Between Gods and Wolves



    Autora: Sant’Ana
    Revisora: Sereia Laranja
    Scripter: Ana Paah
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Última atualização: 04/04/2022
Capítulos: Prólogo | 01 | 02 | 03






Eu corria mais do que minhas pernas conseguiam aguentar; minhas panturrilhas ardiam e meus músculos das coxas pareciam querer se soltar dos ossos. Mas eu não podia parar. Não ainda.

– Corre...corre...corre – falava vagarosamente a coisa que me perseguia

Meu corpo estava começando a vacilar. Eu não fazia ideia do que era aquilo que me perseguia, eu só sabia que , o que quer que fosse aquilo, queria me matar. Senti um impacto forte na cabeça. Uma pedra. Pontos vermelhos dançavam no meu campo de visão, e comecei a perder a consciência. Até onde me lembro, eu ainda estava correndo.





Abri os olhos lentamente. Minha cabeça doía. Não fazia ideia de onde estava, se estava segura ou se minha situação só havia piorado.
Observei o teto branco e as paredes cor de gelo. Hospital. Olhei para o meu braço e havia um acesso levando soro às minhas veias. Tentei arrancá-lo, mas não tinha forças nem para me sentar.

– Oh, você acordou! Isso é bom – disse uma enfermeira de cabelos cacheados quando entrou no quarto.
– Pode me explicar como eu cheguei aqui?
– Scott te trouxe.
– Scott?? Quem é Scott? – Perguntei – Quer saber? Não me interessa. Eu preciso sair daqui.
– Você precisa ficar quieta e descansar, .
– Como você sabe o meu nome?
– Eu vi sua identidade, querida.
– Você mex… Onde está a minha mochila? – Falei apavorada
– Com Scott.
– Tô fora daqui, moça – falei e fiz um esforço hercúleo para arrancar o acesso e me levantar da cama. – Não sei se você sabe,mas não é certo pegar as coisas de outra pessoa sem permissão da mesma!– Falei e saí do quarto,me apoiando nas paredes

Quando cheguei na recepção, vi um garoto sentado com a minha mochila. Quando me viu ele se levantou e veio em minha direção .

–Tenho certeza de que você não deveria estar fora do quarto, . – O garoto, provavelmente Scott, falou.
– Tenho certeza que você não deveria estar portando a minha mochila – falei tomando a mochila de suas mãos.
– Me desculpe, mas não o queria que eu fizesse?? Deixasse sua mochila lá no meio da floresta? Acho que não.
– Não me oponho a você tê-la trago até aqui, mas sim ao fato de ter mexido em coisas que não são suas para pegar meus documentos.
– Tudo bem, você tem razão, me desculpe – ele falou – Mas você tem que voltar pro quarto, ainda não está forte o suficiente pra sair. – Completou e eu rolei os olhos.
– Não tenho não. A única coisa que eu quero é voltar pro meu hotel.
– Tenho a ligeira impressão de que nada que eu disser vai convencer você a voltar pro quarto – eu assenti – então eu te levo até o seu hotel.
– Não precisa.
– Eu faço questão.
– Eu não confio em você. Mal o conheço – falei objetivamente, e ele ficou chocado. – Desculpe-me mas é verdade. Não confio em você.
– Eu salvei sua vida, moça.

– Sei disso, e agradeço profundamente, do fundo do meu coraçãozinho, mas isso não faz eu confiar em você. Não ainda – falei e saí do hospital, cambaleando.





Peguei um taxi e fui pro hotel. Passei pelo recepcionista, que não era nem um pouco receptivo, e fui pro meu quarto.
O quarto não era, nem de longe, um espaço receptivo e aconchegante. O papel de parede estava gasto e amarelado, e estava descolando em algumas partes; a cama, de madeira velha, rangia a cada movimento, como se clamasse pela morte, pelo fim da tortura; o carpete tinha manchas de alvejante e cheirava a poeira de muitos anos; o banheiro era bem limpo até, mas os azulejos azul-esverdeados faziam-no parecer constantemente sujo de lodo. Mas era o que eu podia pagar.Na verdade era o que eu queria pagar.
Quando me mudei pros Estados Unidos, recebi uma herança que, provavelmente, me manteria bem durante um bom tempo, e eu pretendia gastá-la com cautela. Toda cautela é pouco quando se tem pessoas e coisas te perseguindo o tempo todo, então, para mim, me hospedar em espeluncas era a melhor opção, pois ninguém iria procurar uma garota num lugar daqueles.
Meu corpo doía, minha cabeça latejava e minhas pernas estavam prestes a ceder, então a única coisa que fiz foi me deitar na cama suplicante e dormir. Mas, obviamente, fui acometida por sonhos estranhos.

Eu estava parada numa praia deserta, o mar estava revolto e o sol banhava todo o local com uma luz alaranjada crepuscular. O mar parecia me hipnotizar, eu simplesmente não conseguia tirar os olhos dele. Então, senti uma mão em meu ombro e saí de meus devaneios. Quando olhei pro lado, deparei-me com um homem alto, de olhos verde-mar ,barba cheia e pele queimada de sol:

– Que bom que você está viva – ele disse sorrindo calorosamente. – Achei que iria perdê-la – completou e eu assenti, sorrindo.
– Que lugar bonito esse que você me trouxe hoje. Tem algo importante pra me dizer? Só me traz em lugares assim quando quer dizer algo importante.
– Você me conhece bem – ele falou, sorrindo. – O que vim dizer hoje é que eu sei de um lugar onde você vai poder viver bem, sem ninguém te perseguindo.
– Sério? É tudo o que eu quero!
Então o cenário mudou. A praia maravilhosa desapareceu. Agora estávamos em uma espécie de camping, cheio de chalés, plantações, lagos e coisas do tipo.
– É aqui, – ele disse abrindo os braços – Aqui é o lugar onde pessoas como você vivem.
– Pessoas como eu?
– Sim, pessoas como você! Pessoas que sofreram as coisas que você sofreu, que mataram coisas que você também matou. Aqui é onde você vai aprender o que é necessário para proteger a si mesma e aos seus amigos, aos seus irmãos.

Senti meu coração pesar. Eu tinha 4 irmãos mais novos que ainda viviam com meus avós. Romeu, Alister, Matias e Matteo. Se havia um jeito de protegê-los de todo esse mal que me assola...
– Calma, criança. – O homem me abraçou. Pude sentir o cheiro de praia que ele exalava – Vai conhecer pessoas que vão ajudá-la em cada coisa que precisar, e um dia, quem sabe, eu irei te visitar por lá?! – Ele me soltou e me olhou, sorrindo. – Agora você tem que acordar. Já dormiu demais, . – Ele estalou os dedos e tudo sumiu


Acordei com uma sensação de que tinha algo pra fazer, mas não sabia o que era. Resolvi, então, sair para comer alguma coisa. Quando desci as escadas o recepcionista falou subitamente:

– Garota, você não vai pra escola não?
Escola. Era isso que eu tinha que fazer.
– Por acaso isso lhe diz respeito? – Falei rispidamente e ele fez uma careta.

Fui a uma lanchonete pé sujo que havia ali perto, comi um café da manhã decente e fui até a primeira escola que achei nos classificados: Beacon Hills High School.






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Nota da Autora: Sem nota.


Nota da Revisora: Queria dizer que adorei já esse começo e estou mega envolvida com a história!!!








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