Escrita por: Scarlett
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Última atualização: 19/06/2021
SINOPSE:
Seu jogo, suas regras. Marcos estava em uma sinuca de bico quando percebeu que a garota toda tatuada e dona do sorriso mais lindo que ele conhecia, tinha fisgado seu coração. De acordo com ela, a relação deles seria apenas casual, sem sentimentos e sem alianças emocionais. Mas, o que era pra ser apenas mais um jogo da parte dela, vira algo bem maior e mais emocionante, que mudaria para sempre a vida de todos ao redor do casal.



"Ela dormiu no calor dos meus braços
E eu acordei sem saber se era um sonho
Há um tempo atrás pensei em te dizer
Que eu nunca caí nas suas armadilhas de amor."


Houve uma época em que aquela cena não seria possível em minha vida, nem mesmo sobre tortura ou se me pagassem para isso. Eu era o tipo de cara que não conseguia me apegar a ninguém, que levava toda e qualquer relação apenas como mais uma diversão. Me apaixonar, nunca esteve em meus planos e me apaixonar por alguém como ela, não era algo que eu desejava. Principalmente, quando a garota que mexia com meus pensamentos, era a garota mais maravilhosa do mundo e isso para mim, era perigoso demais. Durante quase toda a minha vida, eu passei longe de mulheres independentes como ela, que sabiam exatamente o que queriam e quando queriam. Eu usava minhas emoções de escudo e sempre afastava todas as mulheres, sempre que eu podia, mas isso não aconteceu quando nos conhecemos e agora, eu não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Parecia que eu estava vivendo em um universo paralelo, onde todos os meus maiores desejos estavam finalmente se realizando.
Nós dois ficamos a primeira vez em uma festa que eu dei na minha casa, numa sexta-feira. Ela estava deslumbrante e vestida para conseguir o que fosse, até mesmo o cara mais cobiçado daquela noite. A festa na minha casa era fruto do dinheiro que eu tinha ganho na mega sena um ano antes, naquela época, eu fiquei conhecido no país todo, como o garoto mais jovem a ganhar tanto dinheiro e a ganhar na loteria. Desde então, meus dias eram resumidos em festas, bebidas caras e principalmente mulheres. Eu não podia reclamar, o dinheiro meu trouxe tudo o que sempre quis e da maneira mais fácil do mundo inteiro. E foi em uma dessas festas que eu conheci a , ela era amiga de uma das minhas melhores amigas, a Nicole e nós dois nos conhecemos porque a Nicole a levou na minha festa. O sentimento foi recíproco e quando percebi, eu já estava nos braços dela, beijando aqueles lábios maravilhosos.
era a típica garota independente que usava e abusava do fato de ser linda pra cacete para conseguir o que quisesse, ela não dependia de ninguém e depois de tanto quebrar a cara com os homens que passaram por sua vida, ela soube muito bem como usar a solidão a seu favor. Naquela festa, por exemplo, ela ficou o tempo todo praticamente sozinha e ignorando qualquer um que tentava se aproximar dela. Eu me lembrava dela do acampamento que nós fomos com a Nicole e o Diego, mas eu não ia falar para ela que eu já estava interessado desde muito antes daquela festa. Eu preferia deixar ela pensar que nos conhecemos de fato na minha festa, pois eu tinha absoluta certeza que ela não era do tipo que se lembra de um carinha qualquer que mal trocou duas palavras com ela. era praticamente inalcançável e segundo a Nicole, ela não deixava qualquer cara entrar em sua vida e muito menos, se abria para os sentimentos assim tão facilmente. Por isso que naquela festa, eu havia decidido que não me importava o que fosse acontecer, eu iria beijá-la até o fim da noite. Eu consegui o que eu queria, mas acabei conseguindo bem mais do que imaginava. Eu fui atingido em cheio pelas flechas do cupido e agora, estava completamente rendido e apaixonado por .
As luzes brilhantes do globo de luz que eu tinha colocado no centro da sala, ofuscavam um pouco a minha visão, mas mesmo assim, eu conseguia vê-la de onde eu estava. A bebida começava a subir em meu sistema nervoso e entrava em conflito com a minha vista que era embaçada pelas luzes que giravam, mas isso não me impediu de encarar a figura maravilhosa de dançando. Seus cabelos moviam-se de um lado a outro, enquanto o seu vestido rodava de acordo com a melodia da música que tocava alta e claramente. Os olhos dela estavam fechados enquanto em seus lábios, um sorriso insistente preenchia toda a extensão de seu rosto perfeito. Por alguns longos e torturantes segundos, eu cogitei não me mover até onde ela estava, mas fui contra tudo que acreditava e em alguns instantes eu estava me esgueirando entre as pessoas para chegar nela.
Parado atrás dela, eu encarava de perto toda a sua perfeição enquanto respirava fundo e tomava coragem pra falar alguma coisa, foi quando ela girou o rosto e ficou me olhando confusa e atordoada. Acho que ela não imaginava que eu fosse chegar nela, ou talvez, não estivesse assim tão contente com um cara que lhe encarava sem nem piscar. Por um instante, eu tive a certeza que ela me achava um maluco ou algo parecido.
— Perdeu alguma coisa aqui? — Ela juntou as sobrancelhas e se inclinou em minha direção.
— Não, na verdade… eu só queria, não sei, saber se você quer dançar comigo? — Coçando a nuca eu tentei sorrir sem parecer um maluco.
— E por que eu dançaria com você? Se eu nem sei quem você é? — Ela me encarava séria enquanto perguntava.
— Você não deve me conhecer, eu acho. Prazer, eu sou o . Amigo da Nicole e do Diego. — Sorri timidamente, eu estava me sentindo um completo retardado, mas ela me fazia sentir assim.
— Ah sim, eu me lembro de você! Nós dois fomos no mesmo acampamento com a Nicole. Você era o amigo legal. — sorriu e apontou para mim com o dedo indicador. — Essa festa é sua, não é?
— Perguntou assim que percebeu que eu estava à vontade demais.
— É sim, esse é o meu apartamento. Não sabia se você ia se lembrar de mim, aquele dia foi insano. — Sem conseguir parar de sorrir, eu percebi que começava a ficar mais à vontade na minha presença.
— Eu sou boa em guardar o rosto das pessoas que eu acho interessante. — levou o copo de bebida até a boca e olhou diretamente para mim enquanto mordia os lábios. Puta merda!
— Você me achou interessante, sério? — Levantei a sobrancelha e aproximei um pouco nossos rostos, de modo que conseguia sussurrar no seu ouvido.
— Você vai ter que descobrir isso sozinho. Se eu falar que sim, você vai se achar o cara mais incrível e se eu falar que não, você não vai desistir de me fazer pensar o contrário. — Sua resposta chegou como um sussurro também e naquele instante, meu corpo todo tremeu.
— Você tá me desafiando? — Perguntei enquanto sentia o corpo dela bem próximo ao meu.
— Talvez gatinho, quem sabe. Temos a noite toda para descobrir isso. — Nossos rostos estavam próximos demais e eu nem preciso dizer o que se passava em minha cabeça naquele momento.
— Será que já podemos dançar, ou você vai ficar me enrolando? — Perguntei enquanto a sentia se mexer um pouco.
— Eu acho que existem coisas melhores para se fazer do que dançar mais uma música ruim. Pelo tamanho dessa sala, eu imagino que o seu quarto seja igualmente grande e espaçoso. — Eu estava hipnotizado, aquela mulher não podia ser real.
— Você é quem manda, gatinha. Seu desejo é uma ordem. — Respondi abertamente e no instante seguinte, eu estava caminhando com ela diretamente para o meu quarto. E nem preciso dizer que naquela noite, eu fui levado ao paraíso pela mulher mais perfeita que já conheci.

💞

Na manhã do dia seguinte, os primeiros raios de sol batiam forte em minha direção, fazendo meus olhos despertarem de maneira rápida e dolorosa. Me remexendo na cama, eu percebi que não estava sozinho, pois, o meu braço esquerdo doía ainda mais que a minha cabeça com a ressaca. Abri meus olhos rapidamente e olhei em volta, com toda certeza havia alguém dormindo comigo e isso não era nada bom. Nunca acontecia nada bom quando eu dormia com alguém, as coisas sempre ficam estranhas quando eu acordava ao lado de uma mulher nua. As coisas sempre implicam em mensagens de cobrança, carência excessiva e uma alta cobrança afetiva que não existia de minha parte. A garota que estava dormindo comigo se mexeu sonolenta entre as cobertas brancas que cobria seu corpo nu e então eu vi quem era, o que me fez tremer por completo. Aquilo só podia ser um sonho, eu só não sabia se isso era uma coisa boa ou se me traria problemas futuramente. Eu tinha acordado ao lado de que dormia feito uma gatinha ronronando e nem parecia a tigresa faminta da noite passada, isso eu podia garantir com toda certeza. Minha cabeça estava claramente confusa com tudo que estava acontecendo e eu só não sabia muito bem o que faria agora.
Não sabia se tocava nela e a fazia acordar para ir embora, ou se esperava o tempo dela para que despertasse, ou se me levantava e ia embora. Eu realmente não sabia o que fazer naquele momento. Foi quando eu percebi que ela estava acordando finalmente, o que não me permitiu pensar muito no que fazer e eu agradeci por ela já estar despertando, me livrando de uma decisão que eu não estava nem um pouco afim de tomar. se espreguiçou e abriu os olhos, sorrindo em minha direção, ela bocejou e olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas. Algo me dizia que ela não estava muito feliz em acordar ao meu lado. Talvez eu tenha me enganado a noite passada e ela não estava tão na minha assim como pensei. Eu observava tudo em silêncio. Ela parecia estar com os pensamentos agitados e tentava decidir se me olhava ou encarava o sol invadindo meu quarto. Seus lábios suspiraram e então ela se levantou rapidamente de onde estava e foi até seu vestido que estava jogado no chão. Enquanto evitava me olhar, ela se vestiu de maneira rápida e dolorosa sem me olhar nem por um segundo. Eu queria acreditar que tivemos uma conexão na noite passada e que aquilo não era um sonho apenas, mas pelo visto, eu estava mesmo sonhando.
— Porque você tá me olhando assim? — quebrou o silêncio e perguntou enquanto juntava o resto de suas coisas.
— É que você é linda pra caralho e fica ainda mais linda nesse vestido! Porra! — Eu me recostei na cabeceira da cama e fiquei observando o seu corpo todo tatuado se remexendo de um lado a outro.
— Acho que já deu a minha hora! Eu vou nessa! Então, se cuide. — Ela apontou a porta do meu quarto com a cabeça enquanto continuava evitando contato visual comigo.
— Espera, eu te levo em casa. Se eu me lembro você mora um pouco longe daqui. — parou no mesmo instante e girou sua cabeça em minha direção, balançando-a de forma negativa ela tentava se manter séria.
— Não precisa se incomodar com isso. Eu pego um Uber e chego em casa rapidinho, . — De onde eu estava era fácil ver que seus lábios suspiravam de forma pesada. — Até porque, eu não vou ser mais uma garota na garupa da sua Harley, querido. Nem adianta tentar! — Ela completou a frase e então simplesmente saiu andando, me deixando sem reação.
— Ei, ! Espera! — Me levantei rapidamente da cama e gritei indo até ela.
— Que que foi, ? O Uber já deve estar chegando, eu preciso ir, agora! — rolou os olhos assim que me viu parar na frente dela.
— Posso te ligar? Sei lá, mandar mensagem? — Erguendo a sobrancelha eu encarei seu rosto enquanto esperava sua resposta.
— Não, ! Isso não vai rolar. — apontou para nós dois com as mãos. — Você não faz o tipo de cara que quer algo sério, e eu sei muito bem que se isso for adiante, sou eu quem vai sair magoada e sozinha. — Ela me olhou pela primeira vez naquela manhã e eu senti meu corpo todo congelar.
— Acho que com você, as coisas poderiam ser diferentes. Não sei… você me causa umas sensações novas e que me fazem querer tentar. — Respondi a ela da maneira mais sincera que eu conseguia.
— Vamos ver o que acontece, ! Mas deixa que eu te ligo, assim que eu achar que devo. Pode ficar tranquilo. — sorriu mais abertamente e beijou minha bochecha. — A propósito, a noite de ontem foi incrível. — Ela completou e eu senti seus lábios quentes atingirem também o meu pescoço.
— Fica mais um pouco? Sei lá, podemos tomar café antes de você ir embora. — Pedi, mesmo sabendo que seria inútil.
— É o meu Uber, ! Ele já chegou, tenho que ir. Tchau! — disse assim que seu celular apitou.
— Então, tchau e até mais! A gente se vê por aí! — Me dei por vencido e abri a porta para ela ir embora, ficando completamente sozinho e confuso.
O apartamento estava uma bagunça e assim que foi embora, eu me arrependi amargamente de ter dado uma festa daquele tamanho. No mesmo instante, prometi a mim mesmo que nunca mais eu daria uma festa como aquela, pois, na hora é tudo mil maravilhas, mas ter que arrumar tudo depois é algo que eu não sou muito fã. Eu não tinha empregada, pois não admitia ter alguém arrumando minhas coisas e xeretando em tudo que eu fazia, por esse motivo, era eu quem arrumava minhas coisas, limpava minha casa e fazia minhas compras no supermercado.
Olhando o enorme vazio em que meu apartamento se encontrava, eu senti algo estranho em meu coração, talvez eu já estivesse sentindo a falta de e olha que não faziam nem vinte e quatro horas que eu estive com ela. Talvez isso seja indício de que eu estaria me apaixonando por ela e por um momento, eu começava a entender o que Nicole e Diego sentiam um pelo outro. Eu estava me apaixonando e não via a hora de encontrar com ela outra vez, se isso fosse mesmo acontecer. Não ter controle sobre as coisas, nunca foi algo que eu gostasse, mas daquela vez, eu estava completamente rendido ao controle de e se eu me conhecia bem, eu seria bem capaz de deixá-la fazer qualquer coisa comigo.
Eu só rezava para que ela também estivesse sentindo o mesmo e que não demorasse para me procurar de novo, pois eu tinha absoluta certeza de que não seria capaz de esperar por muito tempo. Naquele momento, tudo que eu precisava era sentir outra vez, sentir seus beijos, suas mãos em meu corpo e todo o resto que só ela era capaz de me fazer sentir.

💞

Era um sábado à tarde e eu estava lá, observando atento o meu celular na mesa de centro do meu apartamento, na esperança inútil de receber alguma mensagem da pessoa mais importante para mim. Já fazia alguns meses, os quais eu nem havia me dado ao trabalho de contar, que eu e estávamos ficando e trocando mensagens. No início, eu me lembro claramente, logo após a primeira noite que transamos, que no dia seguinte ela me ligou e disse que queria ficar comigo outra vez, mas que isso seria um segredo e que ela não estava pronta para assumir nada comigo. Segundo suas regras, seria apenas sexo e nada mais. O que não aconteceu, pois, na terceira vez em que ela estava dormindo comigo, eu já não conseguia mais pensar em nenhuma outra mulher que não fosse ela. Então, tudo o que eu havia prometido tinha ido pelos ares e agora, lá estava eu, sentado em meu apartamento e totalmente sóbrio em um sábado à tarde enquanto esperava ansioso a mensagem dela.
Não sabia se mandava algo para ela ou não, então decidi que era melhor que ela entrasse em contato comigo, já que essa foi a sua única exigência. Ela faria contato comigo sempre que quisesse. Mesmo que ainda fosse sábado e eu não desse festas já tinha algum tempo, eu não queria parecer desesperado por causa de ou algo parecido. As festas perderam a graça quando tudo que eu queria era estar na presença dela, a ouvindo falar, vendo seu sorriso e o mais importante, beijando aqueles lábios maravilhosos. Não que eu fosse um galinha ou algo assim, mas quando se tem dinheiro, com toda certeza o acesso ao sexo é bem mais facil e é claro que eu não negava quando isso acontecia. Mas, desde que eu experimentei o sexo com a e como sua presença me fazia bem, algo que eu nunca tive com nenhuma outra, as coisas mudaram e rapidamente.
Mais de uma hora encarando aquela merda de celular em silêncio e eu já estava quase desistindo, quando no último momento o apito de mensagens chegou ao meu ouvido. Isso me fez dar um pulo enorme do sofá onde eu estava sentado e agarrar o celular imediatamente. Abri as conversas do meu whatsapp e quase caí para trás quando vi a mensagem de com uma foto em anexo. Assim que abri sua conversa e vi a foto, meu coração começou a bater de forma acelerada enquanto meu corpo tremia por completo. A saudade estava grande demais e se eu pudesse atravessar aquela tela de celular apenas para tocar seu rosto e o seu corpo, eu faria com certeza.

Conversa do WhatsApp


: Em meia hora eu estou passando no seu apartamento, me espere chegar com aquela cerveja gelada que eu sei que tem aí. Beijinhos.
: Por acaso você vai vir aqui desse jeito? Porque se vier, porra, eu não sei se vou aguentar esperar não.
: Você vai ter que esperar e descobrir, gatinho. Eu sou cheia de surpresas e achei que já sabia disso.
: Venha logo, por favor. Vou ficar encarando o relógio até você chegar. Tô mesmo ansioso pra ver se isso aí vem junto com a sua visita.
: Então abre a porta e vem descobrir. Estou aqui do lado de fora. 😉
: Caralho! É pra já, minha deusa, estou descendo.
Fim da conversa.


O sorriso sacana nos lábios de preencheu seu rosto assim que abri a porta e me encostei no batente a encarando de forma desejosa. Tudo ao meu redor começou a girar me deixando completamente tonto. Vestindo um sobretudo cor marrom claro ela me olhava direto nos olhos enquanto seus lábios ainda sustentavam aquele sorriso sacana e misterioso. Cruzando os braços na altura de meu peito eu retribui o sorriso a convidando para entrar, algo que ela fez rapidamente. passou por mim e adentrou pela sala do meu apartamento, parando atrás de mim eu a ouvi tossir, o que me fez girar em sua direção e encontrar assim o seu sobretudo aberto revelando um conjunto de lingerie preto e de renda sobre o seu corpo todo desenhado. Pigarreei um pouco assim que percebi o que estava acontecendo e no segundo seguinte eu já estava a puxando contra meu corpo, beijando calorosamente seus lábios.
Eu nunca tinha me sentido atraído por mulheres tatuadas como a , mas eu era obrigado a admitir que elas eram as melhores. Não sei se a culpa era de suas tatuagens, mas eu comecei a perceber enfim, que isso as tornavam mais donas de si, independentes e que adoravam controlar todas as situações. E porra, no meu interior, eu amava quando a mulher vinha até mim sabendo exatamente o que queria. Isso era algo que me atraía, bem mais do que um par de olhos bonitos ou uma bunda bonita. Com a , isso eram apenas meros detalhes, ela havia me fisgado por sua independência e controle dos próprios sentimentos.
E quando eu me dei conta, ela já me tinha nas mãos e precisava apenas sorrir que eu iria correndo até ela. Já não me importavam mais as regras idiotas e nem mesmo aquele jogo de esconde esconde. Eu queria mesmo era gritar pra todo mundo que eu podia beijar a mulher que eu amava, quando quisesse e queria anunciar pra todo mundo, que agora, eu era o cara mais apaixonado do planeta inteiro.

💞

Alguns meses depois e nós ainda estávamos ficando escondido de todos e por mais que eu estivesse realmente disposto a levar aquilo adiante, como eu nunca pensei que estaria, parecia não estar em sintonia com as minhas decisões. Isso me deixava frustrado e muito ansioso e isso não era nada bom. Eu estava mesmo tentando entender o que acontecia entre a gente, pois, uma hora a gente se amava como se não houvesse o amanhã e na outra parte do tempo, eu sentia que ela se fechava e me afastava sempre que podia. Aquilo estava me deixando louco, eu não aguentava mais fingir que não me importava e que não estava gostando dela na frente de todos. Por algumas vezes, eu achava que o problema estava em como ela me enxergava, talvez ela ainda tivesse um certo receio em ter algum compromisso comigo, talvez ela estivesse com medo de se apaixonar. Eu não podia culpá-la por isso, pois eu também, na maior parte do tempo estava morrendo de medo do que eu sentia. E sentir medo, é algo natural quando você gosta de alguém, o medo da perda e da decepção é mera consequência e quando você percebe já está instalado em você e em seu coração. Eu só não podia deixar que o medo de se relacionar comigo, afastasse para sempre a . Eu precisava dela e já estava na hora de falar isso pra ela, antes que eu corresse o risco de perder aquela mulher para sempre.
Meu dia naquele domingo, começou com a notícia de que eu seria o padrinho do bebê de Nicole e Diego e que eu e a , seríamos os responsáveis por guardar o segredo a respeito do sexo do bebê deles. Eu tinha absoluta certeza que nenhum dos dois tinha ciência do que estava acontecendo entre mim e a . Talvez a Nicole soubesse e estivesse nesse momento rindo da minha cara de pateta por estar apaixonado pela melhor amiga dela, pois, se eu bem conhecia aquela garota, ela faria de tudo apenas para se vingar do fato de que eu peguei ela e o Diego no maior amasso naquele acampamento. A mensagem na minha caixa de entrada do e-mail, sim e-mail, dizia claramente que o pedido era oficial e que eu não poderia recusar ser o padrinho ao lado de . Por um momento, eu concordei com a Nicole, essa era uma ótima ideia e uma escolha perfeita, uma vez que eu seria o melhor padrinho do mundo para aquela criança. E pelo menos agora, eu teria um belo e ótimo motivo para mandar mensagem para , afinal de contas, nós dois seríamos os responsáveis por um tal de "chá revelação" que Nicole havia mencionado no e-mail com letras em negrito e itálico.
Já se passavam das três da tarde e meu domingo estava um completo tédio. Eu já tinha organizado todo meu apartamento e assistido alguns episódios de Brooklyn 99, mas nem isso era suficiente para manter minha concentração. Tudo que eu conseguia pensar era que ter aquele apartamento enorme e estar sozinho em um domingo à tarde era algo que eu não gostava nem um pouco. Talvez eu nunca tivesse coragem para admitir, mas agora eu conseguia perceber que não nasci para ser um lobo solitário, no fundo eu só precisava de alguém para dividir aquele apartamento comigo. E quem eu queria que estivesse comigo, não parecia estar assim tão preocupada, uma vez que ela não me mandava mensagem já tinha uns dias. Aquilo me preocupava, pois eu não queria um clima estranho entre nós dois, não quando nós teríamos que conviver juntos agora que seríamos padrinhos do futuro bebê.
Depois de tanto relutar e me afundar em pensamentos que eu não queria, fui vencido pelo sono e acabei capotando na frente da minha televisão em algum episódio aleatório da sexta temporada de The Walking Dead. Quando despertei finalmente, já se passavam das oito horas da noite, mas a sensação de vazio ainda permanecia em meu peito e aquilo me fez suspirar fundo enquanto eu estava sentado no meio da minha enorme sala, tentando achar uma razão para eu me sentir assim tão sozinho.
Eu sempre tive tudo o que quis, mas parecia que nada disso era suficiente, não quando eu podia usar do meu dinheiro para conseguir o que eu desejava. Nenhum dinheiro no mundo era capaz de comprar a verdadeira felicidade. Aproveitando um pouco do momento de silêncio e solidão e liguei para meus pais, pelo menos assim eu conseguia me sentir um pouco menos triste por estar me sentindo daquele jeito. E isso me ajudou bastante, pois, conversar com minha mãe sempre me ajudava quando a confusão invadia meus pensamentos.
No meio da ligação eu ouvi a campainha do apartamento tocar de maneira incessante, o que me fez franzir a testa de maneira irritada, eu odiava quando era interrompido, ainda mais no meio de uma ligação importante com minha mãe. Tentei ignorar, mas parecia que a pessoa do outro lado daquela porta era alguém realmente insistente e a minha tentativa de ignorar foi inútil. Avisei minha mãe que precisava desligar e ela entendeu, apenas disse que era para eu me cuidar e não esquecer de me alimentar bem. Eu agradeci toda sua preocupação e garanti a ela que comeria mais frutas e verduras, o que deixou minha mãe aparentemente muito feliz. Larguei o celular na mesinha de centro da sala, bufando de raiva eu catei uma camiseta minha que estava jogada em algum canto e vesti rapidamente enquanto caminhava até a porta do apartamento.
— Na boa, você não tem mais o que fazer? — eu disse irritado enquanto abria a porta do meu apartamento. — É domingo à noite… — Mas não consegui terminar de falar, pois assim que abri a porta eu vi que a pessoa do outro lado era a .
— Eu não quero incomodar ninguém, desculpa. — torceu os lábios e rapidamente girou os calcanhares para ir embora. — Eu volto outro dia. — Ela sussurrou.
— Não! Eu não queria dizer que você me incomoda, você me entendeu errado, me desculpa. Vem, entra! — Eu tentei contornar a merda que tinha feito e então abri totalmente a porta para que ela pudesse entrar.
— Eu não sabia se devia vir aqui ou não. Mas acho que eu devia ter avisado antes, não quero mesmo te incomodar. — Imediatamente fechei a porta e me coloquei à sua frente, reparando que seus olhos estavam vermelhos. Merda, ela tinha chorado? Eu odiava ver qualquer mulher chorando.
— Aconteceu alguma coisa? — Eu juntei as sobrancelhas e levei carinhosamente as minhas mãos até seus ombros que relaxaram com meu toque.
— A.. aconteceu! — começou a chorar de novo e meu coração apertou no mesmo instante.
— Vem cá, me conta o que aconteceu? Quem sabe eu posso te ajudar? — Puxei para meus braços e a encaixei contra meu peito em um abraço reconfortante.
— Meu pai.. ele… — soltava as lágrimas contra a minha camiseta enquanto tentava formar qualquer frase coerente.
— Se acalma, por favor. Se não eu não vou conseguir entender o que você tá falando. E eu preciso entender pra poder ajudar. — Eu afagava os seus cabelos enquanto conseguia sentir o seu corpo se acalmar e o choro sumir.
— O meu pai... ele descobriu que está com câncer, ! Câncer! Isso é muito grave e ele só me contou isso hoje. — se afastou um pouco e então começou a enxugar as lágrimas, um pouco mais calma.
— Aí, caramba! Isso é muito ruim, mas eu tenho absoluta certeza de que ele é um homem forte e vai passar por isso. E também, você vai estar com ele em todos os momentos, dando força e ajudando. Eu não o conheço, , mas eu tenho certeza de que ele não gostaria de te ver chorar dessa maneira. — Segurei seu queixo com minhas mãos enquanto colocava mexas de seu cabelo atrás das orelhas.
— Será que eu posso ficar aqui hoje? A Aline viajou e eu não quero ficar sozinha no apartamento. — Ela suspirou enquanto correspondia ao meu carinho em seu rosto.
— Claro que pode! Você pode ficar aqui quando quiser! — Respondi e então a puxei para um abraço longo e demorado! — Mi casa eres su casa. — Sussurrei contra sua testa.
— Muito obrigada, ! De verdade, eu não sabia o que fazer e quando eu vi já estava aqui na sua porta. — A escutei confessar enquanto suas mãos abraçavam minhas costas.
— Você não precisa me agradecer por nada, ! Se vamos mesmo fazer isso, temos que fazer isso juntos. Temos que estar sempre aqui um para outro, nos bons e também nos maus momentos. — Foi minha vez de confessar enquanto a abraçava forte contra meu corpo.
— Amanhã eu vou lá ver o meu pai. Por acaso, você quer vir junto? Acho que pode ser bom pra ele ter companhia. — Novamente ela se afastou e perguntou encarando meu rosto.
— Seu convite é uma ordem para mim, . Aqui você é quem manda, você ainda não percebeu isso? Se você quer que eu vá com você, eu já estou lá, meu bem. — Sorri sincero para ela e em seguida ela estava me beijando em resposta.
— Eu acho, que eu tô me apaixonando por você, ! — fechou os olhos logo depois que nos beijamos e confessou o que eu tanto esperava ouvir.
— Eu me apaixonei no dia em que nos conhecemos! E nossa, é tão bom ouvir que você sente o mesmo por mim! — sorriu com a minha declaração e dessa vez foi ela quem levou as mãos ao meu rosto.
— Eu acho, de verdade, que isso pode dar certo! Sinto que vale a pena tentar. — Suas mãos acariciavam minha bochecha enquanto meu coração batia acelerado.
— Eu concordo com você! E se vamos começar isso aqui, hoje, vamos começar isso direito. , você aceita namorar comigo? — Perguntei a ela que balançava a cabeça em sinal de afirmação.
— Eu estava só esperando você pedir oficialmente. Claro que eu aceito, seu bobo! — Assim que ela aceitou o meu pedido eu tratei de beijar aqueles lábios, mais uma vez, antes que eu acordasse daquele sonho.
Tudo o que estava acontecendo só podia ser um sonho, eu tinha absoluta certeza disso. Nada daquilo podia ser real, eu não merecia alguém tão bom quanto a . Mas por outro lado, enquanto nossos lábios se beijavam, eu podia sentir que finalmente eu tinha encontrado a minha garota e que não me importava mais nada, pois naquele momento, eu era o cara mais feliz do mundo.

Fim.


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Nota da autora: Espero que tenham gostado dessa história, assim como eu gostei. Deixe um comentário me contando o que achou, isso me motiva a continuar escrevendo.





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