar a mesa do café da manhã já posta e tão bem organizada, com a jarra de suco, provavelmente de laranja , uma garrafa com café e a outra garrafa com o chá. Dois pratos e talheres também já estavam lá. engoliu seco.
— Todas suas parceiras de cena são tratadas assim? — soltou uma risada seca enquanto caminhava em direção à mesa.
A dúvida dela era genuína, não era uma indireta. Ela não estava sendo amarga, como se ele devesse algo a ela. Ela só se sentiu genuinamente tentada a perguntar. A reação de foi sorrir, aquele sorriso que ela já estava começando a conhecer muito bem.
— Não. Você está sendo a primeira.
voltou a piscar os olhos, bem devagar. Como se o cérebro tivesse travado.
— A primeira? — Ela perguntou baixinho, mais para si mesma do que para de fato.
— A primeira parceira de cena que dorme comigo, que fica pro café… eu já dormi com outras mulheres, claro. Já fiz café para outras mulheres. E homens… Mas nesse sentido… você é a primeira.
permaneceu parada por alguns segundos, encarando a mesa posta como se aquilo fosse uma informação difícil de processar. A primeira.
Ela engoliu em seco, sentindo um calor estranho subir pelas bochechas. O cérebro tentava desesperadamente encontrar uma resposta rápida, uma piada, uma fuga… qualquer coisa que escondesse o quanto aquela frase mexera com ela.
Mas tudo o que conseguiu foi soltar um riso curto e nervoso.
— Ótimo. — disse, pegando a xícara de café só para ter o que fazer com as mãos. — Agora além de fazer um vídeo com você… também estou inaugurando a sua rotina pós-gravação.
Levou o café à boca, apenas para disfarçar o sorriso que teimava em nascer.
a observava com aquele mesmo olhar que ela já começava a decifrar: uma mistura de diversão, interesse genuíno… e algo mais, algo que ela ainda não sabia nomear.
— Parece que você está inaugurando algumas coisas, sim. — ele respondeu, com um tom leve, mas com uma camada de significado que ela preferiu ignorar… por enquanto.
respirou fundo, tentando reorganizar o caos emocional dentro de si.
— Bom… pelo menos o café tá ótimo. — disse, finalmente se sentando, os olhos fixos na xícara como se fosse a coisa mais interessante da manhã.
Mas, lá no fundo… ela sabia que não era o café que estava fazendo o coração dela disparar daquele jeito.
Era ele.
Sempre ele.
E isso, talvez, fosse ainda mais perigoso do que a dívida que ela estava tentando pagar.
Após alguns segundos ele saiu de trás da bancada com uma bandeja com torradas e uma geleia nas mãos.
— Pronto, agora sim! Tudo pronto pro café.
Quando os dois se encararam, sorriu, mostrando os dentes, voltando a desarmar , que engoliu seco e então se sentou após puxar a cadeira.
O começo do café foi marcado por um silêncio quase confortável… quase.
manteve os olhos baixos, concentrando-se em passar a geleia sobre a torrada com uma calma forçada, enquanto servia-se de café e mordia uma das panquecas com naturalidade.
Nenhum dos dois parecia saber ao certo o que dizer. Era como se as palavras estivessem ali, na garganta, mas ambas travadas por um peso invisível.
Por alguns minutos, o único som na cozinha era o tilintar dos talheres contra os pratos e a respiração controlada de , que tentava, de todas as formas, não olhar demais pra ele… de novo.
terminou a segunda xícara de café, recostou-se um pouco na cadeira e então, como se fosse a coisa mais comum do mundo, pegou o celular no bolso da calça de moletom.
Desbloqueou a tela com o polegar e abriu o aplicativo do banco com alguns toques rápidos.
— Não gosto de deixar pendências — comentou, enquanto os olhos ainda estavam fixos na tela.
o encarou, um pouco confusa no início, até vê-lo digitando os números. Ela prendeu a respiração sem perceber.
— Pronto. — ele disse, pressionando o botão de envio. — Segunda metade, como combinado.
O celular dela vibrou quase no mesmo instante sobre a mesa. Ela o pegou com as mãos trêmulas e abriu o aplicativo do banco. O número estampado na tela parecia grande demais para ser real.
O alívio veio como uma onda quente, quase deixando seus olhos marejarem de novo. Ela respirou fundo, sentindo uma parte imensa da tensão sair de seus ombros… mas junto com o alívio, veio também uma pontada incômoda no peito.
Era como se, com aquele pagamento, algo tivesse se encerrado. Um ciclo. O “acordo” entre eles, teoricamente… terminava ali.
pareceu perceber a mudança sutil na expressão dela, mas não comentou. Apenas fechou o próprio aplicativo, deixou o celular de lado e tomou um gole de suco antes de falar, com a voz mais suave agora:
— Hoje à tarde eu começo a editar o material de ontem.
levantou os olhos para ele, ainda segurando o celular nas mãos.
— E… você vai postar logo?
negou com a cabeça, sorrindo de leve.
— Nada vai pro ar antes de você assistir e me dizer o que acha. — disse com firmeza. — Você vai ter acesso ao vídeo completo antes de qualquer publicação. Se tiver qualquer coisa que não goste... a gente corta.
Ela assentiu devagar, absorvendo as palavras, sentindo uma mistura confusa de gratidão… e mais uma vez, aquele vazio estranho crescendo.
Ele era profissional. Estava apenas cumprindo o combinado. Mas por algum motivo, uma parte dela desejava que… fosse mais que isso.
largou o celular na mesa, como se, ao fazer isso, também estivesse tentando largar todo o peso da situação. Respirou fundo, alisando a barra da blusa com nervosismo.
— Bom… acho que é isso, né? — murmurou, sem encará-lo diretamente. — O combinado tá cumprido… o café tava ótimo… — fez uma pausa curta, olhando rapidamente em volta, como se buscasse uma desculpa invisível pra sair dali. — Melhor eu ir. Tenho coisas pra resolver.
permaneceu sentado, apenas observando cada pequeno movimento dela.
Ela se levantou devagar, pegando a bolsa que havia deixado encostada perto da porta da cozinha. Enquanto encaixava a alça no ombro, ele finalmente se moveu.
— Espera aí.
O tom da voz dele a fez congelar no lugar. virou-se, confusa.
se levantou também, com aquela calma que já estava começando a deixá-la desconcertada de tão constante.
— Não precisa sair correndo assim.
Ela arqueou uma sobrancelha.
— Achei que o acordo entre a gente terminava com o café.
Ele riu, cruzando os braços.
— O trabalho sim… — deu um passo em direção a ela. — Mas a companhia não.
o encarou por alguns segundos, sentindo o rosto aquecer de novo.
— …
Ele a interrompeu, levantando as mãos como quem se rendia.
— Relaxa. Sem segundas intenções. Só… fica mais um pouco. — O sorriso dele surgiu de novo, daquela forma suave e desconcertante que ela já começava a odiar… e a gostar, em doses perigosas. — Eu ainda tô decidindo se vou fazer um brunch… ou só fingir que sei cozinhar mais alguma coisa pra impressionar você.
Ela soltou uma risada baixa, surpresa pela leveza com que ele conduzia tudo aquilo.
— Você é sempre assim? — perguntou, cruzando os braços.
— Só quando quero que alguém fique.
mordeu o lábio, lutando internamente com o próprio senso de autopreservação… mas, no fim, suspirou… e largou a bolsa de volta no mesmo canto.
— Tá. Só mais um pouco.
sorriu, satisfeito.
— Só mais um pouco… — repetiu, como se soubesse que, no fundo… ela não ia conseguir ir embora tão cedo.
🔥🔥🔥
seguiu até a sala, se jogando no sofá com aquele jeito largado e confortável de quem estava totalmente à vontade no próprio espaço. veio logo atrás, meio sem saber onde se colocar, até que ele bateu levemente com a palma da mão no assento ao lado dele.
— Senta aqui.
Ela obedeceu, afundando no estofado com as pernas cruzadas, os dedos brincando nervosamente com a barra da blusa.
Por alguns segundos, ficaram apenas em silêncio, até que foi ela quem falou primeiro, quase num tom de confissão:
— Você sempre foi assim…?
— Assim como? — ele virou o rosto na direção dela, os olhos semicerrados, curioso.
— Desse jeito. Tão… leve. Como se nada te abalasse.
soltou uma risada curta, passando a mão pelos cabelos ainda um pouco úmidos.
— Você acha que eu sou leve?
— Bom… você parece ser. — Ela deu de ombros, desviando o olhar. — Trabalha com o próprio corpo, com desejos de outras pessoas, se expõe… e ainda assim, tá sempre rindo, sempre calmo. Como se tudo fosse fácil.
Ele respirou fundo, apoiando o braço no encosto do sofá, inclinando-se levemente na direção dela.
— Não é fácil. — respondeu, com a voz mais baixa agora. — Eu só aprendi a escolher o que vale o meu desgaste… e o que não vale.
virou-se para ele, interessada apesar de si mesma.
— Tipo?
— Tipo… me importar com quem realmente importa. Me abrir só quando eu quero. E manter distância de tudo que me faz mal.
Ela sorriu de forma triste, abraçando os próprios joelhos.
— Eu queria saber fazer isso.
— Não é uma habilidade que a gente nasce sabendo. — Ele disse, encarando-a com mais seriedade agora. — É algo que a vida obriga a gente a aprender… ou a gente quebra no meio do caminho.
mordeu o lábio inferior, o olhar perdido por um instante.
— Eu… já quebrei algumas vezes. — confessou num tom quase inaudível. — Saí da Espanha… fugi… achei que aqui seria diferente. Mas parece que o ciclo só muda de cenário.
— O ciclo só muda se a gente mudar as escolhas. — disse, com a voz grave e tranquila. — E você já começou.
Ela respirou fundo, engolindo a emoção que insistia em subir pela garganta.
— Às vezes, eu nem sei por que você está sendo tão… — Ela parou a frase no meio, como se não conseguisse encontrar a palavra certa.
— Humano? — ele provocou com um sorriso torto.
Ela riu, com um pouco mais de alívio dessa vez.
— Talvez.
apertou de leve o joelho dela antes de tirar a mão, respeitando o espaço.
— Não tô com pressa de entender você, . Nem você precisa ter pressa pra entender a mim.
Os dois ficaram em silêncio outra vez, mas dessa vez… um silêncio mais leve. Menos dolorido.
Como se, aos poucos, o espaço entre eles estivesse deixando de ser só físico… e começasse a ser emocional também.
🔥🔥🔥
abriu a porta do apartamento e então saiu do mesmo, se virando de frente para ele antes de se despedirem. Os olhares se encontraram e ajeitou a bolsa no ombro.
Havia um brilho queimando nos olhos de que não soube decifrar, e ela umedeceu os lábios secos com a ponta da língua.
— Bom, é isso! Muito obrigada… por, bom… ter me ajudado mesmo sem me conhecer. Você meio que, salvou a minha vida.
encostou o ombro no batente da porta, com os braços cruzados sobre o peito, ainda com aquele sorriso de canto que ela já começava a identificar como a marca registrada dele.
— Não precisa me agradecer por isso. — respondeu, a voz baixa e firme. — Eu só… fiz o que qualquer um faria.
soltou uma risada curta, balançando a cabeça com um pouco de incredulidade.
— Não. — corrigiu, olhando diretamente nos olhos dele. — Qualquer um não faria.
Houve um instante de silêncio entre os dois. Um segundo cheio de coisas não ditas.
descruzou os braços e deu um passo à frente, diminuindo um pouco a distância entre eles. Não o bastante para invadi-la, mas o suficiente para que ela sentisse o calor dele.
— Se você precisar de qualquer coisa… — ele começou, e então hesitou por um segundo antes de continuar — …de verdade… é só me mandar uma mensagem.
assentiu devagar, segurando a alça da bolsa com um pouco mais de força do que precisava.
— Eu sei.
Ela deu um passo para trás, como quem finalmente reunia coragem pra ir embora. Mas antes de virar completamente, se virou de novo, mordeu o lábio com leveza e, num impulso, esticou-se na ponta dos pés para deixar um beijo rápido no canto da boca dele.
Rápido.
Suave.
Mas que deixou os dois em silêncio por alguns segundos.
Quando ela recuou, os olhos de estavam ainda mais escuros, como se aquele gesto simples tivesse acendido algo nele.
— Tchau, . — disse ela, baixinho.
— Até mais, . — respondeu ele, com o tom carregado de mais significado do que as palavras sozinhas poderiam conter.
Ela desceu os degraus do prédio, sentindo o coração bater rápido no peito… e mesmo com todas as incertezas que ainda carregava, um pequeno sorriso surgiu nos lábios.
Porque, de alguma forma, ela sabia: aquela história… estava longe de terminar.
🔥🔥🔥
permaneceu parado na porta por alguns segundos, observando descer os degraus e desaparecer pela rua. Só fechou a porta depois de ouvi-la atravessar o portão do prédio.
Encostou-se de costas na madeira, soltando um longo suspiro, como se só agora o corpo inteiro se permitisse relaxar.
Passou as mãos pelos cabelos ainda bagunçados e riu, baixo e sozinho, balançando a cabeça como quem não acreditava na própria situação.
— Que merda eu tô fazendo… — murmurou para si mesmo.
Caminhou de volta até a sala, pegando a caneca de café que ainda tinha restos da bebida fria. Ficou um tempo ali, parado no meio da cozinha, encarando o vazio como se a mente ainda estivesse tentando processar os últimos dois dias.
tinha mexido com ele de um jeito estranho. Rápido demais. Forte demais. Não era o tipo de apego que ele costumava sentir. Não com parceiras de gravação. Não com ninguém, pra falar a verdade.
Mas tinha alguma coisa nela. Algo na vulnerabilidade que ela tentava esconder. No olhar meio perdido, meio corajoso. Na forma como ela reagia às provocações dele… tentando se manter firme, mas falhando de propósito…
Depois de lavar as louças usadas no café, ele foi em direção ao quarto, pegou o notebook e se deitou na cama, com o mesmo sobre o colo. Era hora de começar a editar aquele material.
Mas, ao invés de abrir o aplicativo de edição, ele pegou o celular e abriu a conversa com ela. Ficou encarando o nome dela na tela por um tempo. Sem escrever nada. Sem apagar nada. Apenas... olhando.
Ele respirou fundo, apoiou o celular na bancada e passou as mãos pela nuca, como se tentasse afastar o que estava começando a crescer ali dentro dele.
— Não começa com isso… — disse em voz baixa, para si mesmo.
Mas, no fundo, ele sabia que já tinha começado.
E que, dali em diante, ela não sairia tão fácil da cabeça dele.
🔥🔥🔥
O caminho de volta pra casa foi silencioso.
entrou no pequeno apartamento e, pela primeira vez em semanas, não sentiu aquela sombra sufocante no ar. Não havia medo de batidas na porta, nem o pânico irracional de ouvir passos no corredor. Não havia mensagens ameaçadoras no celular.
Ela largou a bolsa no sofá com um suspiro longo e aliviado.
Pegou o celular no bolso e, antes mesmo de tirar os sapatos, abriu o aplicativo do banco. O saldo na conta era real. O dinheiro estava ali.
Os agiotas haviam deixado claro na última cobrança que, com a dívida paga, o assunto entre eles estava encerrado. E, pelo visto, cumpriram a palavra. Nenhuma mensagem nova. Nenhuma ligação. Nenhuma ameaça.
Era como se, de repente, o chão tivesse parado de tremer sob os pés dela.
caminhou até a janela, abriu um pouco a cortina e deixou o ar frio da rua entrar. Respirou fundo, como se pela primeira vez em meses pudesse encher os pulmões sem medo.
Mas junto com o alívio… veio o vazio.
O tipo de silêncio que, ao invés de tranquilizar, fazia o peito parecer oco.
Ela se jogou na cama de qualquer jeito, ainda vestida. Olhou para o teto por alguns segundos, perdida nas próprias memórias da noite anterior… e da manhã que parecia já tão distante. .
A forma como ele a olhou, como a tocou, como falou com ela no café da manhã… como a fez rir, mesmo quando ela não queria.
fechou os olhos com força e levou uma das mãos ao rosto, tentando empurrar aquelas lembranças pra longe.
— Idiota… — sussurrou pra si mesma, com um meio sorriso cansado.
Mas a verdade era que, agora que o perigo tinha passado… o que sobrava… era a saudade de algo que ela nem sabia que queria de novo.
E pela primeira vez em muito tempo… ela estava curiosa sobre o que viria a seguir.
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estava sentado diante do computador, os fones de ouvido posicionados, os olhos fixos na tela enquanto o software de edição carregava os arquivos da noite anterior.
Ele girou a cadeira devagar, esticando os braços para aliviar a tensão nas costas. Respirou fundo antes de dar play na primeira sequência bruta. A imagem dela surgiu na tela.
, deitada na cama dele, com a iluminação suave contornando o corpo, as pernas encolhidas, os ombros tensos. Tudo gravado cuidadosamente, do pescoço para baixo, como tinham combinado.
O rosto dela… não aparecia em nenhum frame. Apenas os contornos delicados da clavícula, o pescoço, os movimentos tímidos das mãos tentando cobrir o próprio corpo… e depois cedendo, aos poucos.
Mas, mesmo sem vê-la na tela… lembrava.
Lembrava com clareza do olhar nervoso dela pouco antes de começarem, dos olhos arregalados quando ele encostou a mão pela primeira vez no pescoço dela. Da forma como ela o encarou como se quisesse fugir… e, ao mesmo tempo, ficar.
Ele apertou os lábios ao lembrar também dos pequenos tremores que percorriam os ombros dela enquanto os toques iam ficando mais íntimos.
Na tela, os ângulos mostravam apenas o essencial: os beijos no pescoço, os dedos dele explorando a pele dela com calma, o arquear sutil do corpo dela em resposta, o movimento involuntário dos quadris, a respiração acelerada que o microfone captou com perfeição.
O áudio era claro o suficiente para que ele ouvisse cada suspiro contido, cada gemido hesitante, cada pequena confissão que o corpo dela fez, mesmo quando ela tentava lutar contra isso.
pausou a reprodução por um instante, esfregando as mãos no rosto, tentando afastar a lembrança da expressão dela no instante em que o prazer a dominou.
Aquilo… só ele tinha visto. Só ele sabia.
Na tela… apenas o corpo.
Na memória dele… ela por inteiro.
Ele respirou fundo, girando a rolagem do mouse para adiantar os próximos trechos. Cortou os momentos de pausa, ajustou o brilho, suavizou o contraste. A edição fluía como sempre fluía… mas a cabeça dele estava longe da técnica.
Quando finalizou a primeira versão, renomeou o arquivo com cuidado: “_Cut_V1 – Private Preview Only”
Depois pegou o celular, e sem pensar muito, digitou: “O vídeo tá pronto. Quando quiser assistir, me avisa. Nada vai ser postado sem sua aprovação. Fica tranquila.”
Ele apertou "enviar"… mas o nome dela continuou na tela. Assim como ela… continuava viva na cabeça dele.
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O celular vibrou sobre a mesinha de cabeceira, tirando de seus pensamentos. Ela tinha passado os últimos minutos deitada de lado, encarando a parede como se esperasse que alguma resposta surgisse do teto.
Ela esticou a mão e pegou o aparelho.
A notificação era dele. : “O vídeo tá pronto. Quando quiser assistir, me avisa. Nada vai ser postado sem sua aprovação. Fica tranquila.”
ficou encarando a mensagem por alguns segundos, o polegar pairando sobre a tela, sem coragem de abrir a conversa de verdade.
O estômago revirou. O simples pensamento de se ver naquela situação… de se assistir daquele jeito… fazia o corpo dela arrepiar. Não de vergonha apenas… mas de medo de como se sentiria ao ver o próprio desejo estampado em cada movimento, mesmo sem mostrar o rosto.
Ela respirou fundo, mordeu o lábio e abriu o teclado. Começou a digitar uma resposta, apagou. Tentou de novo… apagou de novo.
Fechou os olhos com força e, antes que pudesse mudar de ideia, digitou: “Eu… posso assistir com você? Não sei se tenho coragem de ver sozinha.”
Mandou a mensagem antes de pensar duas vezes.
O coração disparou. As mãos gelaram.
A resposta dele veio quase instantânea. : “Claro. Quando quiser. Pode vir agora, se quiser.”
sentiu o peito apertar… mas ao mesmo tempo… um certo alívio por não ter sido recusada.
Ela se levantou, pegou a bolsa, calçou os tênis com pressa e, antes que pudesse racionalizar demais… já estava descendo os degraus do prédio, rumo ao apartamento dele de novo.
Sem saber exatamente o que a assustava mais… Ver o vídeo… Ou revê-lo.
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subiu os degraus do prédio com o coração acelerado como se estivesse prestes a cometer algum crime… ou a pular de um penhasco.
Quando abriu a porta, ele já estava vestido da mesma forma que ela havia o deixado pela manhã — calça de moletom cinza e uma camiseta larga preta. O cabelo um pouco bagunçado, como se também tivesse passado os últimos minutos entre pensamentos demais e concentração de menos.
O sorriso dele surgiu assim que os olhares se encontraram.
— Achei que você fosse desistir — ele comentou, abrindo mais a porta para ela passar.
— Quase desisti mesmo — ela respondeu, com um sorriso nervoso, enquanto ajeitava a alça da bolsa no ombro.
Ela entrou devagar, como se fosse a primeira vez que colocava os pés ali… mas a memória do que aconteceu naquele recinto… a golpeou de imediato.
percebeu a hesitação dela e, como sempre, manteve o tom leve.
— Tá com fome? Quer alguma coisa pra beber antes?
— Não… obrigada. — Ela se sentou na ponta do sofá, como se pudesse sair correndo a qualquer momento. — Vamos… vamos só assistir logo. Antes que eu mude de ideia.
Ele assentiu com um sorriso discreto e caminhou até a escrivaninha, onde o notebook já estava aberto e o vídeo pronto na timeline de edição.
Conectou o aparelho à TV da sala, para que ela pudesse ver melhor.
— Lembrando que… — ele disse, enquanto ajustava o volume — …se em qualquer momento você quiser parar… ou se quiser que eu delete… é só falar.
Ela assentiu, abraçando os joelhos contra o peito no sofá.
Quando ele deu o play, a tela preencheu-se com a imagem dela… ou melhor, com a imagem do corpo dela. Do pescoço para baixo.
A iluminação era suave, a edição deixava tudo com um ar quase cinematográfico… e mesmo sem o rosto, ela se reconheceu. No jeito de mexer as mãos. No movimento das pernas. Na forma como o peito subia e descia em busca de ar.
Os primeiros toques dele surgiram na tela. Os beijos no pescoço, as mãos explorando a pele dela, as reações involuntárias que ela mal lembrava de ter deixado escapar.
sentiu o rosto esquentar, os olhos marejarem, sem saber se era por vergonha, por emoção ou pela mistura dos dois.
estava ao lado dela, sentado no sofá, em silêncio, atento à reação dela mais do que ao vídeo.
Quando a respiração dela acelerou visivelmente, ele esticou o braço e pausou o vídeo.
— … — chamou, a voz baixa. — Tá tudo bem?
Ela respirou fundo e, depois de alguns segundos, assentiu.
— Tá… é só… estranho. Me ver assim.
Ele esperou um pouco antes de perguntar:
— Quer continuar?
Ela virou o rosto devagar pra ele, os olhos ainda brilhando de emoção contida.
— Quero. Mas… — fez uma pausa, mordendo o lábio. — Só se você ficar aqui. Do meu lado. O tempo todo.
sorriu de leve, inclinando-se um pouco mais na direção dela, diminuindo a distância entre os dois.
— Eu não ia a lugar nenhum, de qualquer forma.
E então, com um pequeno suspiro de coragem, encostou o ombro nele. Só um pouco… mas o suficiente para que, naquele momento, o vídeo na tela parecesse o detalhe menos importante entre os dois.
apertou o play novamente, e a imagem voltou a se mover na tela.
sentiu o corpo inteiro enrijecer no sofá quando a sequência seguinte começou.
Ela assistiu, em silêncio, enquanto via as mãos dele explorando seu corpo… os beijos lentos descendo por sua pele… os toques que, naquela noite, fizeram seu mundo girar de um jeito que ela ainda mal sabia explicar.
Mesmo sem mostrar o próprio rosto, ela sabia exatamente o que estava sentindo em cada segundo que passava na tela. Lembrava da respiração acelerada, dos arrepios, dos suspiros que, agora, ecoavam através das caixas de som com uma nitidez que fazia a pele dela formigar.
Do lado dela, também parecia mais tenso.
Os ombros dele, antes relaxados, agora estavam um pouco mais rígidos, e o peito subia e descia com mais força.
Ele mexia os dedos de leve, como se lutasse com o próprio autocontrole enquanto assistia às próprias mãos se movendo pelo corpo dela… e lembrava da sensação real da pele dela contra a dele.
Quando a cena avançou para o momento em que ela se arqueava sob ele, o quadril buscando mais contato, prendeu a respiração de forma involuntária.
percebeu.
Virou o rosto devagar na direção dela.
Os olhares se encontraram.
A tensão elétrica entre os dois parecia preencher o ar.
Ela estava com os lábios entreabertos, o olhar perdido entre o embaraço e o desejo, as bochechas coradas e o peito subindo e descendo com dificuldade.
não pensou duas vezes.
Inclinou-se, fechando a distância entre eles.
A mão dele foi direto para a lateral do rosto dela, os dedos quentes envolvendo a mandíbula com uma firmeza controlada. O toque foi direto, decidido… mas ao mesmo tempo, cheio de intenção contida.
E então, os lábios dele encontraram os dela.
O beijo começou como uma explosão abafada. Nada delicado, nada tímido. Era fome acumulada, desejo represado… e a urgência de dois corpos que já sabiam como era se tocar… mas agora queriam sentir de novo.
soltou um som baixo contra a boca dele, como se a surpresa e o alívio se misturassem.
As mãos dela subiram instintivamente, agarrando a barra da camiseta dele, puxando-o com mais força, como se quisesse reduzir a distância ao mínimo possível.
respondeu no mesmo ritmo.
Sua língua buscou a dela com facilidade, aprofundando o beijo, sem dar espaço para hesitação.
O ritmo escalou rápido, como se o controle que os dois tentavam manter desde o café da manhã tivesse simplesmente… explodido.
a puxou com mais firmeza, virando o corpo de leve para que ela deslizasse do sofá e caísse sentada em seu colo, com uma das pernas de cada lado da cintura dele.
gemeu contra os lábios dele, sentindo o corpo dele já tão quente e firme debaixo do dela, a excitação evidente através da calça de moletom.
As mãos dele desceram pela cintura dela, subindo por dentro da blusa, os dedos espalhando-se pelas costas nuas.
Ela moveu o quadril involuntariamente sobre ele, sentindo o contato duro contra seu centro e arfando com a sensação.
O vídeo continuava rodando na tela, mas naquele momento… nenhum dos dois estava prestando atenção.
O único som que parecia preencher a sala agora era o da respiração acelerada deles… e o barulho dos beijos cada vez mais desesperados, mais famintos… como se o mundo pudesse acabar naquela sala… e tudo o que importasse fosse aquilo.
se afastou só o suficiente para olhar nos olhos dela, a respiração dele quente e irregular contra a boca dela.
— Me diz se eu tiver indo rápido demais… — ele sussurrou, a voz rouca, os olhos pesados de desejo.
balançou a cabeça, segurando o rosto dele com as duas mãos.
— Não… — respondeu, ofegante. — Não tá.
E então… o beijo recomeçou.
Ainda mais intenso.
Ainda mais inevitável.
O beijo entre eles continuou, ganhando uma urgência nova, mais crua, mais real. Sem roteiros. Sem gravação. Sem a necessidade de controlar ângulos ou esconder rostos. Era só desejo puro… e a vontade que os dois tinham de se tocar de novo.
Assim que a camiseta caiu no chão da sala, ele percorreu o olhar pelo corpo dela como se estivesse vendo pela primeira vez. Mesmo depois de já ter tocado nela, beijado cada pedaço da pele… a sensação agora era diferente. Mais livre.
As mãos dele passaram pelos ombros dela, descendo pelas laterais, como se quisesse mapear cada centímetro novamente.
gemeu baixinho quando sentiu os dedos dele deslizando pela base das costas, até alcançar o fecho do sutiã.
Com um movimento ágil, ele o abriu, fazendo a peça se soltar com facilidade.
puxou as alças devagar, deixando o tecido cair junto da camiseta, revelando os seios dela outra vez. Mas agora… ele podia olhar.
De verdade.
Sem limites.
O olhar dele se demorou nas tatuagens abaixo dos seios dela. As palavras que ele já tinha beijado… agora pareciam ainda mais bonitas à luz suave da sala.
Ele se inclinou, passando os lábios pela pele marcada por tinta, primeiro sob a palavra "DIVINE", depois descendo até "be lilith. never eve."
estremeceu inteira, o corpo curvando em direção a ele como se não tivesse escolha.
As mãos dele subiram até os seios, os polegares acariciando os mamilos com uma lentidão que a fez arfar contra os ouvidos dele.
Ela cravou os dedos nos ombros dele, sem saber se queria puxá-lo mais ou se afastar para recuperar o fôlego… mas o corpo já tinha escolhido por ela.
começou a distribuir beijos quentes e úmidos pelo colo dela, enquanto as mãos desciam, explorando a cintura, os quadris, até alcançar o cós da calça que ela usava.
Ele a encarou por um segundo, como quem pedia permissão sem precisar de palavras.
assentiu com a cabeça, mordendo o lábio inferior, os olhos já turvos de desejo.
desabotoou a calça com movimentos lentos, arrastando o tecido pelas coxas dela até os tornozelos. Ela levantou o quadril pra ajudar, sem pensar.
Ele deixou a peça cair no chão junto das outras e, por um instante, parou só pra observá-la ali, de calcinha, com a pele quente, os cabelos bagunçados, os olhos meio fechados de desejo.
passou a ponta dos dedos pela lateral da coxa dela, subindo até o quadril.
E então, sem perder tempo, deslizou a mão até o centro da calcinha, pressionando levemente sobre o tecido.
arfou alto, o quadril reagindo ao toque imediato.
— Ainda tão molhada quanto ontem… — ele sussurrou contra o pescoço dela, a voz baixa e grave, enquanto os dedos faziam movimentos circulares, provocando-a cada vez mais.
Ela gemeu em resposta, as mãos agarrando a barra da camiseta dele, puxando-o com mais força.
— Tira isso. — ela pediu, com a voz rouca, referindo-se à camiseta que ele ainda usava.
sorriu contra a pele dela e, com um único movimento, puxou a própria camiseta por sobre a cabeça, jogando-a em algum lugar da sala.
O tronco definido dele ficou exposto, o calor da pele dele contrastando com o frio do chão de madeira sob os pés dela.
Ele voltou a beijá-la com fome, agora com os corpos colados, peito contra peito, calor contra calor.
Quando ela moveu o quadril de novo, sentindo a rigidez dele através da calça de moletom, soltou um gemido baixo, quase gutural.
A mão dele voltou para a barra da calcinha dela, e dessa vez, sem hesitação, ele puxou a peça para baixo, arrastando-a até deixá-la completamente nua diante dele.
Ela não teve tempo de sentir vergonha. As mãos dele voltaram às coxas, afastando-as com facilidade enquanto ele explorava a pele dela com beijos demorados.
gemeu alto quando sentiu os lábios dele descendo pelo seu corpo, beijando a parte interna das coxas, subindo devagar… até que a boca dele a envolveu de um jeito que fez o corpo dela arquear em resposta.
O prazer veio rápido, intenso, arrancando dela suspiros entrecortados e gemidos abafados pelas próprias mãos.
não parou até sentir o corpo dela estremecer de novo, até ela perder completamente o controle dos próprios movimentos.
Quando ela relaxou contra o sofá, completamente entregue, ele se levantou, os olhos escuros, dilatados, e a respiração dele tão descompassada quanto a dela.
Sem tirar os olhos dela, abriu o próprio moletom e empurrou a calça junto com a cueca de uma só vez, deixando-se completamente nu também.
Se aproximou dela outra vez, segurando-a pela cintura e a puxando para o colo dele no sofá, as mãos firmes, o olhar grave, carregado de desejo.
— Me diz se quiser parar… — ele murmurou, encostando a testa na dela.
apenas segurou o rosto dele com as duas mãos, puxando-o para um beijo desesperado, ofegante, cheio de tudo o que ela já não conseguia mais guardar.
Sem esperar mais, a ergueu de leve e, com um único movimento firme, a puxou para si, preenchendo-a por completo.
Ambos gemeram contra os lábios um do outro.
Dessa vez… não havia câmeras.
Não havia roteiro. Não havia acordo. Era só eles dois.
Carne.
Pele.
Desejo.
E uma conexão que, a cada segundo… ficava cada vez mais difícil de ignorar.
Continua...
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Nota da autora: "Olá, chuchus! O que vocês teriam feito no lugar da Daisy, hein? E o que vocês esperam para o próximo capítulo agora que o jogo começou de verdade? Aguardo opiniões, minha DM no instagram tá aberta para os surtos e os comentários aí embaixo também."